domingo, 29 de maio de 2016

HISTÓRIAS E ESTÓRIAS DA MPB

Em quase quatro décadas de carreira, cantor foi grandes de sua época

Reinold Correia de Oliveira, que ficou conhecido nacionalmente por Nuno Roland, é considerado por muitos como um dos grandes cantores da época de ouro da música popular brasileira. Não é pouco se levarmos em consideração que em tal período estavam também em atividade nomes como Carlos Galhardo, Orlando Siva, Sílvio Caldas e Francisco Alves. Nascido em  Joinville, município localizado a cerca de 180 quilômetros da capital de Santa Catarina, Reinold iniciou a sua carreira artística em Porto Alegre, capital do estado vizinho. Costumava dizer que o pontapé inicial de sua carreira se deu quando apresentou-se, ao lado da Jazz Band do 7º Batalhão de Caçadores de Porto Alegre, em uma emissora radiofônica da capital gaúcha e teve a oportunidade de se destacar como cantor. Em uma época em que assinar contrato com uma rádio representava um significativo passo na carreira de um artista, ainda com o nome de Reinold de Oliveira, Nuno assinou o seu primeiro com apenas 19 anos. Ainda no início da década de 1930, passou a se apresentar como cantor profissional em um cassino situado na cidade de Passo Fundo, município localizado no interior do estado do Rio Grande do Sul. É válido registrar que ao longo deste período em que esteve residindo no Rio Grande do Sul, Nuno (ou melhor, Reinold de Oliveira, pois o nome artístico com o qual ficou conhecido em todo o território nacional só viria após a sua saída do Rio Grande) teve a oportunidade de conhecer o cantor e compositor Lupicínio Rodrigues, de quem acabou tornando-se amigo. 

Por volta de 1934 o cantor e compositor Reinold de Oliveira resolve ir ao Sudeste, mais precisamente para São Paulo, objetivando a sedimentação de sua carreira junto aos grandes nomes da música popular existente na época. De início, apresentou-se na Rádio Record (sempre atuando na base de cachês). Nesse período tem a oportunidade de conhecer a turma do Regional do Garoto, que o levou para a Rádio Educadora Paulista, onde teve a oportunidade de ter o seu primeiro contrato assinado. Sua passagem pela capital paulista foi de aproximadamente dois anos e, foi na então "terra da garoa" (como a cidade é carinhosamente chamada por muitos), que Reinold adotou o nome artístico de Nuno Roland (por sugestão  do diretor artístico da Rádio Educadora Paulista). Foi ainda em São Paulo que teve a oportunidade de fazer o seu primeiro registro fonográfico, pela então gravadora Odeon. No 78 RPM estavam presentes a valsa "Pensemos num lindo futuro" e a canção "Cantigas de quem te vê". Na capital paulista o intérprete alcançou relativo sucesso, e pensando em alcançar um status ainda maior, resolve mudar-se para o Rio de Janeiro. Já como Nuno, em 1936, muda-se para a então Capital Federal, e lá assina contrato com a Rádio Nacional, estreando na inauguração da emissora em 12 de setembro daquele ano. Suas primeiras gravações no Rio de Janeiro aconteceram na Columbia em dois discos. Neles estavam presentes o samba-choro "Coitadinho do pachá", "Morena do samba", a valsa "Enquanto o luar está contente" e "Não posso te dizer adeus". Ainda na década de 1930 gravou canções como os sambas "Amor por correspondência", de Benedito Lacerda e Jorge Faraj, "Seja o que Deus quiser", de Mário Morais e Vadico, a marcha "Mulher fatal", de Antenógenes Silva e Osvaldo Santiago, a marcha "Guarda essa arma!", de Ataulfo Alves e Roberto Martins e a valsa "Iracema", de Bendito Lacerda e Aldo Cabral. Sem contar que tornou-se crooner da Orquestra do Copacabana Palace Hotel, onde atuou por 11 anos. 

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