Impossível abordar o trabalho de Geraldo Azevedo em apenas poucas linhas e por isso mesmo retomo a biografia desta estrela de primeira grandeza dentro da MPB. Vale registrar que na primeira abordagem, Geraldo ainda se encontrava em Petrolina apresentando em bailes e em outros pequenos espaços onde a Bossa Nova era aceitável e tinha seus adeptos. A frente de um programa de rádio e participando do grupo Sambossa, Geraldo Azevedo percebe que Petrolina já não tinha muito a oferecê-lo nos mais distintos aspectos. Pensando assim, muda-se para Recife para cursar o científico e preparar-se para o vestibular de arquitetura. Na capital pernambucana começa a trabalhar como projetista, no entanto o seu amor pela música fala mas alto e já em Recife decide não concluir os estudos para dar vazão ao desejo de ser músico. Na capital pernambucana conhece Naná Vasconcelos e junto com ele, Teca Calazans e Paulo Guimarães passa a integrar o grupo Construção tocando nas noites de Recife, em universidades e espaços culturais. Foi na capital pernambucana que ganhou seu primeiro violão profissional. Pouco tempo depois, em 1965, funda o grupo Raiz, baseado nas artes teatrais, literárias e musicais. É nessa época que conhece um dos seus mais importantes parceiros, o compositor e produtor Carlos Fernando, nome que se tornara imprescindível ao longo de sua trajetória artística nos anos posteriores. Carlos Fernando, idealizador do projeto Asas da América, um dos mais exitosos exitosos projetos de frevo existente até os dias atuais no mercado fonográfico brasileiro, acabou-se por tornar-se um parceiro imprescindível na carreira de Geraldo nos anos posteriores, sendo responsável por assinar diversas parcerias, dentre elas, "Suíte correnteza barcarola de São Francisco".
Ainda em Recife, chega a trabalhar na produção musical de outros projetos teatrais ao lado de nomes como Emilio Borba Filho, em peças encenadas a partir do Teatro Popular do Nordeste, onde Geraldo fazia melodias para os poemas dos espetáculos por lá apresentados. Nos finais de semana, trazia como proposta para as suas apresentações no bar Aroeira, apresentações de grupos de cirandeiros e bandas de pífano. Ainda com o grupo Raiz, é convidado para um programa quinzenal na TV Jornal do Commercio (Canal 2), onde Geraldinho apresentava o quadro "Chegou a vez". Nesta segunda metade da década de 1960 inaugura a parceria com o Carlos Fernando ao compor "Aquela Rosa", sua primeira música completa, com melodia e letra; assume a direção musical do 2º Festival de Música do Nordeste e considerado um dos melhores violinistas da época. Neste período conhece Eliana Pittman, que na época cantava com seu pai, Booker Pittman, e pouco tempo depois seria responsável, de certo modo, pela ida de Geraldo ao Rio de Janeiro para arriscar a sorte como músico quando o convidou para tocar com em seu primeiro show solo, “Eliana em tom maior”. Assim como aconteceu com Petrolina, o talento de Geraldo já não cabia na capital pernambucana, fazendo-o pensar na possibilidade de seguir rumo ao Sudeste. Dessa vez ele não iria em busca de oportunidades acadêmicas, ele iria certo que tentaria a vida de músico a partir das oportunidades que viessem a surgir como hoje é possível atestar. Enfim o Brasil teria a oportunidade de conhecer Geraldo, o seu carisma e violão, pois na proposta de ir ao Rio para participar do show de Eliana, haveria a oportunidade de apresentar-se de modo solo enquanto a cantora trocava o figurino., o que acabou corroborando para torná-lo conhecido como compositor e instrumentista versátil.
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