PROFÍCUAS PARCERIAS

Gabaritados colunistas e colaboradores, de domingo a domingo, sempre com novos temas.

ENTREVISTAS EXCLUSIVAS

Um bate-papo com alguns dos maiores nomes da MPB e outros artistas em ascensão.

HANGOUT MUSICARIA BRASIL

Em novo canal no Youtube, Bruno Negromonte apresenta em informais conversas os mais distintos temas musicais.

sábado, 28 de fevereiro de 2009

OS DIAGONAIS

Liderado pelo cantor, compositor e instrumentista paraibano Cassiano, Os Diagonais, originalmente chamados de “Bossa Trio”, foi criado em 1964. Com carreira curta, o grupo gravou, além de uma série de compactos, apenas dois LPs pela RCA. Com uma mistura original de samba e soul, o grupo teve uma ênfase grande na parte dos vocais, antes de ser desfeito, excursionou por cidades do interior da Bahia e de Minas Gerais, além de servir de banda de apoio para Tim Maia no início da carreira do “síndico” no final dos anos 60, levado por nomes como:
Paulinho (bateria);
Luizão (baixo);
Carlinhos (piano);
Marcos (guitarra);
Luís Wagner (guitarra e coordenação artística);
Hyldon (guitarra);
Antonio da Anunciação (vibrafone);
Osmar Milito (piano elétrico);
Waldir Arouca (maestro);
Walter Branco (maestro);
João Costa Netto (direção artística);
Cassiano (vocal).
Fica aqui então disponível para àqueles que acompanham o Musicaria Brasil, os dois LP’s lançados por eles.

DISCOGRAFIA:

Os diagonais (1969)

Faixas:
01 - Baby, baby
02 - Na Baixa do Sapateiro
• Helena Helena
03 - Não dá pra entender
04 - Solução
• Cabelos brancos
05 - Meu sonho é você
• Sabe Deus (Sabrá Dios)
06 - Meu Cariri
07 - Clarimunda
08 - Praça Onze
• Bat macumba
09 - O trem atrasou
• Atire a primeira pedra
10 - Terezinha de Jesus
• Cala a boca, Etelvina
11 - Siga
• Célia
12 - General da banda
• Vai, que depois eu vou


Os Diagonais – Cada um na sua (1971)
Faixas:
01 - Sai de lado
02 - Adivinhe meu pensamento
03 - Vou perder você
04 - Todo meu amor
05 - Atrás do sorriso
06 - Eliana
07 - Nem Deus
08 - Não vou chorar
09 - Novos planos para o verão
10 - Cada um na sua
11 - O mal passará
12 - Tema de Fanny

NASCENTE (FLÁVIO VENTURINNI)

A INTERNET AJUDA NA PRESERVAÇÃO DA MEMÓRIA MUSICAL BRASILEIRA?

Pesquisadores e amantes de música brasileira podem encontrar cada vez mais discos raros na rede. As informações sobre como foram gravadas e compostas ainda são escassas, mas músicos e blogueiros se empenham para compartilhar seus acervos e, assim, salvar raridades do esquecimento.

Jornalistas e críticos de música, instrumentistas, cantores e amantes de descobertas sobre a MPB em geral já encontram na internet uma importante ferramenta para complementar seu trabalho no garimpo em sebos e acervos. Blogs, sites com documentos e gravações digitalizados, enciclopédias virtuais e os populares MySpace e YouTube viraram fonte de consulta obrigatória para descobrir pérolas da música brasileira de todas as épocas. Nesse garimpo, artistas e obras importantes que vinham caindo no esquecimento são recuperados. Por gente que antes não tinha acesso ou mesmo curiosidade.Para acessar esses sites, no entanto, especialistas recomendam atenção a algumas armadilhas do meio. A qualidade do som é um deles. Arthur Dapieve, autor de BRock: o Rock Brasileiro dos Anos 80 (Editora 34) se diz afeito às "re-re-remasterizações" de áudio em nome da boa qualidade do som. O jornalista também defende o cuidado na importância da apresentação dos dados técnicos das obras. Mas admite a importância da ferramenta como fonte de informação.E como aproximador de pessoas. Dapieve escreveu com os pesquisadores e jornalistas Tárik de Souza, Charles Gavin e Carlos Callado o livro 300 discos importantes da música brasileira, no qual sugerem uma discoteca básica comentada - da qual a maioria dos títulos só pode ser conhecida em sebos ou na internet. O projeto foi tocado por cinco anos quase que integralmente à distância. "Só nos encontramos os quatro juntos, pela primeira vez, no dia do lançamento", conta.Alguns pesquisadores já possuem uma espécie de "internet pessoal" em seus próprios acervos. É o caso de Zuza Homem de Mello, autor de Música nas Veias e A Era dos Festivais (ambos pela Editora 34). Aos 75 anos, desde os 15 trabalhando com música, ele reuniu 15 mil vinis, cinco mil CDs, além de incontáveis livros e documentos. Mas mesmo para o pesquisador e músico, que faz questão de frisar a importância das consultas a arquivos e bibliotecas, algumas informações ficaram mais acessíveis com a rede. "Isso é um passo gigantesco que se conquistou no trabalho de apoio à pesquisa. Em 10 minutos é possível ouvir uma música online", diz. Pare ele, contudo, a quantidade de informação existente hoje exige muito mais trabalho na seleção.Tárik de Souza endossa a opinião. Autor de livros sobre música brasileira como Tem Mais Samba: das Raízes à Eletrônica (Editora 34) e Som Nosso de Cada Dia (L& PM), ele também poderia se ater, em suas pesquisas, à navegação pelas suas 20 mil pastas repletas de recortes de jornais, entrevistas e fotografias, 12 mil discos de vinil e cerca de 24 mil CDs. Tárik, responsável pelas informações de importantes acervos e sites online, admite a relevância da ferramenta, mas, como bom jornalista, alerta: é preciso duvidar e buscar outras versões. "Se você não tiver uma base, vai na onda e acaba propagando uma informação errada". Para ele, também falta na internet informações extra-oficiais, como as encontradas no MySpace de cada artista.Tárik aponta o YouTube, esse sim, como uma ferramenta valiosa. "Você encontra, por exemplo, muitas gravações do João Gilberto lá. Se fosse depender do próprio, não acessaríamos esse material. Se as gravadoras são difíceis com direitos musicais, imagine os audiovisuais", aponta. Para ele a internet ainda é um primeiro passo: "A audição árida e precária ainda é uma grande ferramenta para estimular a procura dos discos. A partir dali e da sua curiosidade, você vai para o mundo físico", considera.

CURIOSIDADES DA MPB

Não quero ver você triste nasceu a partir de uma melodia que, de repente, Erasmo Carlos começou a assobiar para o parceiro Roberto Carlos, durante um encontro no Rio. Roberto Carlos gostou do tema e imediatamente começou a fazer a letra, que ficou pronta em dez minutos. "A poesia passou quase que imperceptivelmente para o papel. Parece que, mesmo que eu não quisesse, a mão iria escrever", disse o cantor.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

