PROFÍCUAS PARCERIAS

Gabaritados colunistas e colaboradores, de domingo a domingo, sempre com novos temas.

ENTREVISTAS EXCLUSIVAS

Um bate-papo com alguns dos maiores nomes da MPB e outros artistas em ascensão.

HANGOUT MUSICARIA BRASIL

Em novo canal no Youtube, Bruno Negromonte apresenta em informais conversas os mais distintos temas musicais.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

MINHA TERRA TEM PALMEIRAS ONDE CANTA UM SUINGADO SABIÁ

Oriundo de uma escola onde os mestres são bambas, João Sabiá traz em seu canto aquilo que ele original mente chama de veneno venenoso, uma especie de suingue extremamente contagiante.

Por Bruno Negromonte


O artista que aqui vos apresento bebeu das mais refinadas fontes musicais e hoje traz um trabalho que se faz perceptível a clara e forte influência de nomes do soul e samba-rock nacional. Em seu suingue é perceptível elementos da Motown moldados ao suingue tupiniquim. João Luiz de Oliveira Cunha nasceu no Rio de Janeiro, em Copacabana, e ainda hoje tem a sua imagem associada ao programa no qual ficou conhecido. Ao longo da terceira temporada do reality-show denominado Fama e lá conseguiu destaque dentre os participantes apresentando-se sempre com um sorriso no rosto e com canções de sua própria lavra como "Renata, Renatinha".

João Sabiá (o apelido Sabiá surgiu na adolescência, da brincadeira com amigos) ficou conhecido depois de sua passagem pelo reality show (onde ficou em terceiro lugar), e traz algo que o assemelha a áurea fase de Bebeto, Jorge Ben, Tim Maia e Wilson Simonal, talvez por crescer envolto a vinis de família, ao som desses artistas. Os pais de Sabiá (dona Carmen e seu João), nunca deixaram faltar em casa boa música, sempre havia um vinil aqui de Wilson Simonal, outro aculá de Jorge Ben Jor, um lançamento do Chico Buarque entre discos do Tom Jobim e do Bebeto, entre outros artistas que faziam a trilha sonora da família. João e o seu irmão mais velho Guiga souberam aproveitar e processar muito bem essas experiências musicais vividas.


Cerca de 3 anos antes do reality-show, no início de sua carreira, iniciada profissionalmente aos 20 anos de idade, entre bares da Zona Sul e da boêmia Lapa, Sabiá já fazia um som black ao lado da banda 5 no Brinco. "My black, minha nega" é o segundo álbum de Sabiá, o primeiro (Pisando de Leve) nasceu em junho de 2006 via Robdigital e foi lançado logo após a sua participação no programa global.
Produzido em parceria com Paulinho Soledade traz canções de sua autoria (como a bastante divulgada "Renata, Renatinha"), outras em parcerias e algumas regravações como "País tropical", "Nega de Obaluaê" (de autoria do Wando e gravada pelo autor em 1975), "Deixa Isso pra Lá" entre outras. Este primeiro álbum teve repercussão internacional oi lançada no mesmo ano no Japão (Argus Label) e na Espanha (Disc Medi).

"My black, minha nega" traz como principal característica um João Sabiá integralmente compositor, onde das 13 faixas o artista está presente na assinatura de todas elas. Seja em parceria com o compositor Fernando Romero, seja em parceria com o seu irmão Guiga Sabiá. Aliás, esta parceria entre irmãos na música vem de longas datas, antes mesmo do sucesso alcançado posteriormente ao programa televisivo. Vale salientar que João, aos 17 anos, já cantava e montava seus projetos musicais com o irmão como por exemplo a Swingability, que já flertava um tipo de som que tinha como característica elementos da black music.

Com o passar do tempo João Sabiá sedimentava-se cada vez mais no campo musical e isso gerou como consequência o abandono da faculdade de radiojornalismo em favorecimento a carreira artística, principalmente depois de suas parcerias que geraram a banda 5 no brinco até culminar em em sua participação no programa global, que consequentemente gerou uma maratona de shows e trabalhos na TV (
entre eles as duas temporadas da minissérie "Hoje é dia de Maria" (Rede Globo), "Vidas Opostas" (Rede Record), "Paraíso" (Rede Globo) e o longa-metragem "Espiral").

Influenciado por alguns dos principais movimentos musicais dos anos 70, como por exemplo a popular "pilantragem" encabeçada pelo saudoso Wilson Simonal, o álbum "My black, minha nega" traz muito funk em sua essência e mostra com maestria o rumo que, em outrora, o tão popular samba-rock tomou. Neste misto de ritmos Sabiá sabe como ninguém evocar os grooves e ritmos como o funk e soul traduzindo de maneira singular o melhor de um som que podemos batizar como black-samba. Com o produtor e baixista Léo Guimarães e as canções traduzem esse contagiante universo musical tipicamente brasileiro.

O álbum foi concebido de maneira caseira e talvez por isso as coisas vieram composta por uma singeleza que o faz interessante. Na primeira faixa João já dá a dica através dos versos de "Black samba baby": "Se você quiser, quiser me entender tem que escutar samba soul...". Se você compreende a linguagem a qual o artista se propõe a apresentar as coisas decorrem de maneira vigorosa, de maneira que em "Samba de leve" o suingue já está tomando conta de forma consciente de nossos gestos. A mulata que protagoniza a canção com o seu gingado prepara o terreno para na faixas seguintes o samba-rock tomar conta. A forte influência dos grandes nomes do gênero que Sabiá abraçou e tem em "Mesmo que seja longe" seu porto seguro. A canção (um tema de amor), mostra uma melodia que não deixa nada a desejar aos grandes seus grandes mestres. O álbum segue com "Coisinha danada" (faixa escolhida para a produção do videoclipe que tem como diretor o Pedro Von Krüger de Oliveira e quem o protagoniza são os atores Alexandre Rodrigues e Carolina Oliveira) e traz como enredo um sujeito apaixonado pela filha da patroa, onde a partir daí desenrola-se toda a trama.



As faixas seguintes mostram como as novas gerações da música brasileira assimilaram a gênese do samba-rock e soul implementadas pelos grandes nomes da década de 60 e 70 de maneira inovada sem perder absolutamente nada daquilo de outrora. Em "A noite vai dizer" os grooves chamam a atenção de uma letra que traz a esperança como tema norteador. No samba-rock "Vai ser mole não" o artista relata lembranças que um grande amor pode nos trazer a partir de diversas situações. Em "Nega bonita" a protagonista é convidada por Sabiá para arrastar a sandália de prata e mostrar todo o seu gingado no samba e sua peculiar felicidade estampada no rosto.

O álbum segue com "Melhor me garantir", "Pode perguntar" e "Seu Zé". Na primeira canção o artista toma uma enérgica atitude cobrando uma posição da amada a partir de um ultimato
sob as recomendações de que mesmo havendo a preferência a fila pode vir a andar. Na segunda o que chama a atenção é o naipe de metais e a sonoridade da faixa e por fim outro samba-rock que traz um personagem de tipo comum a tantos brasileiros até mesmo pelo nome. Seu Zé Vicente chega na segunda-feira ainda cheirando a saideira sem ao menos saber se explicar o motivo de tão longa ausência.

Na trilogia final das canções há "Vem sambar comigo", um estimulante convite feito pelo artista para a amada que acaba contagiando a todos pela sonoridade da faixa; "Vai Ficar bem", faixa de letra simples, porém com um suingue conquistador desde o primeiro acorde da canção (esta mostra clara influência do saudoso Tim Maia a partir dos vigorosos grooves de baixo e naipes de metais). Por fim, como faixa-bônus vem a canção "You should ask me" para trazer como lembrança a origem de tudo: as grandes canções da Motown.

