Lançando seu primeiro CD, Raphael Costa traz canções autorais, além de parcerias com grandes nomes da música popular brasileira como Zé Manoel, Thiago Hoover e Vanessa Oliveira.
Por Karina Sampaio
Procurando se manter afastado dos estereótipos, o cantor, compositor e músico pernambucano vem trilhando um caminho coeso e singular dentro da música popular brasileira, passeando pelas tradições, crenças e sonoridades diversas, experimentadas ao longo dos seus 10 anos de estrada.
Você poderia falar um pouquinho de suas reminiscências? Qual a lembrança mais remota do seu envolvimento com a música?
Raphael Costa - Lembro de um violão deixado ou esquecido por alguém lá em casa no canto da sala. Do cheiro da madeira do meu primeiro violão nas poucas aulas que fiz com uma professora, em meios de tardes calorosos em Jardim Atlântico. De acordar ouvindo Nelson Gonçalves aos domingos. Ainda, de sair pra comprar discos com a minha mãe e de deitarmos juntos no mesmo sofá pra abri-los e ouvi-los, um a um, com os encartes em mãos.
No início da sua carreira você estava morando fora do Brasil. No entanto, há um caráter bairrista em suas composições. Como essa distância influenciou no caminho escolhido?
RC - De fora da minha terra algo me aguçou ainda mais os sentidos para as questões e costumes inerentes ao povo do canto onde eu nasci no mundo. Aquele distanciamento físico me levou a perceber melhor a malha das nossas soluções para as problemáticas naturais da vida humana. Cada lugar tem o seu jeito, seu ponto de vista, de partida, e escrever e cantar o que conheço nativamente me parece ser um caminho onde posso ir mais profundo.
Você convidou o Marcelo Jeneci para ser o produtor musical deste primeiro trabalho. Fala um pouco dessa parceria de longa data.
RC - Conhecemos-nos ainda antes de eu começar a compor com mais consciência. Ainda antes da minha importante passagem fora do país. Marcelo assistiu e participou íntima e pontualmente de todo o processo que me trouxe até o lugar onde estou agora: à beira do registro de canções que compus e que dizem da estrada que percorri na música e na vida desde aqueles dias. O convite foi manso e com grande clareza.
Luccas Maia, Thiago Hoover, Lucas dos Prazeres, Rogério Samico e Gilu foram os convidados para formar a banda que o acompanhará neste novo projeto. Qual sua relação com estes multi-instrumentistas?
RC - Todos são grandes amigos, e são pessoas e músicos que admiro muito. Com eles sei que a coisa toda flui. São meus olhos, ouvidos e bocas em regiões que desconheço e que tenho curiosidade em conhecer. Tentáculos postiços que a vida trouxe e que aumentam a minha zona de ação na música.
Com tanto tempo de estrada, sabemos que o leque de canções é extenso. Como se deu a escolha do repertório para este primeiro álbum?
RC - Eu sou um apreciador desde menino de álbuns. Tenho gosto pela procura de um fio condutor que atraia um certo grupo de canções para um ambiente proposto. Parti desta lógica para escolher as músicas que comporão o meu disco de estreia. Que elas, as canções, conversem.
Foi possível participar desse projeto através da plataforma de Crowdfunding (financiamento coletivo), que funciona a partir de recompensas ofertadas ao público aderente. Como você encara essa colaboração direta?
RC - Acredito muito na força deste tipo de movimento. O financiamento coletivo é uma das maneiras de ação do pensamento coletivista. Tem a ver com colaboração e tangencia de maneira astuta e inteligente as formas já gastas de produção. Acho um ato político e revolucionário.
Qual a previsão e expectativas do Raphael Costa para o lançamento do CD?
RC - Gravaremos o disco em abril próximo. Depois é arrumar a casa e lançar. Acredito que quando entrar setembro...
O que o público pode esperar deste trabalho?
RC - Verdade.
Contatos:
Fanpage - facebook.com/raphaelcostafanpage
Produtora - Renata Peres - (81) 9 9994.2623
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