70 ANOS DE WILSON SIMONAL

Se hoje estivesse vivo, Wilson Simonal de Castro estaria completando 70 anos de vida. Simonal era militar do Exército e começou a carreira cantando calipsos e música em inglês nos bailes do 8º grupo de Artilharia da Costa. Em 1961, foi crooner do conjunto de calipso Dry Boys, integrando também o conjunto Os guaranis. Apresentou-se no programa Os brotos comandam, apresentado por Carlos Imperial, um dos grandes responsáveis por seu início de carreira. Cantou nas casa noturnas Drink e Top Club. Foi levado por Luiz Carlos Miéle e Ronaldo Bôscoli para o Beco das Garrafas, que era o reduto da bossa nova.
Em 1964, viajou pelas América do Sul e América Central, junto com o conjunto Bossa Três, do pianista Luís Carlos Vinhas.
De 1966 a 1967, apresentou o programa de TV Show em Si ...monal, pela TV Record - canal 7 de São Paulo. Seu diretor era Carlos Imperial. Se revelando um showman, fez grande sucesso com as músicas País tropical (Jorge Ben), Mamãe passou açúcar em mim, Meu limão, meu limoeiro e Sá Marina Carlos Imperial, num swing criado por César Camargo Mariano, que fazia parte do Som Três, junto com Sabá e Toninho, e que foi chamado de pilantragem (uma mistura de samba e soul), movimento também idealizado e capitaneado por Carlos Imperial.
Em 1970, acompanhou a seleção brasileira de futebol na Copa do Mundo, realizada no México, onde tornou-se amigo dos jogadores de futebol Carlos Alberto e Jairzinho e do maestro Erlon Chaves.
Nessa época, Simonal era um cantor bastante assediado pela imprensa e pelos fãs, e vivia o auge de sua carreira.
No início da década de 1970, Simonal foi vítima de um desfalque, e contratou gente para dar uma surra em seu contador por conta de questões financeiras e fiscais. Esse contador trabalhava também para diversos atores e diretores da Rede Globo, e, revoltado com o ato de Simonal, acabou se aliando com João Carlos Magaldi, então diretor da Central Globo de Comunicação. Juntos, inventaram um boato terrível, com o único objetivo de destruir completamente a carreira do cantor: Simonal seria um alcagüete a serviço da ditadura militar, e estaria delatando supostas práticas "subversivas" de vários artistas.
Durante o inquérito que apurava a surra, assim, Simonal foi acusado de ser informante do Dops. O jornal alternativo O Pasquim acusou-o de dedo duro, e a mentira teve ampla aceitação. Simonal ficou desmoralizado no meio artístico-intelectual e cultural da época, e sua carreira começou a declinar.
A classe artística inteira e o público voltaram-se contra Simonal. Até a sua morte, trinta anos depois, ele ainda não conseguira livrar-se da fama de traidor, embora o boato que o vitimara tivesse sido posteriormente desmentido por várias vezes.

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

DICAS DA MUSICARIA (ESPECIAL CARNAVAL)


Dando continuidade ao tema carnaval e contextualizando-me com a última postagem, postarei mais dois discos relacionados ao tema.

CORAL MADEIRA DE LEI - CANTO DE AMOR A RECIFE E OLINDA
01 – Frevo nº01 do Recife
02 – Hino do Elefante
03 – Frevo nº 3 do recife
04 – Recife meu sonho
05 – Evocação nº2
06 – Recife de Sonhos
07 – No cordão da saideira
08 – Recife madeira de lei
09 – Madeira que cupin não rói
10 – Hino dos Batutas de São José
11 – Parte de mim
12 – Pelas ruas do Recife
13 – Pitomba Pitombeira
14 – É de fazer chorar15 – Evocação nº1




PIERROT & COLOMBINA - VÂNIA ABREU E MARCELO QUINTANILHA (2006)
Faixas:
01 - Quando o Carnaval Chegar
02 - Lamento de Carnaval
03 - Manhã de Carnaval
04 - Noite dos Mascarados
05 - Máscara Negra
06 - Quem te Viu, Quem te Vê
07 - Camisa Amarela
08 - Retalhos de Cetim
09 - Além da Brincadeira
10 - Não Deixe o Samba Morrer
11 - A Felicidade
12 - Marcha da Quarta-Feira de Cinzas
13 - Aquele Frevo Axé
14 - Amantes Cinzas
15 - No Cordão da Saideira

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

DICAS DA MUSICARIA (ESPECIAL CARNAVAL)

CAETANO VELOSO - MUITOS CARNAVAIS (1977)

Faixas:
01 - Muitos carnavais (Caetano Veloso)
02 - Chuva, suor e cerveja (Caetano Veloso)
03 - A filha de Chiquita Bacana (Caetano Veloso)
04 - Deus e o diabo (Caetano Veloso)
05 - Piaba (Caetano Veloso)
06 - Hora da razão (J.Luna - Batatinha)
07 - Atrás do trio elétrico (Caetano Veloso)
08 - Um frevo novo (Caetano Veloso)
09 - Cara a cara (Caetano Veloso)
10 - La barca (Moacir Albuquerque - Caetano Veloso)
11 - Qual é, baiana? (Moacir Albuquerque - Caetano Veloso)
12 - Guarde seu conselho (Luis de França - Alcebíades Nogueira)



ALCEU VALENÇA - AO VIVO NO MARCO ZERO (2006)

Faixas:
01 - Voltei, Recife - Part. Esp.: Silvério Pessoa
02 - Vampira
03 - Caia Por Cima de Mim
04 - Me Segura, Senão Eu Caio
05 - Embolada do Tempo - Part. Esp.: Daúde
06 - Dona de 7 Colinas
07 - Nas Asas de um Passarinho
08 - Beijando a Flora
09 - Pirata José
10 - Carnaval na Marim
11 - Vassourinha Aquática - Part. Esp.: Zeca Baleiro
12 - Pot-pourri Cirandas/ Luar de Prata/ Ciranda da Aliança
13 - Maracatu - Part. Esp.: Paula Lima
14 - Bom Demais

domingo, 15 de fevereiro de 2009

JOSÉ MAURÍCIO MACHLINE

Durante muitos anos, principalmente do final da década de 80 adentrando pela seguinte, uma pessoa em especial procurou fazer muito pela nossa MPB. Na época, a imprensa destacava-o como um jovem executivo, que vinha canalizando todo seu tempo livre - e muitos recursos - para que nossos talentos encontrassem um prestigiamento cada vez mais difícil.
Esse jovem chamava-se José Maurício Machline, vice-presidente de comunicação do grupo Sharp, que ama a música desde a infância e, vinha mostrando como uma empresa pode manter um grande evento cultural.
Idealizou ainda na década de 80 uma grande premiação para os melhores do disco, espalhados em ma
is de 40 categorias, a exemplo do Grammy - que promovido desde 1958 pela Academia de Artes e Ciências Fonográficas dos Estados Unidos está para a indústria fonográfica o que Oscar representa para a indústria do cinema.
Pela seriedade da promoção, a representatividade dos nomes que, inteligentemente, buscou para apoiá-lo na coordenação deste evento - entre os quais Mário Henrique Simonsen, Dorival Caymmi, maestro Julio Medalha, produtor Zuza Homem de Mello, entre outros - e a formação de um júri de 25 especialistas - entre jornalistas, artistas, produtores musicais, críticos etc.
O Prêmio Sharp da Música teve sua credibilidade e importância cada vez mais valorizada com o passar dos anos. O grande júri, após ouvir todos os discos de música brasileira pré-selecionados para o projeto, atribui notas, de um a dez, que são analisados por computador para a elaboração das cinco finalistas, cujos nomes são divulgados alguns dias antes da festa de entrega dos prêmios. Por sistema de pontuação, há os escolhidos em cada categoria que somente são an
unciados em festa de gala da música brasileira, que era realizada anualmente no auditório do Hotel Nacional (Barra da Tijuca, RJ), exceto em 1989, ano em que o homenageado foi Dorival Caymmi, e que aconteceu no golden room do Copacabana Palace. No primeiro ano, o homenageado foi Vinícius de Moraes (1913-1980), no ano seguinte (1988), Maysa (1933-1977) e no seguinte, Elizeth Cardoso, escolhida antes de sua morte ocorrida em 7 de maio de 1990. Em 1992 a homenagem foi para Luiz Gonzaga.