Todo o suingue comandado sob liderança de Sabiá traz também no apoio Mafran do Maracanã (percussão), Léo Guimarães (Baixos synth e baixo elétrico), Fred Ferreira (guitarras), Rodrigo Tavares (teclados, talk box e vocoder), Digão (hihat e tons), Fabiano Segalote (trombone e arranjos), Lívia Nestrovski (vocais), Maico Lopes (trompete), Bruno Marques (sax tenor), Arimatéia (trompete), Henrique Band (sax tenor), Tuca Alves (cavaquinho), Maxwell de Paula (arranjos), Bruno Migliari (baixo), Cláudio Costa (guitarra), Juju Gomes (vocais), Marquinhos, o sócio (vocais), Wagner Bala (baixo), Ney Conceição (baixo), Jorge Aílton (vocais), Rodrigo Scofield (bateria) e Micheline Cardoso (vocais) executando as faixas as quais estão imbuídas todas as grandes influências das quais a música de Sabiá foi composta. Afaste o sofá da sala, liguem o aparelho de som e deixem a música desse artista tomar conta do ambiente, ateste o quanto ela é contagiante! Vale a pena curtir esse som contemporâneo e sincopado! Salve o veneno venenoso! Salve o suingue de Copacabana que você não se engana!


Maiores informações:

Site Oficial: http://www.joaosabia.com.br/
Youtube: http://www.youtube.com/SABIAVIDEOS
Myspace: http://www.myspace.com/joaosabia
Twitter: https://twitter.com/#!/joao_sabia
Facebook: http://www.facebook.com/joaosabia

Contato para shows:
Guacira Abreu

55 21 7895-2125 ID 24*38732
guaciraabreu@uol.com.br


O álbum pode ser adquirido nos seguintes endereços:

Lojas Americanas:

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

RITA GULLO - ENTREVISTA EXCLUSIVA

Filha do escritor Ignácio de Loyola Brandão, Rita Gullo debuta em disco trazendo um repertório coeso com suas reminiscências musicais.


Por Bruno Negromonte


Rita Gullo chegou de maneira sutil e vem chamando a atenção do público e da crítica especializada com o lançamento do seu primeiro trabalho fonográfico. O álbum apresenta uma cantora, que apesar da estreia, se mostra bastante segura daquilo que adotou para si, talvez por trazer consigo uma bagagem cultural significativa a partir das experiências adquiridas junto a dois grandes nomes dentro da música: Ná Ozzetti e Leila Farah. Trata-se de um disco de registros recheado de qualidade e que traz desde os grandes clássicos do cancioneiro popular brasileiro até canções inéditas, como é o caso da faixa "Espelho" (Eduardo Pitta e Xande Mello).

Suas técnicas, canto afinado e profundo conhecimento em música, principalmente brasileira fez com que Rita, apesar da formação em História e em Artes cênicas enveredasse para a música com o respaldo de nomes como Chico Buarque (que divide os vocais em uma das faixas) como vimos na matéria publicada aqui no Musicaria intitulada RITA GULLO, SIMPLES ASSIM. Nesta entrevista, que Rita gentilmente nos concedeu, ela fala um pouco sobre sobre a intuição utilizada na escolha do excelente repertório, o "presente" concedido por Chico em forma de participação em seu álbum entre outras coisas. Divirtam-se e conheçam um pouco mais sobre a vida e a carreira de Rita Gulo.


Certa vez tive a oportunidade de ler algo escrito por seu pai onde ele diz que seu envolvimento com a música vem literalmente de berço, quando a partir de D. Marize Gullo, Luisa Garita, Adelina Galera e Yolanda Lombardi você era embalada por diversas canções. Qual a maior reminiscência musical que você traz consigo da infância?

Rita Gullo - Como é que você descobriu até o nome das minhas tias-avós? Rs. Foi uma influência muito forte mesmo, desde muito pequena eu aprendia as canções que elas cantavam no coral ou nas óperas. Existe uma gravação que ficou célebre na família de quando eu devia ter uns três anos de idade e elas me ensinaram Carinhoso do Pixinguinha. Nem falar eu sabia direito, mas já cantava ali para a família. Ou Vissi d’arte da Tosca, que minha avó cantou lá no interior de São Paulo e eu, depois de muitos anos, cantei no coreto do Parque da Luz, como atriz, não como cantora, na montagem de uma peça chamada A hora em que não sabíamos nada uns dos outros do Peter Handke dirigida pelo Marcelo Lazzaratto em 2010. E ainda minha mãe, que sempre gostou e ouviu muita música e foi uma das pessoas que mais me incentivou para um caminho profissional nessa área. Já me colocou em aulas de violão clássico aos oito anos de idade.


Você passou pelas mãos de duas grandes profissionais da música, que foram a saudosa Leila Farah e a cantora Ná Ozzeti. São duas escolas distintas, a primeira de canto popular, já a segunda veio a lhe instruir no canto lírico. Que lições de ambas melhor você soube aproveitar e que hoje é perceptível em seu álbum?

RG - Bom, da Ná eu já era fã desde criança por causa do Grupo Rumo que eu adorava e, quando eu comecei a gostar mesmo de cantar, quis aprender com ela. Foram portas que se abriram no estudo da voz. Com a Dona Leila eu estudei durante alguns anos e ela era uma grande mestra. Me fez expandir bastante a potencia da voz, os graves e agudos. Quando fomos gravar o disco eu demorei um pouco para encontrar o timbre certo, porque ainda estava com essa grande influência do lírico que não combina com a música popular. Daí fui suavizando a voz e lembrando das aulas de canto popular. Eu gosto muito de dividir o aprendizado e ter alguém em quem eu confio para me ouvir e ajudar a dar um caminho para as inseguranças e dúvidas com relação a voz. Quem faz esse trabalho comigo agora é a Regina Machado.


Dentre as faixas em português álbum mostra essencialmente uma coerência a partir de autores consagrados e grandes sucessos de nossa música popular. Como se deu a escolha desse repertório?

RG - O repertório foi escolhido de uma maneira bastante natural e um pouco intuitiva. Quando definimos, eu e Mario Gil, produtor e arranjador do disco, qual seria o caminho pelo qual nos basearíamos, começamos a ouvir tudo o que estivesse em nossa biblioteca de músicas. Cada um fazia sua pré-seleção e íamos mesclando as listas até chegar numa definitiva.


Não houve receio de sua parte em escolher um repertório, em sua maioria, conhecido pelo grande público?

RG - Não houve esse receio porque eu realmente acredito que a música se renova quando passa por um novo intérprete. O imprescindível é que o repertório me diga alguma coisa, que tenha sentido para mim, só assim ele pode ser verdadeiro a ponto de tocar outras pessoas também.


Uma pergunta que se faz inevitável é sobre a participação do Chico nesse seu álbum de estreia. Como se deu essa parceria musical?

RG - A participação do Chico foi um presente. Ele é uma pessoa muito gentil e generosa. Eu sou e sempre fui grande admiradora do trabalho dele e, quando paramos para pensar quem é que cantaria comigo a música A mulher de cada porto que é do Edu Lobo e do Chico Buarque, eu resolvi fazer uma tentativa com os próprios compositores. Nessa hora pedi uma ajuda para o meu pai, que é escritor e jornalista bastante conhecido e que tinha um pouco mais de acesso com o Chico e fez a ponte. Ele topou e gravamos.


Depois do álbum lançado ele pronunciou-se a respeito do resultado final?

