A cena musical de Pelotas sempre surpreende. Vem de lá o primeiro álbum do power trio formado em 2010 por Yuri Marimon (guitarra, voz), Wysrah Moraes (baixo, voz) e Felipe Nobre (bateria), todos estudantes da UFPel. Mesmo com idades na casa dos 25, a inspiração deles está em músicos e bandas dos anos 1960/70. Citam Jimi Hendrix, Cream, Led Zeppelin, Ten Years After, as brasileiras (praticamente desconhecidas dos jovens roqueiros de hoje) O Terço, Casa das Máquinas e Som Nosso de Cada Dia. Mas o sotaque é de rock gaúcho. Os três são convincentes no som pesado, barulhento, rápido, uma guitarra furiosa, vocais berrados e letras como a do rock'n'roll Aquele Morto Não Sou Eu, que se apropria de um trecho de Johnny B. Goode (Chuck Berry) e diz assim: "Sinto que eu tô chegando/ Mas não sei muito bem onde/ E pra isso eu tô cagando/ Se eu tô perto ou tô longe/ Eu tô indo pra natureza selvagem/ .../ Vai Johnny, vai, vai". Outros destaques são a instrumental Entrando no Mato, que abre o disco, o hard blues Mais Uma Noite, a progressiva Barca de Couro – comentário de 11 minutos sobre a história de Pelotas, com suas charqueadas e escravos. No segundo semestre a Mato Cerrado deve apresentar o show em Porto Alegre. Independente, R$ 25, à venda no Facebook da banda. Disponível nas plataformas digitais.
Fonte: Zero Hora
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