domingo, 10 de dezembro de 2017

HISTÓRIAS E ESTÓRIAS DA MPB

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A música instrumental brasileira destaca-se por seu virtuosismo através dos mais distintos nomes e a execução dos mais diferentes instrumentos. Se levarmos em consideração, por exemplo, o acordeão, podemos enumerar nomes como Dominguinhos, Sivuca, Oswaldinho, Luiz Gonzaga entre outros; na percussão destaque para nomes como Papete, Airto Moreira, Paulinho Costa, Robertinho Silva entre tantos. Há um número sem fim de exímios instrumentas na música brasileira, e isso acaba fazendo da música brasileira uma das mais ricas existentes no planeta. Hoje destacarei o riquíssimo e tradicional violão brasileiro a partir de um de seus maiores representantes, que é o pernambucano Heraldo do Monte. Não me pergunte a razão pela qual o nome de Heraldo chegou até aqui, foi intuitivo. Em um país que tem nomes João pernambuco, Dilermano Reis, Paulinho Nogueira, Baden Powell, Yamandu Costa, Rodrigo Nassif, entre tantos; é algo extremamente dificultoso selecionar um nome específico, por isso mesmo usei da intuição e cheguei ao nome deste conterrâneo que iniciou seus estudos musicais na Escola Industrial de Pernambuco, com o professor Mário Câncio Justo da Silva. Heraldo começou na música tocando clarineta no colégio. A clarineta era o único instrumento disponível e com ele Heraldo lutou por uma semana sem conseguir tirar qualquer som. Até que seu professor, ligeiramente irritado, empunhou o instrumento para lhe mostrar como tocar e percebeu que havia algo errado. Um colega, pregando uma peça, havia enfiado uma flanela no tubo da clarineta. Heraldo seguiu seus estudos no instrumento e logo sentiu a necessidade de um instrumento harmônico. Usando os métodos para clarineta aprendeu sozinho a tocar o violão, intuindo os acordes.

Depois de trocar de instrumento, Heraldo resolveu comprar uma guitarra para começar a ganhar a vida tocando nas casas noturnas de Recife. Foi daí que deu início a carreira profissional na capital pernambucana acompanhando cantores em boates. Pouco tempo , em 1956, resolve mudar-se para São Paulo onde se empregou na TV Tupi acompanhando os músicos que se apresentavam na emissora. Nesse período também chega a ingressar no conjunto do conterrâneo Walter Wanderley e no quarteto de Dick Farney tocando guitarra, viola caipira e cavaquinho.  Aliás, é com Walter Wanderley que tem a oportunidade de fazer o seu primeiro trabalho como músico registrado em disco em 1960, antes de participar da gravação das faixas dos antológicos registros das canções "Fim de caso" e "My funny valentine", no disco da cantora e compositora Dolores Duran. Ainda na década de 1960 lança os primeiros discos de sua escassa discografia (a considerar o tempo de carreira que tem), são eles os LPs "Heraldo e seu conjunto" (1960), "Dançando com sucesso, vol.1" (1961) e "Dançando com sucesso, vol. 2" (1962). É válido registrar que nesta década também fez parte do antológico Quarteto Novo, ao lado de nomes como Airto Moreira, Theo de Barros e Hermeto Pascoal. Com o grupo gravou, em 1967, o LP "Quarteto Novo", lançado pela Odeon. Sua discografia ainda conta, dentre outros, os LP's "O violão de Heraldo do Monte" (1970), o LP "ConSertão" (gravado ao lado de Elomar, Arthur Moreira Lima e Paulo Moura) e o CD "Teca Calazans & Heraldo do Monte". Heraldo do Monte lançou recentemente o seu décimo quinto álbum, batizado com o seu nome o CD apresenta sete temas próprios interpretados com maestria em sua viola caipira. "Choro de Viola", "Torto" e "Inteiriço" são composições que foram feitas especialmente para o projeto. Sem contar que o álbum ainda traz dois clássicos do choro: "Lamentos" (Pixinguinha e Vinícius de Moraes) e "Doce de Coco" (Jacob de Bandolim).

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