RG - Dentre outras coisas disse que gostava de ouvir música no carro e que eu moraria no carro dele por um bom tempo. Grande gentileza mais uma vez.


E as faixas dos artistas internacionais? Everything But The Girl, Silvio Rodriguez, Jorge Drexler são artistas que teoricamente fazem parte de contextos musicais distintos, mas você soube moldar em uma conjuntura que os fizeram Uníssonos. Como se deu a escolha dessas faixas?

RG - Sueño con Serpientes do Silvio Rodriguez foi gravada pelo Milton Nascimento com Mercedes Sosa no disco Sentinela, que é o título de uma outra composição que também entrou no disco. É uma música muito bonita e com muita força. Era de Amar do Jorge Drexler e Each and everyone do Everything But The Girl, foram indicadas por pessoas muito queridas e, como eu já gostava bastante dos compositores, achamos que as músicas eram muito boas e decidimos manter no repertório final.


Outra característica que merece destaque nesse álbum são os músicos envolvidos no projeto. Passando por Sizão Machado, Ferraguth, Mário Gil entre outros, todos são músicos de respaldo dentro da conjuntura musical nacional, quem entende de música sabe disso. Como se deu o envolvimento desse time da pesada nesse projeto?

RG - Existem algumas pessoas especiais no mundo e uma delas é o Mario Gil. Pela pessoa que ele é e pelo carinho e atenção que ele despende no trabalho, resultando sempre num nível muito alto de qualidade. Eu me apresentei, disse mais ou menos o que queria e ele topou me ajudar. Foi uma benção. A linha top de músicos também devo muito a ele. Mas o Sizão, por exemplo, eu já conhecia desde criança. Era amigo da minha mãe e do meu outro pai que é músico – porque eu tenho um outro pai biológico, o Zé Rubens. E não parou aí, porque para o show eu ainda tive o prazer de ter a direção musical do Swami Jr. e de ser acompanhada de um time de músicos também de primeiríssima linha como o próprio Swami, Guello, Ubaldo Versolato, Marcos Paiva e Daniel Muller.


Você vem com uma gravação de uma composição do Elson Fernandes e da Consuelo de Paula intitulada “María del Carmen” e que figura entre uma das mais belas do álbum. Por coincidência esta canção vem a ser uma das menos conhecidas por parte do grande público. Em algum momento você cogitou a possibilidade de gravar um trabalho composto em sua maioria por canções inéditas ou de pouco conhecimento do grande público?

RG -
Já cogitei sim e talvez o próximo disco já tenha um pouco disso. Uma inserção maior de músicas menos conhecidas.


Quais os projetos para esse ano que está iniciando?

RG - O maior deles é um novo disco que eu espero lançar até o final do ano, mas tem também outros como videoclipe e site que devem aparecer logo mais.



Maiores Informações:

Contatos para shows - contatoritagullo@gmail.com




Twitter - @ritagullo



O álbum pode ser adquirido nos seguintes endereços / telefones:


Livraria Saraiva - http://www.livrariasaraiva.com.br/produto/3420638

Livraria Cultura - http://www.livrariacultura.com.br/scripts/resenha/resenha.asp?nitem=22429410&sid=621223076131224110409289918

Discoplay - Edu - Tel: ( 31)3222-0046

Hipermercado Baronesa - Tel: (35) 3449-1711

Savarin II - Tel: (41) 3322-7006

Só Música - Tel: (41) 3222-4339

HPI - Novo - Tel: ( 21)3215-4943

Midimaxi Cds - Tel: (12) 3941-7575

Baratos Afins - Tel: (11) 3223-3629

Discoteka - Tel: (11) 5906-0456

Laserland - Tel: ( 11) 3082-0922

Livraria da Vila-Rod - Tel: (11) 3814-5811

Livraria do Espaço Unibanco SP - Tel: (11) 3141-2610

Mini Box - Tel: (11) 3101-7392

Musical Sto Antônio - Tel: (11) 3141-2929

Painel Musical - Tel: (11) 5561-9605

Ponto do Livro - Tel: (11) 2337-0506

Pop´s Discos - Tel: (11) 3083-2564

Zaccara Cds - Tel: (11) 3872-3849

sábado, 11 de fevereiro de 2012

A EXCELÊNCIA EM PARCERIA

Dentre nossos parceiros musicais, quatro nomes já foram pré-selecionados para o maior prêmio da música brasileira.

Por Bruno Negromonte


Para quem conhece e acompanha o Musicaria Brasil já deve saber que o propósito maior de nosso espaço é difundir a boa música brasileira independente da região onde a encontramos. Devido a quantidade de visitas que mensalmente alcançamos (uma média bem acima daquilo que acreditaríamos chegar) e que vem de todos os lugares do mundo, temos ciência que o resultado que almejamos é alcançado. Isso é perceptível através dos e-mails e comentários que recebemos ao longo desse período em que estamos na ativa. Outro aspecto relevante de nosso espaço (e aquele que vamos dar ênfase a partir de então) é o feedback existente entre os artistas independentes que nos procuram ou que muitas vezes são indicados por nossos leitores para ilustrar as postagens de nosso espaço.

Prefiro atribuir a essas pautas o termo "feedback", por acreditar que realmente trata-se de uma troca. Não uma troca comigo que faço o Musicaria, mas com o grande público, que ao nos prestigiar tem como retribuição a aquisição de trabalhos que prezam pela qualidade e são feitos por pessoas de extremo talento, mas que não alcançam o grande público por questões que não vem ao caso trazer mais uma vez à tona. Nos orgulhamos muito em afirmar que todos, invariavelmente todos, os nossos parceiros musicais apresentam trabalhos, nos gêneros que atuam, de extrema qualidade. Prova disto são as pré-seleções a premiação máxima da música no Brasil de alguns dos protagonistas de nossas pautas, onde para chegar lá há a necessidade de passar pelo clivo de um conselho composto por nomes como Zuza Homem de Melo, Gilberto Gil, o idealizador José Maurício Machline, João Bosco, Yamandú, Wanderléia entre outros.

São mais de duas décadas de premiação avaliando e procurando classificar aquilo que de melhor a música brasileira vem apresentando e a consolidação como o maior e mais representativo prêmio do cancioneiro nacional passando por diversas fases. Primeiro chamou-se, por mais de dez anos, de Prêmio Sharp, também recebeu os nomes de Prêmio da Música Brasileira (2001) e Prêmio TIM de Música e hoje chama-se Prêmio da Música Brasileira. O ano que merece destaque para o prêmio é o de 2009, pois Zé Maurício Machline resolveu realizar a Premiação sem patrocínio apenas com a ajuda de amigos, artistas e fornecedores, e foi brilhantemente realizado comprovando a importância do Prêmio da Música para a cultura Brasileira.

Em 2011, entre os pré-selecionados, esteve alguns trabalhos apresentados pelo Musicaria Brasil ao longo do mesmo ano como foi o caso de "Pé de Crioula", da cantora catarinense Ana Paula da Silva. A artista que já conta com diversos trabalhos fonográficos na bagagem apresentou um álbum que consiste em diversos sambas. É um trabalho essencialmente de intérprete onde Ana Paula procura mostrar porque é que tem a cada novo ano sedimentado ainda mais a sua carreira na Europa, particularmente na Áustria. Adriana Godoy, é outro nome que também figurou ao longo de 2011 tanto em nosso espaço quanto entre os pré-secionados do referido prêmio. A filha do músico Amilton Godoy e da cantora Silvia Maria, dois grandes destaques do cenário musical brasileiro, apresentou "Marco", um trabalho que traz, entre coisas, canção inédita da Fátima Guedes e participação de grandes nomes da música popular brasileira como Elton Medeiros e Filó Machado.

