terça-feira, 27 de junho de 2017

LENDO A CANÇÃO

Por Leonardo Davino*


O que é canção? Kiko Dinucci

Kiko Dinucci

- O que é você para você?
Canção é uma linguagem única, não é poesia cantada, nem prosa, nem música puramente, tem imagens, mas não é cinema, nem pintura, nem quadrinho. Uma canção tem o poder de unir todas essas coisas e ainda te deixar sensações e impressões diversas. Eu não sei explicar a grandeza da canção.

- De onde vem a canção?
Creio que a canção vem muito da fala, de como a acentuação natural dialoga com as melodias. Mas não é só isso. A fala talvez seja a primeira exteriorização da canção. Ela pode vir de uma sensação, de uma vontade, de várias matrizes de ideias.

- Para que cantar?
Para espantar os males. O homem canta desde que nasce, a fala é um canto, tem características melódicas, o primeiro choro de um bebê também é um canto. O homem vive cantando, muitas vezes nem percebe. Essa concepção está na canção Canto Em Qualquer Canto, de Ná Ozzetti e Itamar Assumpção.

- Cite 3 artistas que são referências para o seu trabalho. Por que estes? 
Itamar Assumpção, Paulo Vanzolini, Noel Rosa. Me influencio por eles pelo modo com que criaram o seu próprio jeito de fazer canção, um estilo, uma manifestação original personificada.





* Pesquisador de canção, ensaísta, especialista e mestre em Literatura Brasileira pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e doutor em Literatura Comparada, Leonardo também é autor do livro "Canção: a musa híbrida de Caetano Veloso" e está presente nos livros "Caetano e a filosofia", assim como também na coletânea "Muitos: outras leituras de Caetano Veloso". Além desses atributos é titular dos blogs "Lendo a canção", "Mirar e Ver", "365 Canções".

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