O PRODUTOR, O ARTISTA
Ao lado de sua visão empresarial e de animador cultural, José Maurício Machline é também um artista. Cantor de boa voz, sabendo valorizar o repertório romântico que interpreta é sempre requisitado para mostrar seu talento em ambientes que freqüenta. Apenas por insistência de amigos, concordou em gravar discos. A primeira vez, na década de 80, quando criou uma etiqueta, a Pointer, pela qual produziu mais de 20 discos da melhor qualidade, hoje collector's itens na carreira de seus artistas - entre os quais Leny Andrade, uma de suas boas amigas.
Já na década de 90, apenas como brinde para amigos, José Maurício reuniu alguns instrumentistas amigos - como o violonista Natan Marques, pianista Jather Garotti, violoncelista Renato Lemos, percussionistas Ary Dias e Luiz Macedo para o programar os teclados e como resultado fez um elepê simples, afetivo que só não entrou na relação das dez melhores produções alternativas porque só nos chegou em janeiro.
Modesto, sem pretensões - poderia, pelo seu relacionamento, fazer o disco em marca profissional e convocar nomes famosos para textos de encarte, Zé Maurício preferiu apenas gravar um registro espontâneo, como se estivesse cantando em sua casa. Assim, juntou um repertório de standards e à sua interpretação juntaram-se vozes de muitos dos amigos e artistas que, merecidamente, o estimam e admiram pela sua personalidade fascinante, sempre aberto à projetos culturais. Tendo já provado sua competência dirigindo belos shows musicais - como um sucesso que projetou a suave Jane Duboc interpretando músicas famosas do cinema - Zé Maurício, agora mostra seu jeito cordial e afetivo de (en)cantar com um repertório que abre com "Ne Me Quitte Pas" (Jacques Brel) e "Senza Fine" (Giono Paoli) em contracanto com Lucinha Lins, prossegue com "Angélica" (Miltinho-Chico Buarque), com a participação especial de Jane Duboc, emendando com outra musa do universo buarqueano ("Carolina" - desta vez com a participação de Elba Ramalho) e dando ao acordeonista Dominguinhos um solo incrível na belíssima "Saigon" (Paulo Cesar Feital/Cláudio Cartier) e encerrando a face "A" do disco com "Se o Amor Pudesse" uma das mais belas letras (e pouco conhecidas que Vinícius de Moraes criou para belíssimas harmonias de Marilia Medalha), aqui com a participação de Dudu Moraes.
No lado dois, Zé Maurício abre novamente com um clássico romântico dos anos 50 - "Cry Me a River" (Arthur Hamilton), que foi o grande prefixo da hoje esquecida (e desconhecida das novas gerações) Julie London, "Acorda Amor", que Chico Buarque compôs na época da repressão com o pseudônimo de Julinho de Adelaide ganhou uma versão extremamente bem humorada com a participação do artista transformista Paulette. Já Eduardo Araújo é que foi o convidado em outra parceria de Chico e Francis Hime, "Paraná" e Giovana faz ouvir sua forte voz em "Nenem" (Maurício Tapajós). Buscando uma das mais perfeitas parcerias de Geraldo Pereira (1918-1955) e Nelson Trigueiro, "Sem Compromisso", Zé Maurício divide esta faixa com a marrom Alcione. Do samba ao tango, com "Cambalache" (J. S. Discepolo) em que, vejam só, é Chico Anísio que tem a participação especial. Encerrando, "Tal Mãe, Tal Filha" - uma das primeiras parcerias de Aldir Blanc e João Bosco, com a participação do parceiro Paulo Emílio (já falecido) e que tem outra surpresa na gravação: a presença de Thales Pan Chacon, conhecido ator.
Arranjos ajustados ao clima de cada música, simples e cordial eis um exemplo agradável de música para se ouvir com imenso prazer - mostrando mais uma faceta deste múltiplo Machline.

O SUCESSO DE MARCELO DIRETO DO TÚNEL DO TEMPO

Por Josué Ribeiro

Em 1981, o Brasil tinha pouco mais de 1.200 emissoras de rádio e todas elas tocaram o hit “Abre Coração”, um sucesso do cantor Marcelo em parceria com o cantor e compositor americano Jim Capaldi. A música permanece viva na memória de quem tem mais de trinta anos. Para reforçar o sucesso da balada romântica, a Rede Globo incluiu “Abre Coração”, na trilha sonora da novela “O Amor é Nosso”, de Wilson Aguiar Filho e Roberto Freire. Marcelo já tinha nome no segmento, mas sua popularidade nacional foi conquistada com o sucesso da música.

Com a popularidade em alta, surgiram fã-clubes espalhados pelo país inteiro. A maior contribuição para a sua projeção nacional, vinha das aparições que fazia nos programas de tevês, aparições estas, marcadas pelas cenas de histerias das fãs que queriam arrancar pedaços do cantor. Em programas de apresentadores como Chacrinha, Sílvio Santos e outros do gênero, as câmeras exploravam cenas explícitas da idolatria das meninas por Marcelo. A coisa beirava o dramático, como a experiência que narrou em junho de 1982 para a revista TV Ilusão: “Era uma certa cidade do interior goiano. Terminado o show, os guardas fizeram um cordão de isolamento pra eu me mandar. Mas, quando alcancei o carro, uma guria furou o cordão, chegou na janela do automóvel e me deu a maior dentada na orelha. Nesse instante o motorista saiu com o carro. Bicho, foi um sufoco. O carro andando e minha orelha presa, sendo arrancada pelos dentes da garota. A dor era tremenda, pensei que ia ficar sem a orelha. Finalmente ela largou. Saiu sangue. Ficou um hematoma enorme. Mas no fundo, no fundo, eu curti o que aconteceu. Eu curto essas coisas!” Naquele momento, onde se iniciava uma nova fase da música popular brasileira com a anárquica banda Blitz, Marcelo era o único autêntico cantor carioca, talvez o último representante dos cantores galãs que fazia o tipo romântico moderno.

O sucesso da música “Abre Coração” para situar o leitor distraído, coincide com o nascimento da apresentadora Sabrina Sato, a espevitada do programa Pânico na TV, com a largada definitiva do SBT, com a estréia da atriz Débora Bloch em novelas (Jogo da Vida), aos 18 anos, e com a estréia do programa Viva o Gordo. No mesmo ano o cantor Ney Matogrosso explodia com “Homem com H” e Rita Lee recebia o Troféu Imprensa como a melhor cantora do ano. Certamente são dados importantes da época, mas também são fatos esquecidos pelo tempo. Contudo, ao ouvirmos Abre Coração, imediatamente nos lembraremos do ano de 1981 e de como foi importante na carreira de Marcelo. “Estou fazendo uma média de 20 shows por mês e não tenho mais datas até o fim do ano. Isso é de matar qualquer um. Mas tá ótimo, incrível, maravilhoso. Este é o grande momento da minha carreira e tenho de aproveitar o máximo possível.” Declarou em junho de 82, sem espaços na agenda até o final do ano.


A aparência saudável que o jovem cantor ostentava no auge de sua carreira, em 1981, era o reflexo da vida em que levava na zona sul carioca. Sol da manhã na praia de Ipanema, barzinho à tarde no Leblon e rodinhas de amigos espalhadas pela orla à base de violão e muito papo, era o que mais pesava na bagagem do cantor.
No decorrer da década, Marcelo emplacou outros sucessos, como Olhos Diamante do LP de 1987, mas certamente, “Abre Coração” lhe acompanhará pelo tempo em que viver, aquele seu jeito de eternamente jovem, vai emoldurar a fotografia do cantor de cabelos longos e encaracolados, sorriso de garoto e roupas soltas, seu olhar brilhante e tudo mais, o farão inesquecível, sempre que se for comentar sobre os anos oitenta.

CARNAVAL DE OLINDA TERÁ PROGRAMAÇÃO NOTURNA

Com um aumento de 12 para 15 polos de folia, Olinda anunciou nesta quinta-feira (12) a infra-estrutura que está sendo montada para o Carnaval 2009. Para os foliões - que entre turistas e pernambucanos devem somar 250 mil pessoas -, mais segurança, postos de saúde, centrais de informação e, claro, mais festa. "O Carnaval de Olinda é feito pela população. Nós apenas o organizamos para oferecer um bom evento a todos", disse Márcia Souto, secretária de Cultura e Patrimônio.