Outro trabalho dentre os pré-selecionados em 2011 foi "A sombra confia ao vento", do carioca Ricardo Machado. Álbum cujo título é extraído de uma composição de Heitor Villa-Lobos e (Melodia Sentimental). O trabalho de Ricardo percorre 150 anos de música brasileira em um repertório meticulosamente escolhido sob os arranjos do maestro Ricardo Calafate e arte gráfica de um dos mais conceituados profissionais da área que é Egeu Laus Simas. Por fim vem o álbum "Lero-lero", da paulista Luísa Maita, cujo sucesso vem sedimentando-se não só no Brasil, mas também no América do Norte. Filha do saudoso Amado Maita, Luísa não só teve seu trabalho entre os pré-selecionados de 2011, mas também conquistou o troféu de revelação do Prêmio da Música brasileira do ano passado.


2012

Em 2012 o prêmio prestará uma ao cantor e compositor João Bosco de Freitas Mucci. João Bosco, como ficou mais conhecido no meio artístico, nasceu no município de Ponte Nova no estado de Minas Gerais em 1946 e ao longo deste ano será o homenageado do prêmio pelos 40 anos de carreira fonográfica; e dentre os nossos parceiros musicais já constam três pré-selecionados ao prêmio: André Mastro, Letícia Scarpa e Rita Gullo. O ator, poeta, cantor e produtor Mastro, cujo trabalho abordamos ao longo de julho do ano passado, apresenta um trabalho composto por repertório cuja a escolha foi de maneira totalmente passional. Quando questionado sobre quais critério foram adotados para tal escolha, André enfaticamente diz: "Critério? Que é critério? Meu coração disse e eu fiz. Cantei, gostei, gravei. Cantei,não gostei, não gravei." O álbum intitulado "Sem descanso", apresenta um repertório composto por regravações de nomes como Itamar Assumpção, Adoniran Barbosa e Cartola.

Rita Gullo, cuja entrevista exclusiva figurará entre as postagens deste mês, vem com um dos trabalhos mais elogiados de 2011 não só pela seleta escolha do repertório como também pela agradável voz. O álbum cujo título traz o nome da artista conta com a participação pra lá de especial do cantor e compositor Chico Buarque. Já Letícia Scarpa, traz "", um álbum que conta com a participação do artista pernambucano Antônio Carlos Nóbrega e é composto essencialmente por composições próprias. Das 12 faixas, Letícia assina 11 em diversas parcerias neste seu álbum de estreia e em breve abordaremos este trabalho de forma mais minuciosa em nosso espaço. Esperamos não só em 2012, mas também nos anos subsequentes manter essa estirpe entre nossos parceiros por acreditar que não se concede tal indicação a qualquer trabalho e isso, além de nos lisonjear, nos condiciona a oferecer ao conhecimento de nosso público trabalhos de excelente qualidade. Resta-nos agradecer pela confiança depositada por tais artistas e suas respectivas assessorias. E não custa nada, mais uma vez, deixar a dica: todos esses trabalhos são impreteríveis em qualquer coleção de disco e devem ser adquiridos.

PROGRAMAÇÃO DO CARNAVAL DO RECIFE

Seu Jorge, Lulu Santos e Ney Matogrosso estão na programação. Africana Angelique Kidjo e grupo inglês Stomp participam da abertura.



Por
Katherine Coutinho

A Prefeitura do Recife já anunciou a programação oficial do carnaval 2012. Seu Jorge, Beth Carvalho, Lulu Santos, Ney Matogrosso, Fundo de Quintal, Lenine, Nação Zumbi, Elba Ramalho, além do homenageado deste ano, Alceu Valença, fazem parte das atrações que passam pelo palco principal, montado no Marco Zero.

A abertura do carnaval acontece na sexta, 17 de fevereiro, e como já é tradição, fica com Naná Vasconcelos, que comanda dez nações de maracatu no Marco Zero, no Bairro do Recife. Os convidados especiais da apresentação são a cantora africana Angelique Kidjo e o grupo inglês Stomp. "O nosso maracatu veio da África, e agora é a hora de trazer a África até nós", afirma André Brasileiro, coordenador executivo do carnaval.

A cultura afro e as batidas percussivas vão dividir o palco também com o grupo de mulheres pernambucanas Voz Nagô e com a Orquestra da Bomba do Hemetério, encontro comemorado por Naná. "É o encontro das modernas tradições. Eu sempre quis trazer alguém da África, é fantástico poder finalmente fazer esse encontro. Já estou trabalhando nos arranjos junto com o Maestro Forró. É uma grande responsabilidade", conta Naná.

A noite de abertura segue com a apresentação do homenageado Alceu Valença, que faz um show repleto de participações especiais, como Lenine, Otto, Seu Jorge, Ney Matogrosso, Criolo, Karina Buhr e Lirinha. "Escutar outras pessoas cantando a minha música é sempre uma surpresa, algumas não cantam como eu. Vai ser uma experiência interessante", explica Alceu.

No sábado de Zé Pereira, o Marco Zero recebe os shows de Lulu Santos, que vem pela primeira vez ao Recife, Claudionor Germano, Orquestra Contemporânea de Olinda com a cabo-verdiana Mayra Andradade, Lenine e Pedro Luís e a Parede. “Esse show de Claudionor vai ser especial, marca os 80 anos de folia desse ícone do frevo pernambucano”, defende o prefeito do Recife, João da Costa. Claudionor Germano faz 80 anos em abril deste ano.

O domingo vai ser dia de samba, com Beth Carvalho e Fundo de Quintal. A segunda-feira fica por conta de Seu Jorge, da banda Eddie, com participação especial de Nasi, vocalista da banda Ira!, e da Nação Zumbi. O último dia de folia vai ter o projeto especial “Quatro Cantos”, com as vozes de Karynna Spinelli (PE), Fabiana Cozza (SP), Nilze Carvalho (RJ) e Gerlane Lops (PE). A cantora Elba Ramalho também agita a despedida da folia, que se encerra com o tradicional Orquestrão Multicultural do Recife, promovendo encontro de 150 músicos, maestros e intérpretes.

Além das atrações no Marco Zero, a festa se divide em 17 polos, sendo oito no Centro - Multicultural, Fantasias, Mangue, Todos os Ritmos, Afro, Todos os Frevos, Tradições, e Agremiações - e nove descentralizados, em Brasília Teimosa, Chão de Estrelas, Casa Amarela, Nova Descoberta, Alto José do Pinho, Várzea, Jardim São Paulo, Ibura e Bomba do Hemetério. Entre as atrações dos polos descentralizados estão Gaby Amarantos, Elba Ramalho, Fresno, Seu Jorge, Lenine, Nando Cordel, entre outros.

Os desfiles das agremiações tradicionais do carnaval pernambucano, como ursos, bois, blocos líricos e de bonecos, entre outros, também estão na programação oficial, distribuidos tanto pelos pólos centrais como descentralizados.

