O artista hoje em questão é um dos quais eu já tive a oportunidade de dividir alguns minutos em sua companhia e que me faz confessadamente extrapolar a barreira da admiração artística para a pessoal. Hoje, falar do trabalho de Geraldo Azevedo de modo imparcial no meu caso é quase impossível. Pessoa de primeira grandeza, Geraldinho (como todo pernambucano que admira seu trabalho e trajetória o chama carinhosamente) é um artista que quando se toma conhecimento de suas atitudes para fora do palco aprende-se a admirá-lo ainda mais. Aqui mesmo em outra oportunidade pude trazer uma dessas passagens que o engrandecem enquanto pessoa quando, em um dos shows realizados na capital pernambucana, uma ardorosa fã o questionou a respeito de um pequeno presente dado haia quase duas décadas. Para surpresa de todos ali presentes, Geraldo não só lembrou do presente como o mostrou, comprovando o seu carinho e atenção para todos aqueles que o acompanham. Geraldo Azevedo de Amorim é um dos maiores artistas da música popular brasileira e um dos mais representativos cantor e compositor da região Nordeste. Sua música é composta pela diversidade de gêneros unindo ritmos como frevo, forró, xote, maracatu e baião. Autodidata, por ironia do destino quis a arte fazer de Geraldo Azevedo um dos grandes violonistas da MPB. Suas execuções são sempre pontuadas por performances que o permite ser classificado como um virtuoso e exímio violonista. Sem dúvida, está neste violão que brilhantemente empunha desde os cinco anos (idade que ganhou o seu primeiro instrumento ), uma parcela significativa do seu magnetismo artístico como se pode atestar em brilhantes e perfeitas execuções como é o caso da clássica "Bicho de sete cabeças".
Nascido às margens do rio São Francisco, no bairro Jatobá (então zona rural da cidade) de Petrolina), Geraldo Azevedo de Amorim convive com a música desde os seus primeiros anos de vida: sua mãe, Dona Nenzinha, professora, cantava e promovia eventos culturais na escola que funcionava em sua própria casa. Nestes eventos realizados pela mãe, o pequeno Geraldo, aos quatro anos de idade, já cantava e se apresentava. Inspirado pela família, o pequeno Geraldo arrisca os seus primeiros acordes e assim vai aperfeiçoando suas habilidades musicais a frente do instrumento com o passar dos anos até o advento da Bossa Nova, movimento musical que revolucionou a cabeça de muitos jovens à época de sua chegada e que acabou influenciando toda uma geração de artistas. Encantado pela musicalidade e pelo violão de João Gilberto (um dos ícones do movimento), o pretenso músico da cidade vizinha a do grande ídolo passa a estudar violão com mais afinco, chegando a frequentar bailes apenas para observar e aprender novas harmonias com os músicos. Com o desejo de fazer música, Geraldinho inicia ainda em Petrolina a sua incursão por este universo musical. Convidado a princípio para trabalhar m um programa de rock na difusora da cidade, logo Geraldo é convidado para apresentar o programa “Por Falar em Bossa Nova”. Estava dado o primeiro passo para integrar o grupo Sambossa, grupo com o qual apresentou-se em diversas ocasiões em Petrolina e nas regiões próximas apresentando um repertório essencialmente bossa novista, que incluía aí muitas das canções ouvidas nas ondas radiofônicas a partir de diversos nomes. No entanto, seu talento almejava outros campos. A sua musicalidade já não era comportada por Jatobá, precisava espalhar-se a partir de outras paragens e desse modo resolveu seguir para a capital.
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