Conforme prometido desde o ano passado, a programação da cidade, famosa por dar os primeiros acordes de frevo já nas primeiras horas do dia, será estendida para a noite. Além dos shows nos palcos e das orquestras itinerantes que já cuidavam da animação nas ladeiras, desta vez algumas das mais movimentadas ruas - como o Amparo, Prudente do Moraes e São Bento - receberão grupos culturais para garantir a festa aos foliões que não descem para o Carnaval noturno do Recife. "Tinha quem dizia que Olinda perdia a qualidade de noite. Estamos fechando a agenda para que 18 agremiações façam a festa até as 23h", antecipou o secretário municipal de Turismo, Maurício Galvão.

Nos cinco dias de folia, mais de 700 agremiações, entre maracatus, escolas de samba, blocos e bonecos gigantes, vão desfilar. A abertura oficial do Carnaval será na quinta-feira (19), às 20h, no Polo Fortim, com shows de Alceu Valença, Eddie e Orquestra Contemporânea de Olinda. Mais cedo, às 7h30, haverá a lavagem simbólica das ladeiras.

A programação dos polos ainda não foi anunciada pela prefeitura, mas algumas atrações já estão definidas. No Fortim, se apresentarão Leci Brandão, Otto, Maciel Salu e Bonsucesso. No Polo Samba, no Alto da Sé, Patusco, Preto Velho e D'Breck comandam o gingado. Selma do Coco, Almir Rouche, além de maracatus, afoxés e blocos líricos são as atrações do Guadalupe. Em Sítio de Seu Reis, no Parque do Carmo, Monica Feijó, Zé Cafofinho, Quinteto Violado. Afoxés, maracatus e orquestras de frevo estão escaladas para o Bonsucesso.

Entre os polos, ainda estão o Afro Nação Xambá, Maracatu, o da Casa da Rabeca, os descentralizados de Peixinhos, Salgadinho, Rio Doce e Ouro Preto, o Encontro de Maracatu no Espaço Lumiara e o Passódromo, que este ano se muda para a Praça do Jacaré.

Em Olinda assim como em várias cidades e festas de Carnaval em 2009, Mestre Salu é o homenageado da folia. Segundo Márcia Souto, não houve voto popular este ano. "Houve unanimidade entre autoridades e agremiações pelo nome de Salu. Ele e Olinda são uma coisa só. Apesar de ser natural de Aliança, ele escolheu esta cidade para ele."

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

CURIOSIDADES DA MPB

Baby Santiago foi o primeiro compositor a mencionar a Coca-Cola numa letra de música no Brasil. No rock Adivinhão (composição de 1961, em parceria com Tony Chaves), ele narra o ríspido diálogo de um pai com um playboy que namora sua filha: "À noite ela falta à aula/ pra ficar contigo e tomar Coca-Cola/ quando chega o fim do
ano/ ela leva bomba e você nem dá bola...".

CD FREVO DO MUNDO

Antologia renova o ritmo pernambucano unindo a tradição dos seus metais com novas texturas e interpretações de João Donato, Céu, Siba, Edu Lobo, Cordel do Fogo Encantado e maestro Spok, entre outros artistas
O frevo tem muitos amantes no carnaval. No cotidiano, nem tanto. Mas o disco Frevo do Mundo (Candeeiro Records), que chega às lojas em 28 de janeiro, busca justamente atrair ouvintes o ano inteiro. Com novas abordagens estéticas, esta antologia tem repertório incomum, apesar de formado por temas clássicos de Nelson Ferreira, Capiba, Luiz Bandeira e outros grandes compositores do gênero. Algumas melodias são pouco familiares até para os recifenses, numa mostra de que há muito mais do que Vassourinhas e Evocação No 1 para se escutar.
Aliás, das 14 faixas, talvez só Frevo No 1 do Recife, escrita por Antônio Maria em 1952, aqui presente na sólida interpretação de Edu Lobo, com arranjo de metais do maestro Clovis Pereira, seja facilmente conhecida em todo o país. As demais músicas, mesmo as que fizeram sucesso na Era do Rádio, hoje ficam restritas a Pernambuco.
Selecionado pelo Programa Petrobras Cultural, o disco impressiona pelos arranjos criativos, em que o frevo deixa de ser escravo da tradição e sofre modificações. Isso acontece logo na abertura do disco, com É de Fazer Chorar (clássico de Luiz Bandeira lançado originalmente em 1957), com a banda Eddie e a participação de maestro Spok utilizando os metais para fazer um frevo-canção com pitadas de ska.
João Donato - A surpresa sonora continua na faixa seguinte, Fogão, um frenético frevo-de-rua escrito por Sérgio Lisboa em 1953, que ficou bem mais suave nas mãos de João Donato, com acento caribenho e de bossa nova. "Parece de minha autoria. E o arranjo ficou em banho-maria porque não tenho a fervura do Recife e meu piano é lacônico", afirma Donato.
Mas o Frevo do Mundo não é daqueles tributos cujo tema homenageado passa por tantas mudanças que se descaracteriza completamente. Ao contrário, no disco está presente a essência das orquestras, do passo e da folia. O projeto inova exatamente por interagir com diferentes gerações da música brasileira e valorizar a escola de metais de Pernambuco. E contempla vários mestres da orquestração pernambucana. O brilho dos improvisos de Spok é dividido com os mestres Duda, Clovis Pereira e Ademir Araújo.
Céu e Orquestra Imperial - Os metais de Duda, por exemplo, ressalta tanto o piano de João Donato, como a batida eletrônica da cantora paulista Céu e o grupo 3 na Massa composto por Rica Amabis (Instituto) e Pupillo e Dengue (Nação Zumbi), no frevo-de-bloco Frevo de Saudade. O mesmo frescor e sobriedade na interpretação de Céu podem ser observados na voz de Rodrigo Amarante e sua Orquestra Imperial, em O Dia Vem Raiando. Esses dois temas são de Nelson Ferreira mas os arranjos diferem bastante do modelo tradicional de cantar frevo-de-bloco, geralmente feito em coro feminino, tendo apitos como introdução.
Já Siba e a Fuloresta renovam o frevo-canção Os Melhores Dias de Minha Vida, um antigo sucesso de Capiba de 1952, na voz de Carlos Galhardo. Embora produzida em estúdio, a faixa mais parece ter sido gravada nas ruas de Olinda, em pleno carnaval, quando os foliões descem as ladeiras ouvindo de longe as orquestras. Da mesma forma, esta faixa inicia com uma tuba isolada em som crescente, que ao poucos se soma a trompete, trombone, saxofone e bumbos.
Cordel - O disco regrava ainda Saudade, dos Irmãos Valença, que também é outro sucesso de 1952 e igualmente lançada por Carlos Galhardo, mas a versão do Cordel do Fogo Encantado, com o Maestro Duda, ressalta a voz teatral de Lirinha, recheada pelo diálogo melódico entre violão, fagote, clarinete, flauta e muita percussão.
Além da já citada faixa da banda Eddie, as versões com mais elementos da música pop ficaram por conta de Só Presta Quente, com Ortinho, e Oh! Bela, com o cantor China e o Sunga Trio. “Um frevo tão popular tinha que ter uma roupagem popularesca, numa mistura de Daftpunk, Kelly Key e Capiba”, brinca China.
A única música composta recentemente ficou para o Mundo Livre S/A, que faz uma bem humorada marcha de duplo sentido com Metendo Antraz, com direito a crítica ao imperialismo americano, típica do líder Fred 04. Já Isaar de França, mais conhecida como vocalista de DJ Dolores, mostra leveza em Paraquedista, de Roberto Bozan.
Frevo na flauta - O segundo tema instrumental do disco, ao lado de Fogão, é Isquenta Muié (Nelson Ferreira), com a banda recifense Flor de Cactus. “A viola faz o fraseado típico do sax e a flauta toma lugar dos metais na composição. O trabalho também tem o tom especial dado pelo Maestro Clóvis Pereira, que adicionou os instrumentos de sopro com a sonoridade de bandinha de interior, remetendo às antigas fanfarras”, comenta Caca Barreto, baixista e arranjador da banda.
A flauta também norteia o arranjo de Papel Crepom (Almira Castilho e Paulo Gracindo), num clima de andamento próprio dos anos 50. Gravada inicialmente por Jackson do Pandeiro, a nova versão é de Erasto Vasconcelos. E para concluir, a criativa Orquestra da Bomba do Hemetério encerra o disco com o contagiante frevo-de-rua Cabelo de Fogo (Maestro Nunes), intercalando a força dos metais, própria para sacolejar foliões do centro do Recife, com coral e percussão de boca.
Para Marcelo Soares, diretor da Candeeiro Records e produtor do disco em parceria com Pupilo (baterista da Nação Zumbi) e Caca Barreto, o resultado do trabalho é uma hibridização do ritmo pernambucano com novas texturas e interpretações, por meio da expressão de quem produz um novo estilo de música contemporânea no Brasil.
O maestro Spok, que tem se destacado com seu incrível trabalho de renovação do frevo, elogia a proposta. “Foi maravilhoso tocar com os músicos da nova geração. Na verdade, eu transito bem entre a tradição e a novidade. Gosto muito das duas tribos”, ressalta.