PROGRAMAÇÃO CARNAVAL 2012

Pólo Recife Multicultural (Marco Zero)
17/02 - Sexta
A Partir das 16h - Concentração do cortejo: Naná VasconceloS, Batuqueiros e Cortes das 10 Nações de Maracatu de Baque Virado: Aurora Africana/ Encanto do Pina/ Leão da Campina/ Oxum Mirim/ Raizes de Pai Adão/ Estrela Brilhante/ Porto Rico/ Cambinda Estrela/ Gato Preto/ Encanto da Alegria.
Maracatu B.S. Cruzeiro do forte
Afoxé Ara Odé
Roteiro: Rua da Moeda/ Rua Mariz e Barros/ Av. Marquês de Olinda/ Marco Zero

Rampa e Palco Multicultural
18h45 Afoxé Omo Nilê Ogunjá
19h Participação especial de Luciano Brayner
Caboclo Tupi / Tribo Indígena Tupã/ Tribo Tapirapé / Tribo Indígena União Sete Flexas De Goiana / Tribo Indígena Kapinawá
19h30 Chegada e apresentação do cortejo
Afoxé Ara Odé, Caboclos de Lança do Maracatu de Baque Solto Cruzeiro
Cerimônia de entrega das chaves ao Rei e Rainha do carnaval
500 batuqueiros de maracatu sob a regência de Naná Vasconcelos, com participação do Grupo Voz Nagô, Orquestra Popular da Bomba do Hemetério, Stomp e Angelique Kidjo.
20h50 Orquestra Popular da Bomba do Hemetério e passistas da Escola Municipal de Frevo
22h30 Homenagem a Alceu Valença, com participação de Ney Matogrosso, Seu Jorge, Lenine, Lirinha, Otto, Karina Buhr e Criolo

18/02- Sábado
Desfile de agremiações
Roteiro: Rua da Moeda/ Rua Mariz e Barros/ Av. Marques de Olinda/ Marco Zero.
Desfile Das Agremiações Vice-Campeãs 2010 Do Grupo Especial
17h40 Troça Carnavalesca Acorda Beberibe
18h Clube de Boneco O Menino do Pátio de São Pedro
18h20 Caboclinhos Kapinawá
18h40 Clube Carnavalesco Bola de Ouro
19h Urso do Vizinho
19h20 Tribo Indío Tupiniquins
19h40 Boi Estrela
20h Bloco Carnavalesco Banhistas do Pina
20h20 Maracatu de Baque Virado Estrela Brilhante do Recife
20h40 Maracatu de Baque Solto Pavão Dourado de Tracunhaém
21h G.R.E.S. Galeria do Ritmo

Palco
20h30 Orquestra Popular do Recife e Claudionor Germano
22h Orquestra Contemporânea de Olinda com participação especial de Mayra Andrade
23h30 Lulu Santos
1h Lenine com participação especial de Pedro Luiz e a Parede


19/02- Domingo
Desfile de agremiações
A Partir das 17h - peleja da "cobra" contra o "dragão" e o "boi", com Antúlio Madureira e a Orquestra Perré Bumba
Cia Forrobodó de Dança (A Cobra), Troça Carnavalesca "Eu Acho É Pouco" (O Dragão), o Boi Da Macuca (O Boi)
Encontro de Maracatus de Baque Solto
Roteiro: Rua da Alfândega/ Av. Marques de Olinda/ Marco Zero.
19h Carneiro Manso de Glóría de Goitá
19h15 Beija Flor de Aliança
19h30 Leão Formoso de Tracunhaem
19h45 Piaba de Ouro de Olinda
20h Leão de Ouro de Condado
20h15 Leão Vencedor de Carpina
20h30 Aguia Dourada de Glória de Goitá
20h45 Cambinda Brasileira de Nazaré da Mata
21h Estrela de Ouro de Aliança

Palco
21h Orquestra do Maestro Duda
22h30 4 Cantos
0h Beth Carvalho
1h30 Fundo de Quintal


20/02- Segunda-Feira
Desfile de agremiações
Encontro de blocos de Pau e Corda
Roteiro: Rua da Alfândega/ Av. Marques de Olinda/ Marco Zero.
16h45 Bloco Esperança de Campo Grande
17h Bloco das Ilusões
17h15 Bloco Carnavalesco Misto Com Você no Coração
17h30 Bloco Carnavalesco Misto Madeira do Rosarinho
17h45 Bloco Confete e Serpentina
18h Bloco Carnavalesco Cordas e Retalhos
18h15 Bloco Menestréis do Paulista
18h30 Bloco Flor do Eucalipto
18h45 Bloco das Flores
19h Um Bloco em Poesia
19h15 Bloco O Bonde
19h30 Bloco Carnavalesco Misto Flor da Lira do Recife
19h45 Bloco Flor da Lira de Olinda
20h Bloco Carnavalesco Misto Pierrot de São José
Bloco Flabelo Encantado
20h15 Homenagem a Leda Alves - Coral Edgard Moraes e Maestro Marco César
20h45 Bloco Carnavalesco Misto Banhistas do Pina
21h Bloco Carnavalesco Misto Batutas de São José
21h15 Bloco Eu Quero Mais e coral Infantil
21h45 Bloco da Saudade

Palco
22h Orquestra e passistas do Balé Popular do Recife
23h30 Eddie com participação especial de Nasi
1h Seu Jorge
2h30 Nação Zumbi

21/03 - Terça-Feira
Desfile de agremiações
Desfile das campeãs do grupo especial
Roteiro: Rua da Alfândega/ Av. Marques de Olinda/ Marco Zero.
17h40 Troça Carnavalesca Mista Abanadores do Arruda
18h Clube de Boneco Seu Malaquias
18h20 Tribo de Índios Tupiniquinins
18h40 Clube Carnavalesco Das Pas douradas
19h Urso Cangaça de Agua Fria
19h20 Caboclo Tupi
19h40 Boi Faceiro
20h Bloco Carnavalesco Misto Madeira do Rosarinho
20h20 Maracatu de Baque Virado Porto Rico
20h40 Maracatu de Baque Solto Cruzeiro do Forte
21h G.R.E.S. Gigante do Samba

Palco
21h Spokfrevo Orquestra com participação especial de Mr. Bob Mintzer e Russell
22h30 Elba Ramalho
0h Alceu Valença
2h Apoteose com a Grande Orquestra Multicultural do Recife sob a regência do Maestro Spok com a participação dos Maestros Ademir Araújo, Clóvis Pereira, Duda, Edson Rodrigues, Zé Menezes, Nunes, Forró , Fábio César, Lurdinha Nóbrega, Carmem Lúcia e Guedes Peixoto
3h - Arrastão do frevo: Av. Marquês de Olinda/ Rua Maria César/Rua da Guia/Praça do Arsenal/Rua do Bom Jesus/Av. Rio Branco / Marco Zero.

Confiram a programação completa clicando AQUI

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

OH! LINDA SITUAÇÃO PARA SE TER CARNAVAL

Confira tudo que a Prefeitura preparou para a festa de momo, incluindo o homenageado, a cenografia. a abertura oficial e os pólos de animação.

Por Secretaria de Comunicação de Olinda


O Carnaval 2012 de Olinda escolheu como homenageado para a folia momesca o ex-prefeito e carnavalesco Germano Coelho. Ao mesmo tempo, este é um ano especial pelas datas redondas das mais tradicionais agremiações como o Vassourinhas, que comemora 100 carnavais. O clube Elefante de Olinda, 60 anos; a troça Ceroula, 50; enquanto a Marim dos Caetés celebra 30 anos. Já o mais famoso folião da cidade, o Homem da Meia Noite, completa 80 anos.

Tantas datas não poderiam passar despercebidas e por isso, com o tema “Olinda, a magia para o mundo”, a Prefeitura de Olinda rende justa homenagem para estas agremiações e, ao lado de cerca de 800 blocos e mais 500 orquestras, convida a população para o melhor Carnaval de rua do Brasil em uma festa que tem como objetivo valorizar o passado e o presente, o encontro de gerações.

Além das agremiações, a Prefeitura conta novamente com mais 15 polos de animação que prometem contagiar os foliões. Os pólos estarão espalhados pelo município.


