Ao completar quinze anos à frente da abertura do carnaval da capital pernambucana, o renomado artista mostra que o problema de saúde enfrentado não o abateu
Por Bruno Negromonte
Ao longo do ano de 2015 o internacionalmente conhecido percussionista e compositor Naná Vasconcelos deu início a mais um desafio até então nunca enfrentado em sua vida: o combate a um câncer no pulmão. A luta iniciada no segundo semestre do ao passado a partir de sessões de quimioterapia, radioterapia e um período de internação, fez com que o septuagenário músico (com a serenidade e o bom humor de sempre) superasse a inesperada situação de modo firme. Convicto de sua cura, o músico ao receber alta do seu tratamento após vinte dias, em entrevista coletiva fez questão de registrar em tom de brincadeira: "Eu não estava internado, estava hospedado aqui". Neste período recluso em um hospital, Naná de início a um sonho bastante antigo: compor uma peça para orquestra sinfônica como fez questão de dizer: "Estou com muita vontade de ir embora porque eu ainda tenho muita coisa na minha carreira que eu tenho que fazer. Essa coisa da orquestra sinfônica é um sonho meu". Na ocasião chegou a tocar um dos instrumentos de sopro dos muitos que já teve a oportunidade de ciar.
Comandando a quinze anos consecutivos a abertura oficial das festividades carnavalescas no Recife, em 2016 não será diferente apesar da adversidade enfrentada recentemente. O artista focará em 'boas energias' e traz como tema para o seu espetáculo 'Amém e Amem', em referência à diversidade de ritmos e religiões que estarão presentes no palco. Para o percussionista, Oxalá vai ajudar a levar boas vibrações à festa. "Diferentes miscigenações religiosas estarão participando com a intenção de celebrar e exaltar as similaridades. Eu não gosto de ficar na mesmice, eu gosto de ousar. Temos que dar oportunidades de artistas se apresentarem. Quem rege o ano é Oxalá, que traz paz e alegria, ele vai nos ajudar.", ressaltou Naná em coletiva para revelar os seus convidados deste ano. Naná vai ter em seu palco duas atrações internacionais: uma cabo verdiana e outra cubana. Somando forças a estas atrações internacionais o espetáculo ainda contará com a participação mais que especial de Lenine e onze nações de maracatu de baque soltos. E, pela primeira vez, caciques de quatro tribos de caboclinhos levarão ainda mais cultura ao pontapé inicial dos festejos de Momo.
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