Por David Dines e Nicole Patrício
Em tempos de consumo digital de música, produzir um álbum físico é um marco na carreira de um artista ou banda. Se o CD e o vinil deixaram de ser os principais suportes de áudio para uma parcela do público, ambos continuam sendo objetos de desejo para o fã que engaja profundamente com a obra e também para o audiófilo, aquele entusiasta de música em alta fidelidade. Esse público sempre irá recorrer aos formatos físicos, comprando nos shows, em lojas ou pela Internet.
Então, como produzir um CD da melhor forma possível, levando esse cenário em conta? Além de ter grande experiência na distribuição de discos, a Tratore também auxilia na fabricação e dá algumas dicas. Confira:
1. Produto caro ou barato?
Muitos artistas ficam em dúvida: é melhor fazer um CD com arte e embalagem modestos, para não encarecer o produto, ou fazer um projeto gráfico refinado, com acabamento de ponta, e vender como um produto premium? As duas opções são válidas e têm boa aceitação de mercado, mesmo com as diferenças de preço. No entanto, o público precisa entender o valor da proposta visual e enxergar conexão com o som do artista. Facilite e amplie as possibilidades da experiência musical a partir da capa.
2. CD para venda em lojas: prense, não duplique
No processo de produção, o artista se depara com duas formas de fabricação de CDs: prensagem e duplicação. Na prensagem, a fábrica contratada produz em escala industrial uma série de unidades em mídia injetada, produzida especialmente pela empresa, e insere metadados sobre a fabricação e propriedade intelectual da obra (como o código ISRC das faixas). Na duplicação, o responsável queima os arquivos de áudio da master em um determinado número de CD-Rs, produzidos por outro fornecedor, sem a inserção de metadados.
Opte sempre por comercializar discos prensados, uma vez que a maioria das lojas rejeita mídias duplicadas por ser um produto tecnicamente inferior. Um dos motivos que sempre pesaram a favor da duplicação para os músicos é a possibilidade de produzir um número reduzido de cópias, já que as fábricas sempre trabalharam com tiragens mínimas de mil. No entanto, algumas já aceitam pedidos de prensagem para lotes de 500 unidades.
3. Singles e EPs são mais complicados de vender em CD
O single consiste na venda e divulgação de uma única música, enquanto o EP é um formato intermediário em relação ao álbum, cujo número de faixas pode variar. No entanto, o preço de fabricação desses formatos em mídia física é equivalente ao de um álbum, o que também afeta o valor a ser cobrado do consumidor final. Por essa desvantagem em comparação com o tamanho da obra, muitas lojas optam por não vender singles e EPs, exceto projetos especiais pontuais.
Caso você opte por produzir um single ou EP, vale a pena investir em um bom lançamento digital, com presença nas principais plataformas, e eventualmente fazer um número reduzido de cópias duplicadas para venda em shows ou sob demanda.
4. Fique de olho nos prazos
Produzir um CD está sujeito ao cronograma da fábrica e dos demais envolvidos na liberação e no lançamento. Planeje tudo com a maior antecedência possível. Um bom prazo para envio do disco para a fábrica é 45 dias antes do lançamento, em média. O contato ideal com a imprensa deve começar com 30 dias de antecedência. E, caso você precise de liberação de músicas que não são de autoria do artista (mais sobre esse assunto abaixo), é bom iniciar o processo de licenciamento com a editora ou responsável dois meses antes da data prevista de lançamento.
5. Escolha bem o tipo de embalagem
As fábricas oferecem diferentes tipos de embalagem para CDs, que variam de acordo com os materiais utilizados. Os principais são a caixa acrílica (o formato mais clássico), o digipack (acabamento externo em papelão com encaixe para o CD em plástico), o digifile (acabamento externo e luva para CD em papelão) e o envelope simples em papelão.
Caso você pretenda vender seu CD em lojas, não use o formato envelope. Muitos estabelecimentos não vendem esse tipo de produto por diferentes motivos, entre eles a facilidade de perda.
Exemplos de embalagens de trabalhos distribuídos pela Tratore. De cima para baixo: digipack (Roger W. Lima, “Ranga Ranga”), digifile (Federico Puppi, “O Canto da Madeira”) e envelope simples (Adwa Dubs, “Forward We Go”, que distribuímos apenas digitalmente).
6. Licencie as músicas que não são suas
Se você vai gravar músicas que não são de sua autoria, você precisa licenciá-las junto aos detentores dos direitos autorais — ou pode ter problemas na justiça. Geralmente as editoras cobram valores fechados para a inclusão de obras, levando em conta a tiragem do disco e o território de distribuição. Caso você precise fazer uma nova tiragem, será necessária uma nova autorização e um novo pagamento. Como as obras pertencem a esses representantes, eles podem eventualmente vetar o uso da música em questão, caso não haja um acordo.
A Tratore conta com um advogado para intermediar a liberação de direitos autorais junto a editoras. Caso você precise desse serviço, fale conosco pelo email contato@tratore.com.br.
7. Código de barras
Todo álbum, single ou EP disponível em lojas físicas ou digitais precisa de um código de barras, ainda que seu lançamento vá apenas para plataformas de streaming com opção de uso gratuito.
O código usado em produtos fonográficos é o chamado EAN-13, que contém 13 algarismos. Há agências que licenciam empresas para emitir esse código de barras, mas caso você ainda não tenha como fazê-lo, a Tratore pode fornecer um para o seu produto.
Confira as condições no Manual de Distribuição Tratore.
8. Nome e título na capa
Acrescentar seu nome ou o de sua banda junto ao título do disco na capa é sempre válido. Por mais que você já tenha lançado outros álbuns anteriormente, muitas pessoas ainda podem estar em contato com o seu trabalho pela primeira vez. Logo, essas informações passam a ser uma “porta de entrada” e completam o conjunto da obra com a arte gráfica. De preferência, coloque o nome na parte superior da capa, para facilitar a identificação nas prateleiras e gôndolas.
9. Informações importantes na contracapa
Da mesma maneira que o título e o nome na capa são recomendados, informações como o produtor do disco, participações especiais ou compositores de cada canção na contracapa podem fazer o ouvinte potencial se identificar com o álbum. Ele pode não conhecer você ou sua banda, mas, o fato de ter a participação de um artista que ele conheça pode te ajudar a ter um novo admirador.
Interessado em distribuir sua música com a Tratore em meios digital e físico?
Acesse o site www.fonomatic.com.br e saiba como.
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