O HOMENAGEADO

O ex-prefeito de Olinda Germano Coelho será o homenageado no Carnaval. Coelho foi prefeito em duas oportunidades, ocasiões nas quais grandes ações culturais foram feitas na cidade. Foi durante a gestão de Germano Coelho que Olinda conquistou o título de Patrimônio Cultural da Humanidade, há 30 anos.

“Além do seu trabalho político, Germano Coelho teve um papel fundamental como carnavalesco e contribuiu enormemente para o Carnaval de Olinda. É vital esse registro pelo esforço de Germano para essa data tão importante que é a nossa festa carnavalesca”, explica o prefeito Renildo Calheiros. A escolha do homenageado acontece por decisão da Prefeitura em parceria com a Associação Carnavalesca de Olinda, a Liga Olindense de Agremiações e Fantasias, a Liga dos Bonecos Gigantes, além de outros grupos locais.


A CENOGRAFIA

A decoração deste ano será assinada pelo artista plástico Romildo Alves, que já está trabalhando a todo vapor para transformar as ladeiras do Sítio Histórico no cenário perfeito para receber foliões de todo o Brasil. O Palácio dos Governadores, sede da Prefeitura, terá a sua fachada transformada em um gigantesco mural, ilustrando seis bonecos duendes, cada um com três metros, e estandartes dos clubes aniversariantes feitos com veludo, cetim, pedrarias com estrutura de ferro.

Na frente do Palácio dos Governadores, um gigantesco bobo da corte, com quatro metros de altura, saudará a todos os foliões. Ajoelhado, o personagem carnavalesco terá um estandarte branco escrito “Olinda, a magia para o mundo”. Do lado esquerdo do Palácio serão colocados um elefante com dois metros de altura e um homem da meia-noite com quatro metros de altura, além de estandartes dos blocos Marim dos Caetés, Ceroulas e Vassourinhas.

A Avenida Sigismundo Gonçalves terá 10 bases de concreto em adesivos com design de azulejos portugueses, com uma estrutura de ferro no tamanho de 15 metros de altura. Em cada base haverá um bobo da corte segurando estandartes das agremiações homenageadas.

A Avenida Liberdade, na área próxima a Praça do Carmo, terá três pórticos, sendo cada com dois duendes segurando os estandartes das agremiações aniversariantes. As ruas principais serão adornadas por fitas coloridas. “O Carnaval de Olinda é marcado pela sua diversidade e a decoração deste ano tem como principal foco utilizar essa marca, aliada com as agremiações homenageadas”, explica o cenógrafo Romildo Alves. A montagem da decoração começa no dia 10 de fevereiro para inauguração no dia 16.

A largada oficial do Carnaval de Olinda acontece na quinta-feira, 16 de fevereiro, e é marcada por uma festa para todas as gerações. A noite tem show de abertura com Alceu Valença, que através de suas letras, faz uma homenagem a festa de Momo de Olinda. Na sequência, é a vez dos músicos da orquestra Rockfônica, comandada pelo maestro Ademir, que interpreta, em frevo, os grandes clássicos do rock. Para encerrar a noite, a banda olindense Eddie assume o palco e apresenta o show Veraneio. “A abertura do Carnaval de Olinda é um oportunidade dos foliões assistirem o encontro de várias gerações da cena musical da cidade”, explica Márcia Souto, coordenadora do Carnaval e secretária de Patrimônio e Cultura de Olinda.


TRADIÇÃO POPULAR

Agremiações e Orquestras Itinerantes - Durante os quatro dias de folia, um total de 800 agremiações passarão pelas ladeiras do Sítio Histórico e bairros de Olinda. De blocos com décadas de tradições até troças mais novas, o folião terá uma gama de variedades. Além disso, um total de 216 orquestras itinerantes vão circular nas principais vias do Sítio Histórico durante os quatro dias, sempre das 10h às 22h. No período da noite, um total de 64 atrações itinerantes de grupos de percussão e maracatus também vão trazer a animação para Olinda.

Olinda à noite - Mais de 50 cortejos noturnos também acontecem com agremiações tradicionais, com destaque para aqueles que desfilam com fantasias, além de grupos de afoxés a maracatus. Os cortejos acontecem a partir das 19h nas principais ruas da Cidade Alta.

Homem da Meia Noite sai no Sábado e na Segunda-Feira de Carnaval - Mas além dos desfiles tradicionais, o folião também terá algumas novidades durante o Carnaval de Olinda. Completando 80 anos, e depois de 40 anos sem desfilar com carros alegóricos, o Homem da Meia Noite retoma a tradição, saindo também na segunda-feira (20) do bairro de Guadalupe, com dois carros alegóricos, seguindo pelo Amparo e Bonsucesso.

Encontro de 55 Maracatus Rurais em Cidade Tabajara - Na segunda-feira de Carnaval cerca de 55 grupos de maracatus rurais se encontram em Cidade Tabajara. De lá, os maracatus se reúnem e saem em desfile pelo Sítio Histórico, Peixinhos, Rio Doce, Bultrins e Rua do Sol.

100 Anos de Vassourinhas - O grande aniversariante desse Carnaval, o Clube Vassourinhas, traz uma programação especial. Em homenagem aos 100 anos, a agremiação irá buscar o estandarte de comemoração de aniversário nesta sexta-feira (27), na Prefeitura de Olinda. O clube sairá da sede, no Largo do Amparo, às 19h, em direção ao salão nobre da Prefeitura. Pelas ruas do Sítio Histórico, o clube seguirá com orquestra, grupo de passista e toda a diretoria da agremiação para fazer a “buscada” do estandarte. A festa se encerra no Largo do Guadalupe.

Ainda sobre as comemorações do aniversário, o Vassourinhas faz a sua saída oficial do Largo do Guadalupe no domingo de Carnaval. Já na Terça-feira Gorda, dia 21 de fevereiro – data real do aniversário do clube – haverá o grande encontro entre o Clube Vassourinhas de Olinda e o Clube Vassourinhas do Recife. O encontro será em frente a Prefeitura de Olinda, às 19h.

Encontro de Elefante e Pitombeira dos Quatro Cantos - A terça-feira de carnaval também é marcada pelo encontro entre duas das mais tradicionais troças carnavalescas de Olinda. Elefante e Pitombeira, pelo terceiro ano consecutivo, se encontram em frente à Prefeitura, brindando os foliões com um momento de beleza carnavalesca sem igual.

Cariri fecha a festa na Terça-Feira de Carnaval - Pela primeira vez em 90 anos, a troça Cariri, que tradicionalmente abre o carnaval no domingo, no final do desfile do Homem da Meia noite, vai sair às ruas para também fechar a festa momesca. Terça-feira a agremiação faz mais um desfile pelas ladeiras, às 20h.

11 Blocos de Frevo Lírico nas ladeiras - O frevo lírico também tem espaço na folia olindense, com destaque para a Terça Lírica, quando 11 blocos se reúnem para desfile, com saída às 20h do Largo do Amparo. A apoteose acontece no Sítio Seu Reis.

Desfile dos Bonecos Gigantes - E como falar do Carnaval de Olinda sem mencionar o tradicional desfile dos bonecos gigantes? Cerca de 150 foliões gigantes, na terça-feira, arrasta uma multidão pelas ladeiras históricas. O encontro está marcado para às 10h, no Largo de Guadalupe, e segue pelas principais ruas do Sítio Histórico até a Prefeitura de Olinda, com chegada prevista para às 13h. O “esquente” desses foliões acontece ainda durante as prévias carnavalescas, dia 04 de fevereiro, na tradicional Corrida dos Bonecos Gigantes.