Faixas:
01. Eddie - É de fazer chorar
02. João Donato - Fogão
03. Céu e 3 na Massa - Frevo da saudade
04. Mundo Livre S/A - Metendo antraz
05. Orquestra Imperial - O dia vem raiando
06. China e Sunga Trio - Oh, bela!
07. Ortinho - Só presta quente
08. Siba e a Fuloresta - Os melhores dias de minha vida
09. Cordel do Fogo Encantado - Saudade
10. Isaar de França - Paraquedista
11. Flor de cactus - Inquenta muié
12. Edu Lobo - Recife (frevo n.1)
13. Erasto Vasconcelos - Papel crepon
14. Orquestra Popular da Bomba do Hemetério - Cabelo de fogo

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

SEMANA PRÉ CARNAVALESCA - OLINDA 2009

Um palco montado próximo ao Fortim do Queijo, em Olinda, ao lado da Igreja de São José dos Pescadores, aquece a folia desde a sexta (13) até a quarta (18), dispõe apresentações de artistas locais e de renome nacional. A abertura apoteótica exibe a tradição centenária do frevo e faz referência à memória de Mestre Salu, grande homenageado do carnaval. No Recife, agremiações do litoral ao sertão desfilam as cores do nosso carnaval pelas ruas do Bairro do Recife, no domingo (15), e fazem interconexões multiculturais por dez pólos interioranos durante o período carnavalesco. A Jaguar, maior orquestra de frevo do mundo com seus mais de 500 músicos, abre a festa pré-carnavalesca em Olinda, seguida do projeto Família Salustiano e Rabeca Encantada. E, por fim, a Orquestra Popular do Recife sob a regência do maestro Ademir Araújo, o Formiga, recebe convidados no fechamento da programação da sexta (13). Pelo palco do Fortim passam, no sábado (14), os ritmos regionais do grupo Mantigueiros, de Petrolina e Junio Barreto com sua abordagem contemporânea de referências locais, além da carioca Mart’nália. O domingo (15) traz uma noite dedicada ao samba com as presenças de Mesa de Samba Autoral, e as apresentações ilustres da Velha Guarda da Mangueira e do sambista Arlindo Cruz. Bongar, grupo de coco de terreiro da Nação Xambá, Siba e a Fuloresta, e Marcelo D2 são atrações da segunda (16). Frevo e batidas eletrônica se misturam nas apresentações de Ska Maria Pastora, de Olinda, e do baiano Moraes Moreira, na terça-feira (17). A noite dançante ainda se completa com o encontro de DJ Dolores e as Guitarradas, do Pará. O encerramento do projeto no Fortim é feito pelos cubanos da Steel Band e pelos tradicionais do samba paulista Demônio da Garoa e pelo “Príncipe do samba”, Paulinho da Viola, na quarta (18).


CONFIRA A PROGRAMAÇÃO DO PALCO DO FORTIM, EM OLINDA

Sexta-feira, dia 13
Orquestra Jaguar
Rabeca Encantada
Orquestra Popular do Recife

Sábado, dia 14
Matingueiros
Junio Barreto
Mart’nália

Domingo, dia 15
Mesa de Samba Autoral
Velha Guarda da Mangueira
Arlindo Cruz

Segunda-feira, dia 16
Bongar
Siba e a Fuloresta
Marcelo D2

Terça-feira, dia 17
Ska Maria Pastora
Dj Dolores e Guitarradas
Moraes Moreira

Quarta-feira, dia 18
Steel Band
Demônios da Garoa
Paulinho da Viola

CARMEN MIRANDA: A QUEM PERTENCE?

Por Carla Marinho

Folheio o calendário e verifico que estamos na semana em que se comemora o centenário do nascimento de Maria do Carmo Miranda da Cunha, mais conhecida como Carmen Miranda, a portuguesa mais latina que se tem conhecimento. Latina porque ela acabou englobando um pouco de toda a cultura latina, numa grande salada de frutas. Termo, inclusive, bastante plausível, em se tratando dela. Os portugueses disputam a tapas a sua nacionalidade como sendo deles. E de fato, o é. Lá nasceu em 09 de fevereiro de 1909. É portuguesa de nascimento e certidão, a mesma com que embarcou para o Brasil ainda criança de colo e nos Estados Unidos anos mais tarde, já cantora consagrada. Mas é brasileira por ter sua família emigrado para o Brasil e aqui fincado raízes e trejeitos da nossa realidade. De Portugal o sangue. Do Brasil o sentimento. E se o local do nascimento não a define sentimentalmente como portuguesa, a sua caracterização como a brazilian bombshell, explorada por tantos anos nos Estados Unidos também não ajuda na sua definição como puramente brasileira. Então, fica a pergunta: a quem pertence, meu povo, a Carmen Miranda?
Carmen adotou esse nome para se apresentar pela primeira vez em um programa de rádio sem que seu pai percebesse. Tempos vigiados aqueles. O sucesso começou a tocar em sua porta depois que o compositor Josué de Barros a apresentou para a RCA, onde ela assinou um contrato para gravar o primeiro compacto que continha "Triste jandaia" e "Dona Balbina". O encontro por acaso, com Joubert de Carvalho renderia o samba "Taí", que seria seu primeiro grande sucesso. Pronto. A década seguinte seria sua. Para a RCA ela gravaria quase 300 canções que variavam entre sambas, marchinhas e músicas juninas. Músicas escolhidas por ela e com a dubialidade tão comum em nossas marchinhas, como pode ser verificada nos versos:
"Dizem que a vizinha tem um vidão / Mas que mora escondida num barracão / Rasga o jogo e o dinheiro voa / Não é vantagem, a vizinha é muito boa" (A vizinha das vantagens - Ary Barroso e Alcyr Pires Vermelho).

