domingo, 16 de julho de 2017

HISTÓRIAS E ESTÓRIAS DA MPB

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Hoje quero trazer para esta coluna o nome de Amélia Cláudia Garcia Collares Bucaretchi, que ficou popularmente conhecida como Amelinha, artista que surgiu a partir dos anos de 1970 na leva dos grandes nomes que surgiram na música brasileira a partir daquela década oriundos do Nordeste. Intérprete, já registrou os mais distintos gêneros musicais existentes no país tais quais Xotes, baiões, forrós peneirados, galopes e arrasta-pés a partir de projetos fonográficos diversos a exemplo do CD "Só Forró", lançado em 1993 pela Polygram (um projeto em homenagem ao forró a partir de alguns dos mais representativos nomes que engrandeceram o gênero país afora como João do Vale e Luiz Gonzaga. Além deste projeto a sua biografia (discograficamente falando) é composta por discos como "Flor da paisagem", seu álbum de estreia lançado em 1977 e que traz um repertório essencialmente nordestino a partir de canções como "Santo e Demônio" (Fagner / Ricardo Bezerra), "Depender" (Fagner / Abel Silva), "Cintura Fina" (Luis Gonzaga / Zé Dantas), "Flor da Paisagem" (Robertinho de Recife / Fausto Nilo), "Senhora Dona" (Brandão / Petrúcio Maia), "Agonia" (Fagner) entre outras. Em 1979 lançou "Frevo mulher", um disco que traz o primeiro registro da canção "Dia Branco" (de autoria do cantores e compositores Geraldo Azevedo e Renato Rocha), "Frevo Mulher" (canção de autoria de Zé Ramalho e que viria a se tornar um clássico do repertório de ambos) e "Galope rasante" (outra canção da lavra do cantor e compositor paraibano). Seus dois LP's seguintes, "Porta secreta" e "Mulher nova, bonita e carinhosa, faz o homem gemer sem sentir dor" trouxeram mais canções que caíram no gosto popular, além de registro de autores como Jorge Mautner, Nelson Jacobina, Chico Buarque, Vinicius de Moraes, Djavan, Vital Farias, Gonzaguinha, Moraes Moreira, Novelli, Cacaso entre outros. São desses álbuns faixas como Gemedeira (Robertinho de Recife / Capinan), "Periga ser" (Fausto Nilo - Robertinho de Recife), Foi Deus que fez você (Luis Ramalho), Mulher nova bonita e carinhosa Faz o homem gemer sem sentir dor (Otacílio Batista / Zé Ramalho), Amar Quem eu já amei (João do Vale / Libório), Água de lua (Djavan) entre outras.

Para quem não sabe a cantora é cearense e radicou-se no Sudeste no início da vida adulta objetivando estudar comunicação. Pode-se afirmar que a música entrou em sua vida de modo bastante despretensioso. Suas primeiras incursões na música ocorreram de forma bastante amadora, participando de shows do conterrâneo Raimundo Fagner. A partir destas apresentações surgiram algumas oportunidades para aparecer em programas de televisão. Em 1975 viajou com Vinicius de Moraes e Toquinho onde participou de diversas apresentações da dupla. Essa convivência inspirou Vinicius de Moraes que compôs para ela "Ah! quem me dera". Como dito, a sua notabilidade nacionalmente falando veio na mesma época que toda uma leva de artistas nordestinos chamados genericamente de "Pessoal do Ceará", entre os quais estavam seus conterrâneos Raimundo Fagner, Ednardo e Belchior. Dentre suas façanhas profissionais está o disco de ouro conquistado com o disco "Frevo mulher", a sua participação no Festival MPB 80, da Rede Globo, classificando em 2º lugar a música "Foi Deus quem fez você". Devido ao sucesso desta música, vendeu mais de um milhão de cópias do compacto homônimo e foi a primeira música a alcançar o primeiro lugar entre as mais executadas tanto nas faixas de FM quanto de AM, teve um dos seus LP's por 30 semanas entre os 50 LPs mais vendidos do país, entre outras façanhas.

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