OS POLOS

O Carnaval de Olinda é conhecido por ser uma grande festa popular de rua. Mas paralelo aos desfiles das troças que sobem e descem as ladeiras do Sítio Histórico, o folião que vai até Olinda também terá uma vasta opção de músicos que se apresentam nos polos localizados não apenas no Sítio Histórico, mas em diversos bairros de Olinda.

Alceu Valença, Orquestra Contemporânea de Olinda, Zuza Miranda, Maracatu Nação Pernambuco, Tito Lívio, J. Michilis, Elba Ramalho, Geraldo Azevedo, China, Roger Man e Ska Maria Pastora, Karina Buhr, Jorge Riba, Eddie, Mesa de Samba Autoral, Gerlane Lopes, Família Salustiano e Rabeca Encantada, Ortinho, Claudionor Germano, Som da Terra, Quinteto Violado são alguns dos nomes que prometem garantir a animação.
Os polos Infantil, Samba, Maracatus e Afoxés, Guadalupe, Fortim, Amaro Branco e Sítio de Seus Reis ficam localizados em diferentes áreas do Sítio Histórico. Este ano, o polo Maracatus e Afoxés, em frente ao Mercado Eufrásio, traz uma grade com cerca de 20 grupos, durante os quatro dias de folia, sempre a partir das 16h. Os demais polos são localizados nos bairros de Rio Doce, Peixinhos, Bultrins, Salgadinho e Ouro Preto, que também terão desfile de agremiações de fantasias. Elefante, Marim dos Caetés, Pitombeira, entre outros vão visitar os bairros de Rio Doce e Peixinhos.

Horário dos Pólos
01 - Infantil (Parque do Carmo), das 09 às 17h.
02 - Samba (Alto da Sé), a partir das 14h.
03 - Maracatus e Afoxés (Varadouro, em frente ao Mercado Eufrásio), a partir das 17h.
04 - Guadalupe (Largo do Guadalupe), a partir das 16h.
05 - Bonsucesso (Largo do Bonsucesso)
06 - Fortim (Praça do Fortim), a partir das 17h.
07 - Rio Doce (Rua Pintasilgo), a partir das 15h.
08 - Peixinhos (Avenida Nacional), a partir das 17h.
09 - Salgadinho (Rua Severino Pereira), a partir das 15h.
10 - Ouro Preto (Avenida Argentina Castelo Branco), a partir das 17h.
11 - Afro Nação Xambá (Rua Severina Paraíso da Silva)
12 - Amaro Branco (Praça do Amaro Branco), a partir das 16h.
13 - Casa da Rabeca do Brasil (Cidade Tabajara), domingo e segunda-feira de Carnaval, das 9h às 18h.
14 - Sítio de Seu Reis (Parque do Carmo), a partir das 17h.
15 - Bultrins


CARNAVAL ON LINE

Para os foliões que querem acompanhar todos os clarins, prévias e troças carnavalescas que fazem a festa em Olinda, o endereço eletrônico já está no ar. É o http://carnaval.olinda.pe.gov.br/. Lá consta toda a programação de prévias e matérias de serviços organizados pela prefeitura de cidade, além de um completo banco de imagem. Faça a sua agenda!

CARNAVAL DO RECIFE 2012 E OS SEUS HOMENAGEADOS

O artista plástico, José Cláudio, e o cantor, Alceu Valença, são os ícones que recebem reverência da capital pernambucana no próximo carnaval .



O prefeito João da Costa anunciou os homenageados do Carnaval Multicultural 2012. Dessa vez a Prefeitura do Recife rende homenagem a dois ícones que abrilhantam a história e a cultura da capital pernambucana: o músico Alceu Valença e o artista plástico José Cláudio. As experiências de vida e o trabalho desses dois nomes, que traduzem em sua arte a essência da cultura pernambucana, são fatos que motivaram a Prefeitura da Cidade do Recife a fazer essa justa homenagem.

O anúncio contou com a presença do secretariado, funcionários e de artistas como Claudionor Germano, Belo X, Ramos Silva. “As obras dos dois por si só justifica a nossa escolha e essa homenagem, pois revelam a beleza e a identidade do povo pernambucano. Carnaval é a síntese da cultura dessa cidade e esses dois artistas vão nos emprestar sua arte para enriquecer nossa festa”, afirmou João da Costa.

Celebrar e reverenciar Alceu Valença e José Cláudio é mais do que reconhecer o talento e a importância dos dois artistas, trata-se de um presente para população que pode aproximar-se um pouco mais destes dois mestres e conhecer melhor suas obras. “Alceu Valença é um compositor responsável por alguns dos maiores sucessos dos carnavais das últimas três décadas. Ele carrega na sua música a alegria e espontaneidade que são também a marca do nosso carnaval. E José Cláudio traz nos seus traços as paisagens e o cotidiano da cidade, além de retratar também as cores, fantasias e diversidade do carnaval. São duas merecidas homenagens”, afirma o secretário de Cultura, Renato L.

“Eu sempre gostei do carnaval, desde criança, principalmente daquele carnaval de rua, com sol quente e a sombra recortada no chão. Receber essa homenagem justamente no carnaval é muito bom. É como se fosse um grande outdoor para o meu trabalho, a cidade inteira vestida com minhas obras. Agradeço ao prefeito por ter me escolhido”, disse José Cláudio.

Alceu Valença também agradeceu. “Eu vim muito cedo morar aqui e via o carnaval passar na minha rua pela janela. Isso tudo foi entrando em mim e o Recife foi me marcando de uma maneira muito especial. Eu fui morar em outra cidade, e outro país, mas as minhas referências, nunca esqueci.Fico lisonjeado e emocionado com tamanha homenagem”, contou.

Desde 2001, a PCR destaca duas personalidades importantes para reverenciar durante o Carnaval. A escolha dos nomes leva em consideração a relevância dos seus trabalhos e a relação íntima dos artistas com a capital pernambucana e com a festa de Momo. Os dois últimos homenageados do Carnaval Multicultural foram a artista plástica Tereza Costa Rego e o Maestro Duda.

JOSÉ CLÁUDIO

José Cláudio da Silva nasceu em Ipojuca, Pernambuco, em 1932. Começou a desenhar nos papéis de embrulho da loja de seu pai, Amaro Silva. Em 1952, interrompeu o curso de Direito, da Faculdade de Direito de Recife, e ingressa no Atelier Coletivo, da Sociedade de Arte Moderna do Recife, dirigido pelo escultor Abelardo da Hora.

Na Bahia, freqüentou ateliê de Mário Cravo e Caribé. Trabalhou com Di Cavalcanti e Lívio Abhramo, em São Paulo, onde fez sua primeira exposição individual: "Desenhos", Clube dos Artistas e Amigos da Arte, 1956.

Em 1957 participa da IV Bienal de São Paulo, que lhe confere prêmio de aquisição. Em 1975 pinta 100 óleos documentando aspectos da Amazônia. Fez essa viagem pelo Rio Madeira a convite do zoólogo e compositor Paulo Vanzolini, que costumava levar um artista em excursões à Amazônia (hábito dos cientistas mais antigos).

Um dos desenhos da série sobre a Amazônia foi levado pelo zoólogo americano Ronald Hayer para o Museum of Natural History, da Smithsonian Instituiton, Washington. Os quadros foram adquiridos pelo governador de São Paulo, Paulo Egydio, e se encontram hoje no Palácio Bandeirantes.

