sábado, 21 de maio de 2016

JOSÉ MARIA DE ABREU, 50 ANOS DE SAUDADES


O jacareiense José Maria de Abreu nasceu em 07 de fevereiro de 1911 e foi iniciado na música por seu pai, o maestro e compositor Juvenal Roberto de Abreuque lhe ensinou a tocar diversos instrumentos musicais, como violão, piano, trompete e violino. A influência musical também vinha da mãe, Leopoldina de Souza Abreu, que era pianista. O dom da música também chegou ao irmão mais novo, João Maria de Abreu, que também tocava piano. 


Em 1917, a família deixou Jacareí, mudando-se para a capital paulista. Quatro anos depois voltaram para o interior, mais precisamente para Itapetininga. Naquela cidade, em 1922, aos onze anos, José Maria tocava na banda da escola e compôs a sua primeira música, o “Hino do Grupo Escolar”. Por volta dos 15 anos musicava revistas para companhias que percorriam o interior paulista e também tocava no cinema da cidade, na orquestra do Cine Íris. 

A Escola de Farmácia, na qual entrou em 1927, não conseguiu prendê-lo às suas carteiras, pois àquela altura, passou a dedicar-se exclusivamente à música, não dando continuidade aos estudos regulares.

Em 1928, voltou a morar na capital paulista e empregou-se como pianista nas casas Sotero e Di Franco, chegando a reger a orquestra do Teatro Boa Vista. Costumava, também, acompanhar ao piano diferentes artistas na Gravadora Columbia.

Nesta época passou a ganhar projeção com as gravações de suas composições por Francisco Alves (“Recordando”), Paraguassu (“Suspiro” e “Não chores meu bem”) e Januário de Oliveira (“A casa onde nasci”). Compôs, com Ari Kerner Veiga de Castro, “Vencer ou Morrer”, hino da Revolução de 1932. 




Em 1933 foi para o Rio de Janeiro. Logo de cara, venceu o concurso de músicas juninas promovido pelo jornal "A Noite", com a composição "Promessa". Passou a trabalhar em orquestras, tornando-se maestro e pianista da Rádio Mayrink Veigaonde ficou até 1938 quando foi para a Rádio Clube, atual CBN. 

José Maria de Abreu era um compositor eclético: compunha sambas, boleros, marchas carnavalescas e até jingles, mas ficou conhecido como “O Rei da Valsa”. 

Em sua carreira musical teve parceiros como Noel Rosa e Lamartine Babo. Entretanto, dentre outros, destacaram-se dois nomes: Francisco Mattoso, com quem compôs um dos clássicos românticos da década de 1930, a valsa “Boa noite, Amor”, gravada por Francisco Alves, prefixo da Rádio Nacional. Muitos anos depois, a música ainda fazia a abertura do programa Flávio Cavalcanti na TV Bandeirantes. Tal parceria foi curta, pois Mattoso faleceu aos 28 anos, em 1941. 

A partir de 1942, com o novo parceiro Jair Amorim, escreveu suas mais conhecidas canções, como o samba-canção “Alguém Como Tu” (1952), interpretado por Dick Farney. 

Naqueles distantes anos, viajou por toda a Europa. Na Argentina, foi representante num congresso sobre direitos autorais, do qual regressou com uma medalha recebida das mãos do então presidente argentino Juan Domingos Perón.




Dando continuidade a sua carreira, musicou a revista "É sopa no mel", com a vedete Luz Del Fuego; foi diretor da orquestra da gravadora Continental; durante vários anos atuou como maestro da Companhia de Dercy Gonçalves no Teatro João Caetano; musicou um dos maiores sucessos da Companhia de Walter Pinto, "Muié macho sim sinhô"; foi durante longo tempo diretor artístico da Rádio Mundial do Rio de Janeiro.

Em sua trajetória profissional, compôs muitos sucessos gravados ao longo dos tempos por Aracy de Almeida, Orlando Silva, Carlos Galhardo, Pedrinho Mattar, Bibi ferreira, Elizeth Cardoso, Ângela Maria, Cauby Peixoto, Elis Regina, Emílio Santiago, dentre outros. 

Décadas depois de lançar seus maiores sucessos, teve algumas de suas canções regravadas: em 1974, a cantora Maria Alcina relançou a polca-choro "Tome polca", também regravada por Patricia Marx e que foi originalmente lançada em 1950 por Marlene. Em 1982, a marcha "Pegando fogo", lançada originalmente em 1938 pelo Bando da Lua, foi regravada com sucesso pela cantora Gal Costa, a qual em 1985 regravou também "Onde está o Dinheiro". 

José Maria de Abreu faleceu no Rio de Janeiro em 11 de maio de 1966, aos 55 anos.

Para homenageá-lo, em 1978 foi inaugurada, em Jacareí, a estátua de bronze e a praça que leva seu nome. Em 1993 tornou-se patrono da Fundação Cultural de Jacarehy



Fonte: http://www.sitedejacarei.com.br/

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