"Dorme filhinho do meu coração
Pega a mamadeira e vem entra no meu cordão
Eu tenho uma irmã que se chama Ana
De piscar o olho já ficou sem a pestana" (mamãe eu quero - Marcha De Jararaca E V. Paiva)

"O Tico-Tico ta, Tá outra vez aqui, O Tico-Tico tá comendo meu fubá"
(Tico-tico – Abreu Gomes)

Carmen Miranda era nossa. Tão nossa que logo começou a aparecer em produções nacionais como Alô alô Brasil e na mais famosa delas, Banana da terra (onde aparece pela primeira vez com o traje de baiana). Sucesso no Cassino da Urca, shows agendados pelo Brasil e Argentina e logo chamou a atenção de um empresário americano da Broadway, Lee Shubert que lhe ofereceu um contrato. O bando da Lua, com o qual ela sempre cantara, ficaria de fora, mas Carmen pagaria do seu bolso o salário do grupo que a acompanhava melhor que ninguém. Em time que se ganha não se mexe, diz um velho ditado nosso.
Carmem Miranda era agora deles. Embarcou para os Estados Unidos em 1939, o ano que eclodiu a 2ª guerra e que também são lançados os melhores filmes do cinema, como E o vento levou, Ninotchka e O morro dos ventos uivantes. O charme de mal saber falar inglês, mas ter o carisma tropical logo lhe trouxe admiradores, muitos deles famosos. Faria uma temporada e retornaria ao Brasil, onde faria shows beneficentes e que só lhe renderam dores de cabeça e drama: diriam alguns que ela voltara americanizada. O show fora produzido às pressas e não havia tido tempo de mudar o que ela já vinha apresentando fora do país. Carmen cantara muitas músicas com letras inglesas. Vaias e mais vaias. Depressão e o retorno aos Estados Unidos onde o carinho do dinheiro e do povo aparentemente a aguardavam. Lá passaria mais de uma dezena de anos sem vir ao Brasil, ou por medo ou por falta de tempo ou por ambos.
Seus shows na Broadway faziam sucesso, e ela passou a ser requisitada de uma forma quase escrava, fazendo várias apresentações em uma só noite em diversos locais. O cinema logo lhe descobriria e seriam mais 13 participações em filmes, nunca como protagonista, mas sempre como a coringa alegre e de certa forma robotizada e de sentimentos sempre positivos. Em pouco tempo, Maria do Carmo estaria esgotada fisicamente e viciada em pílulas, cantando rumbas, sambas em inglês ou sendo apresentada como brasileira e falando espanhol.
Carmen Miranda era do mundo.
Sua personagem é marcante, é inegável. Dificilmente alguém olhará a imagem da baiana estilizada com flores, frutas, balangandãs e plataformas e não dirá que já a viu em algum lugar. Como também é inegável a grande contribuição que essa personagem deu a mitificação das nossas terras como sendo um paraíso de malandros que vivem de samba, água de côco, rumba e futebol. Isso, rumba. Rumba que é um ritmo cubano ou coqueiros que nestas terras vastas chegaram com os portugueses. O Brasil exportado como banana boa de comer, como "Merenda", uma alusão minha a como eles pronunciavam o sobrenome de Carmen no "estrangeiro". Eles digeririam melhor a nossa Miranda se ela fosse apresentada desta maneira.
Perguntávamos no início a quem Carmen Miranda pertencia, e acabamos chegando a uma resposta: a ninguém. Nem a ela mesma. Para os americanos era a prova de que aceitavam outros povos, numa política de boa vizinhança, algo que eles sempre fizeram com astros latinos (um por vez) e que fazem questão de caricaturar; para os brasileiros um sentimento que varia entre a mágoa invejosa por alguém que ultrapassou as barreiras do país e fez sucesso, chegando a ser uma das mulheres mais bem pagas da América, e a adoração, pelo mesmo motivo. Povo confuso somos nós.
Carmen era o produto de consumo, que começou a morrer quando foi colhido pelos Estados Unidos, 16 anos antes de ser enterrada no Cemitério de São João Batista, no Rio. Antes mesmo de se tornar o mito que hoje é, incomparável. Tão incomparável quanto é irreversível a busca por folhas que se espalham ao vento.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

ASAS DA AMÉRICA


O projeto Asas da América, iniciado em 1981, foi a primeira tentativa sistemática de modernização do frevo, não apenas na roupagem como também nos arranjos e orquestrações. Seu idealizador foi o caruaruense Carlos Fernando, ex-integrante do Movimento de Cultura Popular, compositor desde 1967, quando ganhou um festival com Aquela Rosa, em parceria com Geraldo Azevedo. Asas da América foi um divisor de águas para o frevo que, qualidades à parte, deixava de ser uma música paroquial, cultuado fora de sua terra natal apenas por aficionados e especialistas. Carlos Fernando conseguiu reunir num só disco, numa época em que isso não era corriqueiro como atualmente, artistas recifenses com os maiores nomes da MPB. A lista ia de Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso e Jackson do Pandeiro a Marco Pólo, Geraldo Azevedo, Flaviola e Alceu Valença. Carlos Fernando pretende, em 2010, lançar outra caixa com frevos de mais três discos do projeto (ao todo foram sete álbuns) e um novo Asas da América. Vivendo entre o Rio de Janeiro e o Recife, ele já produziu um disco de cirandas, Recirandar; de forró, Forró Brasil; cinco Recife Frevoé e etc.

CURIOSIDADES DA MPB

Paulo e Raul enfrentaram pela primeira vez problemas com a Censura no ano de 1974, que exigiu a modificação de dois versos de “Como vovó já dizia”: “quem não tem papel dá recado pelo muro/ quem não tem presente se conforma com o futuro” foi mudado para “quem não tem filé come pão e osso duro/ quem não tem visão bate a cara contra o muro”. Mas liberou o debochado refrão, que pulsava hipnoticamente e levou a música ao sucesso popular:
“Quem não tem colírio usa óculos escuros...”
Empapuçados de maconha e ácido, Paulo e Raul se tornavam cada vez mais audaciosos.
Imaginavam, ingenuamente, que suas músicas anárquicas e sua contraditória tentativa de “organização” da “Sociedade Alternativa” não eram levadas a sério pelo sistema repressivo, que eram vistas como coisa de “roqueiros americanizados”e não de
“subversão política”. Mas foram presos, apertados em longos depoimentos e finalmente libertados, assustadíssimos. Mudaram o jogo e abriram o leque para o misticismo oriental. Feita em dez minutos, “Gîtã” foi um dos maiores sucessos de 1974, gravada por Raul e depois por uma poderosa Maria Bethânia, num dos maiores sucessos populares de sua carreira. Assim, os brasileiros conheceram uma versão tropicalizada das milhares de páginas em sânscrito do Bhaghawad-Gitâ, condensadas por Paulo Coelho e Raul Seixas num sucesso popular. Parecia mágica.

sábado, 7 de fevereiro de 2009

OS HOMENAGEADOS DO CARNAVAL DO RECIFE EM 2009

Carlos Fernando
Carlos Fernando nasceu em Caruaru, mas há trinta anos vive no Rio de Janeiro. Ainda na década de 60, começou suas atividades artísticas como ator, no Teatro Amador de Caruaru. Veio morar no Recife em 1962 para trabalhar no Movimento de Cultura Popular (MCP), fundado por Abelardo da Hora, e localizado no Sítio da Trindade.
Nessa época participou de espetáculos teatrais nas periferias recifenses e em circo. O MCP, entretanto, foi dissolvido pelo golpe militar de 64. Dez anos depois, uma mudança daria início a sua carreira como compositor. Carlos chegou ao Rio de Janeiro em 1974, onde começou a fazer parcerias musicais com Geraldo Azevedo, Alceu Valença, Geraldo Amaral e outros. Foi produtor e compositor da série "Asas da América Frevo", ainda nas décadas de 1970 e 1980.
Em seu currículo, mais de 150 músicas se tornaram sucessos. Entre elas, inesquecíveis canções como "Banho de Cheiro" e "Canta Coração", na voz de Elba Ramalho. "Noites Olindenses", com Caetano Veloso. "Forrozear", interpretada por Gilberto Gil, e "Sou Eu o Teu Amor", uma homenagem a Cacho de Côco, interpretada por Gilberto Gil e Jackson do Pandeiro.
Recentemente, Carlos produziu e dirigiu o CD duplo 100 anos de frevo – é de perder o sapato, lançado durante o Projeto 100 Anos do Frevo, quando o ritmo recebeu do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – Iphan, o título de Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro. Os arranjos são dos maestros Spok, Clóvis Pereira e Edson Rodrigues. Cantores participantes do calibre de Gilberto Gil, Lenine, Maria Bethânia, Maria Rita, Luiz Melodia, Wanessa da Mata e Antônio Carlos Nóbrega

