domingo, 24 de setembro de 2017

HISTÓRIAS E ESTÓRIAS DA MPB

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Na primeira abordagem a respeito da biografia de Francisco Alves falei acerca do início de sua carreira e a década de 1920. Encerrei afirmando categoricamente que qualquer associação ao nome do artista Francisco Alves no final dos anos de 1920 e início de 1930 era sinônimo de sucesso absoluto. Atentos a este quesito, a gravadora resolveu unir no mesmo disco Francisco e outro nome que vinha em franca ascendência: Mário Reis. Ao lado do ascendente cantor gravou uma série de doze 78 RPM's. O compositor Antônio Almeida diz que o período em que fez dupla com Mário Reis lhe foi extremamente benéfico. Em 1931 gravou dois sambas de sua polêmica parceria com os sambistas do Estácio, Ismael Silva e Nilton Bastos, os sambas "Nem é bom falar" e "olê-leô". Esta parceria levou a comentários, nem sempre justos e verdadeiros, a respeito da compra de sambas por parte do cantor. Tal fato era verdadeiro em alguns casos, mas não em todos, e, ofuscou um pouco seu talento como compositor. Dessa parceria vocal com Mário Reis surgiu o sucesso "Se você jurar", parceria com Ismael Silva e Nilton Bastos. Ao longo da década de 1930 lançou canções como os antológicos sambas "Para me livrar do mal" (Noel Rosa e Ismael Silva), "A razão dá-se a quem tem" (de sua parceria com Ismael Silva e Noel Rosa); os sambas de Noel Rosa "Estamos esperando", "Tudo que você diz" e o clássico "Fita amarela", entre outras. Nessa época, além de excursionar por Buenos Aires e Port Alegre (onde teve como um dos músicos de apoio Noel Rosa ao violão), fechou com a Rádio Mayrink Veiga e gravou com Castro Barbosa o samba "Feitio de oração", de Noel Rosa e Vadico, que se tornou um clássico da MPB. em dessa época a sua primeira incursão no cinema a partird  do filme, "Alô, alô, Brasil", da Waldow-Cinédia, dirigido pelo americano Wallace Downey.

Dentre as diversas façanhas, vale registrar que foi Francisco Alves o responsável pelo lançamento dentro da música popular brasileira de nomes como Aurora Miranda, irmã de Carmem Miranda (foi com ela que gravou a marcha "Cai, cai, balão", de Assis Valente e o samba "Toque de amor", de Floriano Ribeiro de Pinto). Além disso é de sua responsabilidade também o início da carreira de Orlando Silva, aquele que viria a se tornar um dos mais expressivos nomes da música popular brasileira. Esse acontecimento se deu em 1935 quando em seu programa na Rádio Cajuti o pretenso cantor Orlando Silva se apresentou. No mesmo ano, fez sucesso com a valsa "Boa noite amor", de José Maria de Abreu e Francisco Matoso, composição que marcaria sua presença no rádio, sendo executada como prefixo e sufixo de suas apresentações. A valsa foi por ele regravada ainda mais duas vezes. A década de 1930 foi um período bastante feliz artisticamente falando. Em 1938 gravou o frevo canção "Júlia". Em 1939, estreou na Columbia lançando com Dalva de Oliveira os sambas "Brasil!", de Benedito Lacerda e Aldo Cabral e "Acorda Estela", de Benedito Lacerda e Herivelto Martins e no mesmo ano, foi responsável pela primeira gravação de "Aquarela do Brasil", de Ary Barroso, com arranjo antológico de Radames Gnatalli. Foi uma década de vários acontecimentos profissionais na carreira do artista carioca e que acabou por reforçar a sua importância artística para o Brasil a partir de diversos fatos. Falar da importância de um artista como Francisco Alves em poucas linhas é impossível e por esta razão confesso que não consegui... Já estamos na segunda semana de abordagem e ainda me encontro na década de 1930. sendo assim resta-me voltar depois...

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