Por Joaquim Macedo Junior
CAPIBA, PARA ALÉM DOS GRANDES FREVOS
Quem ler, de relance o nome de Capiba aí em cima no título, poderá dizer: “ah, esse eu já conheço, eu quero é novidade”…
Em primeiro lugar, não há dúvida que o maior compositor pernambucano é eterno e, portanto, será sempre uma novidade, com fundadas tradições.
O disco que Raphael Rabelo produziu e executou pouco tempo antes de morrer tão precocemente, é prova nacional do interesse pelo nome e pelo legado musical.
Aqui, entre nós, fubânicos, é bem possível, que essa frase soe repetitiva, porém muito além dos grandiosos frevos “Ó Bela”, “De Chapéu de Sol Aberto” ou “Madeira de Lei que Cupim não Rói”, mas entre os não tão fubânicos assim talvez poucos conheçam as belíssimas valsas, sambas-canção e boleros que ele fez.
Como aqui assumo a condição de também registrar os dados básicos de todos os homenageados, lá vai: Lourenço da Fonseca Barbosa (Capiba) nasceu em Surubim, em 28 de outubro de 1904, encantando-se em 31 de dezembro de 1997, no Recife, aos 93 anos.
Maria Bethânia – Com Nelson Gonçalves e Caetano Veloso
“Cais do Porto”, com maestro Guerra Peixe e Orquestra e “Titulares do Ritmo”, nos vocais
Lourenço da Fonseca Barbosa (Capiba), 1904-1997
Capiba era aquele cara que, quando numa roda de bar, surgia o ranking dos maiores compositores do Brasil, sacava-se do Sul, Lupicínio Rodrigues, da Bahia, Dorival, do Rio, Noel ou Tom, de São Paulo, Adoniran e Geraldo Filme, entre os capixabas, Roberto Carlos, do Maranhão, Catulo da Paixão Cearense, do Piauí, Torquato Neto, do Ceará, o Pessoal, incluindo Belchior e assim por diante.
Capiba é patrimônio musical pernambucano e nacional, título outorgado por aquelas que apreciam a boa melodia, músicos, estudiosos e historiadores.
Apesar de seu ecletismo, ficou conhecido mesmo como o maior compositor de frevos do Brasil.
A Mesma Rosa Amarela (Capiba/Carlos Pena Filho), com Maysa
Capiba nasceu em uma família de músicos – seu pai, Severino Atanásio foi maestro da Banda Municipal de Surubim e, aos oito anos já tocava trompa. Ainda pequeno, mudou-se com a família para a Paraíba. Lá, ainda criança trabalhava como pianista em cinemas.
Chegou a jogar como zagueiro no Campinense, time de Campina Grande-PB, porém abandonou os gramados e aos 20 anos gravou seu primeiro disco, com a valsa “Meu Destino”. Era torcedor declarado do Santa Cruz, do Recife.
Com 26 anos, mudou-se para o Recife. Aprovado em concurso, tornou-se funcionário do Banco do Brasil, o que lhe rendeu sustento financeiro e permitiu tempo para aprimorar-se como músico.
Em 1938, concluiu o curso da Faculdade de Direito do Recife, mas nunca apanharia o diploma e nunca seguiu carreira.
Em 1950, funda a Jazz Band Acadêmica e, com Hermeto Pascoal e Sivuca e cria o trio “O Mundo Pegando Fogo”.
Semana que vem tem mais.
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