Cícero Dias – artista plástico
Artista plástico, considerado um dos pioneiros do modernismo no Brasil, Cícero Dias nasceu no dia 05 de março de 1907, no Engenho Jundiá, município de Escada, Pernambuco, onde ainda menino teve os primeiros contatos com a pintura. De sua cidade natal, veio para o Recife e, em 1925, foi para o Rio de Janeiro, estudar arquitetura na Escola Nacional de Belas Artes.
Foi no Rio que Cícero Dias estreou profissionalmente, expondo seus trabalhos pela primeira vez. A exposição aconteceu em 1928 no saguão de uma clínica médica porque, à época, havia grande desconfiança em torno do tipo de pintura que ele fazia e quase nenhuma galeria carioca tinha interesse pela arte moderna. A mostra não fez grande sucesso mas foi visitada por todos os modernistas, entre os quais Villa-Lobos, o poeta Murilo Mendes, o artista plástico Ismael Nery e outros.
Simpatizante do Partido Comunista, ele foi perseguido em 1937 quando Getúlio Vargas instalou a ditadura do Estado Novo. Era chamado pelas autoridades pernambucanas como "o artista que pinta retratos de Lênin a pedido de estudantes esquerdistas" e, por várias vezes, seu atelier no Recife foi invadido por tropas policiais. Foi aí que ele decidiu viver em Paris.
Desde que deixou Pernambuco, vinha anualmente ao Recife rever amigos e "preservar as raízes". Durante a Segunda Guerra Mundial, depois que o Brasil rompeu relações diplomáticas com a Alemanha nazista e a Itália fascista, ele foi preso na cidade alemã de Baden-Baden. No grupo, estava também o escritor Guimarães Rosa.
O motivo da prisão foi apenas o fato de ser brasileiro. Em seguida, numa ação diplomática, o grupo foi trocado por espiões nazistas que se encontravam presos no Brasil. Libertado, Dias seguiu para Portugal. No dia 27 de maio de 1998 foi condecorado com a Ordem Nacional do Mérito da França, maior honraria concedida pelo Estado francês.
Autor do primeiro mural abstrato da América Latina, feito em 1948 no prédio da Secretaria da Fazenda de Pernambuco, Cícero Dias fez grandes amigos na Europa. Um deles foi o pintor espanhol Pablo Picasso.
Autor de uma obra universal, exposta em centenas de países, nunca negou suas origens: "Toda minha obra foi fundada em Pernambuco, no início dos anos 20. Em mim, as raízes são mais fortes do que tudo".
Uma de suas principais obras no Recife é a Rosa dos Ventos. Fincada no ponto de origem da capital pernambucana, a obra faz parte do principal projeto artístico de Cícero Dias, "Eu vi o Mundo... Ele começava no Recife". O painel foi concluído em 2000, e situa-se na área central do Marco Zero. Possui cerca de 40 m² e tem em sua configuração pedras de quartzo e granito com pigmentação colorida. A obra foi a maneira encontrada pelo autor para descrever a origem do mundo a partir do Recife, utilizando elementos astrológicos, geométricos e intimistas.

Enéas Freire
Enéas Alves Freire "Neinha", nasceu no Recife, no dia 02 de dezembro de 1921, no Pátio do Terço, bairro de São José. Foi o sétimo e último filho do casal Enéas Garcia Freire e Bernardina de Lima Alves. O Pátio do Terço, naquela época, já era um pólo de animação do carnaval do Recife. Ainda criança, Enéas mudou-se para a Rua Padre Floriano, 41, onde morou até casar-se em 1946.
Naquela época, a Padre Floriano também já era um pólo de animação do Carnaval do bairro de São José e do Recife. Assim, podemos dizer que Enéas cresceu "brincando Carnaval". Foi nesta rua, no número 43, que, em 1978, juntamente com vários amigos, que "Neinha" fundou o maior bloco da terra: "O Galo da Madrugada", que entrou, em 1995, para o Livro dos Recordes - "GUINESS BOOK", como o maior Bloco de Carnaval do Mundo.
Mas o carnavalesco começou em 1938, quando fundou sua primeira agremiação: a troça "Papagaio Louro". Era o início de uma grande jornada dedicada ao Carnaval e à cultura popular do Recife. Enéas era casado com Maria do Carmo Travassos Freire, D. Carminha. O casal teve quatro filhos: José Mauro, Antônio Carlos, Ana Nery e Gustavo Henrique Travassos Freire, todos grandes foliões, como seus pais.
No ano de 1949, Enéas participou, junto com vários amigos, da fundação da "Escola de Samba Estudantes de São José". Nos carnavais das décadas de 40 e 50, formou vários grupos mascarados e fantasiados de palhaços, que se destacavam pela beleza das fantasias, especialmente as máscaras e coletes.
Já nas décadas de 50 e 60, comandou o Carnaval da Rua Padre Floriano, com o irmão Cláudio Freire, tornando aquela rua um dos melhores e mais animados pólos do carnaval de rua do bairro de São José e do Recife.
Profissionalmente, Enéas sempre atuou de maneira autônoma, como corretor de seguros e imóveis e representante de madeiras do sul do País. Em novembro de 1977, surgiu a idéia de criar um bloco carnavalesco, do bairro de São José, que tocasse exclusivamente frevos e outros ritmos originais e tradicionais de nosso carnaval. Foi assim que, no dia 24 de janeiro de 1978, junto com seus filhos, genro e amigos, fundou o CLUBE DAS MASCARAS O GALO DA MADRUGADA, que realizou o primeiro desfile já no carnaval de 1978, então com 75 participantes. "Clubes das Máscaras" porque todos os participantes deveriam sair fantasiados de almas, morcegos, palhaços etc., usando máscaras, como os antigos grupos de foliões das décadas de 40, 50 e 60. "Galo da Madrugada" porque o bloco saia às 05h da manhã do sábado de Zé Pereira, ouvindo o cantar do galo.
O objetivo do bloco era que às 08h da manhã os participantes já estivessem nas ruas do Centro do Recife ( Concórdia, Nova, Camboa do Carmo, Dantas Barreto, Guararapes, Duque de Caxias, etc), "brincando o carnaval" junto aos comerciários e comerciantes que estavam abrindo suas lojas para iniciar o "trabalho" no sábado de Carnaval.
No ano de 1981, Enéas criou o Baile dos Estandartes, que foi realizado no Clube Português do Recife por 13 anos consecutivos. Nos anos 80 e 90 realizou o desfile de "Banho à Fantasia de Papel", na Avenida Boa Viagem. Em 1983 realizou um Carnaval especial no bairro de São José, transformando o local em um imenso Palco Carnavalesco.
Em 1984 teve a coragem de inovar e colocar as Orquestras de Frevo em Trios Elétricos, para melhor atender aos milhares de foliões que já acompanhavam o "Galo da Madrugada". Em 1984 fundou o Bloco das Ilusões, em conjunto com sua esposa, diretores do "Galo da Madrugada" e outros amigos, entre eles: Fernando Azevedo, Fernando Bezerra, Dirceu Paiva, Marcos Macena, Nilzardo Carneiro Leão e Arnaldo Rocha.
Ainda em 1984, em pleno mês de maio, realizou um grande desfile em Boa Viagem recepcionando os participantes do Congresso Internacional das Agências de Viagem, realizado no Recife, pela ABAV – Associação Brasileira das Agências de Viagens.
Em 2007, ano do Centenário do Frevo, Enéas Freire foi homenageado no desfile da "Escola de Samba Mangueira", do Rio de Janeiro, que levou o Recife para a Marquês de Sapucaí.