Trabalhou na Bahia com Mário Cravo, Carybé e Jenner Augusto; e em São Paulo com Di Cavalcanti. Estudou gravura com Lívio Abramo na Escola de Artesanato do Museu de Arte Moderna de São Paulo; Modelo Vivo e História da Arte na Academia de Belas Artes de Roma, bolsista da Fundação Rotelini (Itália).

Lançou os livros Viagem de um jovem pintor à Bahia e Ipojuca de Santo Cristo (1965), Bem dentro (1968); Meu pai não viu minha glória (1995); e Os Dias de Ubá (inspirado no diário de viagem ao Benin, África.

Em 1992, foi um dos dez artistas brasileiros eleitos por uma comissão de críticos para fazer cartaz comemorativo dos 50 anos da chegada da Coca-Cola ao Brasil: "Coca-Cola 50 anos com arte". Em 2004, pintou um painel sobre festas populares de Pernambuco para o novo Aeroporto dos Guararapes. Atualmente reside em Olinda.


ALCEU VALENÇA

Alceu Paiva Valença nasceu em 1 de julho de 1946, em São Bento do Una, no Agreste de Pernambuco. Nas cercanias da Fazenda Riachão, onde foi criado, travou contato com a cultura dos cordelistas, emboladores de coco, aboiadores, cegos cantadores de feira, tocadores de forró, baião, xote e demais gêneros que compõem a identidade musical e poética do Agreste e do Sertão.

Aos oito anos, mudou-se com a família para a Rua dos Palmares, no Recife, e ali viu descortinar-se diante de seus olhos e ouvidos uma cultura diversa daquela adquirida em sua São Bento natal, mas tão pernambucana quanto a primeira. Foi então que absorveu as influências do frevo, do maracatu, dos caboclinhos, da ciranda, da poesia de Ascenso Ferreira e Carlos Penna Filho, dos programas de auditório que frequentava assiduamente - e também do cinema e da política.

Adolescente, atuou como jogador de basquete dos juvenis do Clube Náutico Capibaribe, entrou para a Faculdade de Direito do Recife, passou um período na Universidade de Harvard (EUA), trabalhou como redator em sucursais de jornais e revistas, teve seus primeiros poemas publicados nos cadernos literários do Jornal do Commercio e do Diario de Pernambuco.

Assumiu a música como ofício ao classificar três composições na fase eliminatória do Festival Internacional da Canção (F.I.C.), promovido, em 1970, pela TV Globo. Mudou-se para o Rio, onde formou o grupo Os Pernambucanos, ao lado de Geraldo Azevedo e Paulo Guimarães, que posteriormente virou uma dupla: Alceu e Geraldinho. Unindo composições de um e de outro – além de parcerias como “Talismã” – o duo lança seu primeiro disco em 1972, com respaldo da crítica e pouco conhecimento do público. A embolada “Papagaio do Futuro” é classificada no F.I.C. e defendida, no Maracanãzinho, por Alceu, Geraldo e Jackson do Pandeiro.

Dois anos depois, Alceu participa como ator do filme “A Noite do Espantalho”, de Sérgio Ricardo. Foi um impulso decisivo para que o cantor (que interpretava o próprio Espantalho) ganhasse maior visibilidade nacional. Na esteira do êxito cinematográfico, grava seu primeiro álbum solo, “Molhado de Suor” (1974).

Em 1975, Alceu se apresenta no Festival Abertura, da TV Globo, com “Vou Danado Pra Catende”. Ao lado de figuras hoje lendárias da contracultura pernambucana – Lula Côrtes, Zé Ramalho, Paulo Rafael e Zé da Flauta, entre eles – a mistura de rock com ritmos agrestinos promovida pela trupe surpreende o público e o júri, que resolve criar, na hora, a categoria Melhor Pesquisa, para contemplá-los.

O cantor gravaria mais dois álbuns na década de 70, radicalizando o experimentalismo apresentado no Festival Abertura: “Vivo” (1976) e “Espelho Cristalino” (1977), até hoje citados entre seus melhores trabalhos. Em 1978, percorre o país ao lado do mestre Jackson do Pandeiro no Projeto Pixinguinha. Aclamado pelos críticos, mas ainda distante do sucesso, Alceu decide passar uma temporada em Paris, que seria determinante para os rumos de sua carreira.


Na França, Alceu grava o até hoje inédito “Saudades de Pernambuco”, que representa um mergulho em suas raízes e estabelecia, parcialmente, as diretrizes que o consagrariam na década seguinte. Ainda na capital francesa, compõe uma música inspirada em Jackson do Pandeiro: “Coração Bobo”, que se tornaria um sucesso estrondoso, a partir de 1980.
É o momento da afirmação nacional de Alceu. De volta ao Brasil, enfileira sucessos em álbuns como “Coração Bobo” (1980), “Cinco Sentidos” (1981), “Cavalo de Pau” (1982) e “Anjo Avesso” (1983) – todos com mais de 1 milhão de cópias vendidas. Músicas como “Tropicana”, “Anunciação”, “Como Dois Animais”, “Pelas Ruas Que Andei” e “Cabelo No Pente” tomam as rádios e o coração do povo em todo o país.

Neste período, Alceu dá prosseguimento à sua carreira internacional – iniciada timidamente na França. É aclamado no Festival de Montreux (onde voltaria em outras cinco oportunidades) e no Carneggie Hall, em Nova York. Em 1985, participa pela primeira vez do Rock in Rio. No mesmo ano lança “Estação da Luz”, que sucede “Mágico” (1984) e antecipa “Rubi” (1986) e “Leque Moleque” (1987).
Na década seguinte, flerta com o blues no álbum “Andar Andar” (1990) e ratifica a ponte entre os sons do Nordeste e o pop internacional em “Sete Desejos” (1991) e “Maracatus, Batuques e Ladeiras” (1994). Seu show no Rock in Rio II é considerado o melhor do festival por um júri internacional de críticos e especialistas.

Junta-se aos parceiros de geração Elba Ramalho, Zé Ramalho e Geraldo Azevedo para realizarem – no palco e em disco ao vivo - o bem-sucedido “O Grande Encontro” (1996), até hoje uma das reuniões mais festejadas da música brasileira. Revisita sua própria trajetória no disco “Sol e Chuva” (1997) e promove um regresso às raízes em “Forró de Todos os Tempos” (1998) e “Forró Lunar” (2001), reverenciados pela turma universitária que redescobriu o forró no final dos anos 90.

Sintonizado com as novas formas de distribuição de discos e com os selos independentes que proliferam no período, Alceu lança “De Janeiro a Janeiro” (2002) nas bancas de todo o país, mesmo ano em que realiza seu primeiro DVD – “Ao Vivo em Todos os Sentidos”, recorde de público da Fundição Progresso, no Rio. Uma renovada safra de grandes canções pontua o álbum “Na Embolada do Tempo” que propicia seu retorno, em grande estilo, à programação das FMs.

Em 2006, leva 150 mil pessoas ao Recife antigo para a gravação de um novo DVD: “Marco Zero ao Vivo” é uma ode ao carnaval com frevos, maracatus, caboclinhos e cirandas que ratificam Alceu Valença como a principal voz da identidade pernambucana. No álbum “Ciranda Mourisca” (2009), revisita músicas menos conhecidas de sua obra, em versões acústicas, com leve toque oriental.

Homenageado do carnaval de 2012, pela Prefeitura de Recife, Alceu prepara o lançamento de um novo disco, totalmente dedicado ao frevo. Ainda este ano, chega às telas seu primeiro filme, “A Luneta do Tempo”, onde estreia como autor e diretor de cinema. Em sua múltipla e atemporal embolada, Alceu segue se reinventando.

Fonte: Assessoria de imprensa da prefeitura da cidade do Recife

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