Por Tárik de Souza
O vilão Antero Tenente do filme “A luneta do tempo”, de Alceu Valença, além de ator é o cantor e compositor pernambucano Charles Theone. Com produção do guitarrista escudeiro de Alceu, Paulo Rafael, o CD “Charles Theone” (Independente) numa das faixas, atribui ao maracatu o título de “Pai do samba”.
Em “Como não quer nada”, o solista dialoga com a cantora baiana Daúde, “Estrela da paz” mistura guitarras psicodélicas com cantoria nordestina. Sopros de entonação soul lubrificam a “Festa dos orixás” e a “Noite negra” mescla samba funk, emoldurado por backing vocal e corinho de órgão. “Chicos e Franciscos” enfileira homenagens, de São Francisco Xavier a Chico Buarque, Chico Anysio, Chico Mendes, Chico Science, Chiquinha Gonzaga, Xica da Silva, Chico Cesar e até Francisco Zumbi: “Eles plantaram a esperança/ mostraram a vida como é”.
Corta para a bossa pop “Doce” (“lábio voraz eu te devoraria/ saborearia fantasias tropicais/ em vozes atonais”) e rasta pé, em “Cuidado com Mané”. Os sinos dobram em “Olinda cidade mulher”, maracatu em câmara lenta e efeitos sonoros envolventes. Com participações no Maracatu Nação Pernambuco e no Balé Popular do Recife, Theone mostra caligrafia autoral própria e personalidade vocal.
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