DICAS DA MUSICARIA

Ao longo desta semana, mais precisamente no dia 03 de fevereiro, fizeram 11 anos da morte do caboclinho do Brasil, Sílvio Caldas. Então nada mais justa essa singela homenagem do Musicaria Brasil a ele:

Sílvio Caldas - Histórias Da Música Popular Brasileira - Ao Vivo (1973)


DISCO 1 - Faixas:
01 - Onde o céu azul é mais azul (Alberto Ribeiro - João de Barro - Alcyr Pires Vermelho)
02 - Fica doido varrido (Eratostones Frazão - Benedito Lacerda)
03 - Dá nela (Ary Barroso)
04 - Na grota funda (J. Carlos - Ary Barroso)
05 - No rancho fundo (Ary Barroso - Lamartine Babo)
06 - Faceira (Ary Barroso)
07 - Vou andando (Silvio Caldas)
08 - O bonde de São Januário (Ataulfo Alves - Wilson Batista)
09 - O trem atrasou (Paquito - Estanislau Silva - Arthur Vilarinho)
10 - Nunca mais (Dorival Caymmi)
11 - A jangada voltou só (Dorival Caymmi)
12 - João Valentão (Dorival Caymmi)
13 - O que é que a baiana tem? (Dorival Caymmi)
14 - A preta do acarajé (Dorival Caymmi)
15 - Marina (Dorival Caymmi)
16 - Dora (Dorival Caymmi)
17 - Fala meu louro (Sinhô)
18 - Recife, cidade lendária (Capiba)
19 - Chão de estrelas (Silvio Caldas - Orestes Barbosa)
20 - Silêncio do cantor (David Nasser - Joubert de Carvalho)
21 - A voz do violão (Horácio Campos - Francisco Alves)
22 - Coração ingrato (Eratostenes Frazão - Nássara)
23 - A menina "Presidência" (Nássara - Cristóvão de Alencar)
24 - Cidade maravilhosa (André Filho)
25 - É bom parar (Rubens Soares)
26 - Nega do cabelo duro (Rubens Soares - David Nasser)
27 - Linda lourinha (João de Barro)
28 - Linda morena (Lamartine Babo)
29 - A-E-I-O-U (Lamartine Babo - Noel Rosa)
30 - Mamãe eu quero (Vicente Paiva - Jararaca)
31 - Ride palhaço (Lamartine Babo)
32 - Florisbela (Frazão - Nássara)
33 - A jardineira (Humberto Porto - Benedito Lacerda)
34 - Pastorinhas (João de Barro - Noel Rosa)
35 - Teu cabelo não nega (Irmão Valença - Lamartine Babo)
36 - Se é por falta de adeus (Herivelto Martins)
37 - Até amanhã (Noel Rosa)


DISCO 2 - Faixas:
01 - Jangada (Hervé Cordovil - Vicente Leporace)
02 - Cabeça chata (Eratostenes Frazão)
03 - Porto dos casais (Jayme Lewgoy Lubianca)
04 - Galo garnizé (Almirante)
05 - Anedotas (Almirante)
06 - Saudade dela (Ataulfo Alves)
07 - Ai que saudades da Amélia (Ataulfo Alves - Mário Lago)
08 - Quem há de dizer (Alcides Gonçalves - Lupicínio Rodrigues)
09 - Prece (Marino Pinto - Vadico)
10 - Coração (Noel Rosa)
11 - Goodbye (Assis Valente)
12 - Sarambá (J. Tomás)
13 - Não tem tradução (Noel Rosa)
14 - Cordiais saudações (Noel Rosa)
15 - Cabrocha do Rocha (Noel Rosa - Silvio Caldas)
16 - Lenço no pescoço (Wilson Batista)
17 - Rapaz folgado (Noel Rosa)
18 - Palpite infeliz (Noel Rosa)
19 - Cabelor cor de prata (Rogaciano Leite - Silvio Caldas)
20 - Pierrot (Pascoal Carlos Magno - Joubert de Carvalho)
22 - Serenata do adeus (Vinicius de Moraes)

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

É PRECISO SABER VIVER - FÁBIO BASS

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

CARNAVAL MULTICULTURAL DO RECIFE 2009

O prefeito do Recife, João da Costa, anunciou em coletiva à imprensa, na manhã desta terça-feira (03), a programação do Carnaval Multicultural 2009. Serão 370 apresentações, da abertura dos festejos, na sexta-feira (20), até a Quarta-feira de Cinzas (25). Participaram do evento, realizado no Clube das Pás, no bairro de Campo Grande, secretários e assessores executivos, músicos e artistas pernambucanos, produtores culturais, vereadores, jornalistas e representantes dos patrocinadores da festa. Na mesma ocasião, também foi entregue a requalificação da sede do Clube das Pás, resultado dos projetos O Fuçador e Turismo na Comunidade, da Secretaria de Turismo. As atrações dos principais pólos de animação foram detalhadas aos presentes pelo coordenador executivo do Carnaval, André Brasileiro.

Pensando na consolidação de um modelo de carnaval de sucesso, implantado na administração do ex-prefeito João Paulo, a atual gestão municipal manteve a qualidade na programação, com foco na descentralização, na democratização e na diversidade cultural de ritmos e estilos musicais. “Nesses 30 dias de gestão fizemos um grande esforço para articular e consolidar o Carnaval Multicultural 2009, que é uma manifestação da nossa identidade cultural, e nos afirma como povo, num resgate da identidade da cidade”, afirmou o prefeito. Segundo João da Costa, “a principal preocupação foi de estruturar um evento importante para o Recife que tem um grande impacto para a economia e turismo da cidade”.

O secretário municipal de Cultura, Renato Lins, também ressaltou o empenho de toda a equipe em consolidar e aprimorar o modelo de Carnaval que englobasse as mais diversas manifestações. “Será uma festa que busca conciliar um modelo de carnaval de palco com o de chão. Mantivemos os pólos descentralizados, contemplando a toda a cidade e desejo a todos uma excelente folia”, disse. Para o secretário de Turismo, Samuel Oliveira, a festa de Momo representa a valorização do talento do nosso povo, onde todos podem participar. “Nosso carnaval é uma grande âncora dos festejos de Pernambuco, e que atrai um grande fluxo de turistas, incrementando a receita e investimentos da cidade”, explicou o gestor.

O Carnaval Multicultural do Recife tem sua abertura oficial na sexta-feira (20), quando o prefeito João da Costa realiza a entrega simbólica da chave da cidade ao Rei Momo e a Rainha do Carnaval, no Marco Zero. Para movimentar toda a cidade durante os festejos, serão 16 pólos oficiais, sendo oito no Centro (Marco Zero, Praça do Arsenal da Marinha, avenida Guararapes, avenida Nossa Senhora do Carmo, Pátio de São Pedro, Pátio do Terço, Pátio de Santa Cruz e Cais da Alfândega) e oito em comunidades das seis RPAs da cidade (Ibura, Casa Amarela, Várzea, Jardim São Paulo, Chão de Estrelas, Alto José do Pinho, Nova Descoberta e Santo Amaro). Além disso, a Prefeitura do Recife dá apoio a 43 carnavais de bairros, os chamados polinhos. As agremiações que fazem da festa a mais multicultural de todas, têm espaço garantido, além de possuir um pólo todo dedicado a elas e contam com um apoio financeiro da administração municipal para que possam se preparar para os desfiles.
são diversas atrações em 2009 na programação do Recife, como por exemplo:Caetano Veloso, Maria Rita, Miúcha,Mônica Salmaso, Antônio Carlos Nóbrega, Fernanda Abreu, Elba Ramalho, Mano Chao, Silvério Pessoa, Nação Zumbi, Lenine, Leci Brandão, Alceu Valença, Cordel do fogo encantado, Pitty, Geraldo Azevedo,Marina de La Riva, Nina Becker entre outros.
Confira toda a programação do carnaval do Recife no link abaixo:

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