Por Laura Macedo
Eduardo Souto foi um grande compositor e pianista que muito honra a Música Brasileira. De origem paulista (São Vicente -14/4/1882) lançou âncora no Rio de Janeiro, aos 11 anos de idade, onde desenvolveu sua carreira artística.
Sua primeira aparição em público foi em 1906, em Niterói (RJ), mas foi em 1919 que alavancou sua carreira de compositor com o fado/tango - “O despertar da montanha” - bem como a inauguração da loja de música Carlos Gomes, lançando seu nome no meio artístico, tornando-se um ponto de encontro dos compositores da época.
Segundo o escritor/pesquisador Jairo Severiano o professor Guilherme Fontainha, ao ouvir a execução ao piano da recém composta - “O Despertar da Montanha”, do amigo Eduardo Souto disse: “Você acaba de fazer o seu ‘Danúbio Azul’”.
Ainda segundo Jairo a capa da primeira edição nos mostra “uma cena pastoril de natureza europeia: ao pé da suntuosa montanha, um pastor descansa tocando flauta, enquanto seu cão vigia um rebanho de ovelhas”. Se o cenário é europeu, a composição do Eduardo Souto é super brasileira.
“O despertar da montanha” (Eduardo Souto) # Francisco Mignone e Conjunto Orquestral. Disco Continental (20001-B), 1945
Eduardo Souto investiu também na organização de Corais e Orquestras, Peças Teatrais Musicadas e marcando presença com suas composições no Teatro de Revista e nas festas populares da época, a exemplo da Festa da Penha e do Carnaval.
Trabalhou como diretor artístico da gravadora Odeon e de sua subsidiária Parlophon. Foi o responsável pela criação do Coral Brasileiro e realizou vários concertos como regente de música sinfônica, no Rio de Janeiro e São Paulo.
No início da década de 1930, em decorrência da expansão do rádio e ascensão de uma nova geração de compositores, seu nome foi caindo no esquecimento. Desgostoso foi deixando, gradativamente, a música. A partir de 1940, acometido de doença nervosa, internou-se visando a superação dos problemas que, infelizmente, o levaram a óbito em 18 de agosto de 1942.
Neste post vamos homenageá-lo com suas belas composições para que o seu legado seja conhecido e cultivado por todos os apreciadores da boa Música Brasileira.
“Do sorriso da mulher nasceram as flores” (Eduardo Souto) # Orquestra Passos. Disco Odeon (122.010), 1922.
“Caboclo magoado” (Eduardo Souto) # Grupo do Moringa. Disco Odeon (121.987), 1922.
“Eu só quero é beliscar” (Eduardo Souto) # Bahiano. Disco Odeon/Casa Edison/76 rpm (122.127). Gravação (1922).
“Eu vou-me embora” (Eduardo Souto) # Grupo do Moringa. Disco Odeon (121.986), 1922.
“Tatu subiu no pau” (Eduardo Souto) # Grupo Eduardo Souto. Disco Odeon (122.325), 1923.
“Chororô” (Eduardo Souto) # Gastão Formenti. Disco Parlophon (12.844-B) / Matriz (1937). Lançamento (outubro/1928).
“Cabocla do sertão” (Eduardo Souto) # Francisco Alves. Disco Odeon (10.281-A) Matriz (1873). Gravação (10/8/1928) / Lançamento (novembro/1928).
“Quem quiser ver” (Eduardo Souto) # Aracy Cortes. Disco Odeon (10.426-B) / Matriz (2657). Lançamento (julho/1929).
“Poeta do sertão” (Eduardo Souto/Arlindo Leal) # Aracy Cortes. Disco Odeon (10.469-B) / Matriz (2865). Lançamento (outubro/1929).
“Seu doutor” (Eduardo Souto) # Francisco Alves. Disco Odeon (10312-B) / Matriz (2148). Lançamento (janeiro/1929).
“Sublime provocação” (Eduardo Souto) # Alda Verona [Celeste Coelho Brandão]. Disco Odeon. Gravação (1929).
“É, sim Senhor” (Eduardo Souto) # Francisco Alves e Orquestra Pan American. Disco Odeon (10.312-A) / Matriz (2147). Lançamento (janeiro/1929).
“No reinado da alegria” (Eduardo Souto/Osvaldo Santiago) # Francisco Alves e Orquestra Pan American. Disco Odeon (10.558-B) / Matriz (3257). Lançamento (janeiro/1930).
“Palpite” (Eduardo Souto/Noel Rosa) # Francisco Alves e Orquestra Copacabana. Disco Odeon (10.870-A) / Matriz (4366). Gravação (20/11/1931).
“Sugestões de um olhar” (Eduardo Souto) # Mário de Azevedo (piano). Disco Continental (15617-A), 1946.
“É assim que eu gosto” (Eduardo Souto) # Fon Fon e sua Orquestra. Disco Odeon (12.845-B) / Matriz (8235). Gravação (5/6/1947) / Lançamento (março/1948).
“Amargura” (Eduardo Souto) # Mário de Azevedo (piano). Disco Continental (15.897-B) / Matriz (1810). Gravação (13/3/1948) / Lançamento (junho/1948).
“Evocação” (Eduardo Souto) # Orquestra Continental. Disco Continental (16.312-A) / Matriz (2405). Gravação (22/6/1950) / Lançamento (novembro/1950).
“Parati dançante” (Eduardo Souto) # Jacob do Bandolim. Disco RCA Victor (80-2182-A) / Matriz (13-L2PB-0859). Gravação (14/1/1960) / Lançamento (março/1960).
“Amargura” (Eduardo Souto) # Mário de Azevedo (piano). Disco Continental (15.897-B) / Matriz (1810). Gravação (13/3/1948) / Lançamento (junho/1948).
“Evocação” (Eduardo Souto) # Orquestra Continental. Disco Continental (16.312-A) / Matriz (2405). Gravação (22/6/1950) / Lançamento (novembro/1950).
“Parati dançante” (Eduardo Souto) # Jacob do Bandolim. Disco RCA Victor (80-2182-A) / Matriz (13-L2PB-0859). Gravação (14/1/1960) / Lançamento (março/1960).
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Post dedicado aos amigos Alexandre Dias e Miguel Nirez Azevedo.
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Agradecimentos especiais ao grande Mestre NIREZ pela liberação de 13 fonogramas com composições de Eduardo Souto. Eternamente grata.
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Fontes:
- A Canção no Tempo - 85 Anos de Músicas Brasileiras, Vol 1: 1901-1957 / Jairo Severiano e Zuza Homem de Mello. - São Paulo: Ed. 34, 1997.
- Acervo Digital Eduardo Souto (AQUI).
- Banco de Dados do Acervo Nirez (AQUI)
- Dicionário Cravo Albim da MPB (AQUI).
- Fotomontagem: Laura Macedo.
- Montagem áudios SouldCloud: Laura Macedo.
- Revista Fon Fon - nº5/1930.
- Site YouTube - Canais: "luciano hortencio", "SenhorDaVoz", "1000amigovelho".
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