sexta-feira, 14 de julho de 2017

GRUPO TRADIÇÃO COMEMORA 23 ANOS DE CARREIRA E LANÇA SEU PRIMEIRO CD

Com presença marcante nas rodas da capital mineira, sambistas lutam por espaço e reconhecimento

Por Pedro Galvão 





São 23 anos de muitas histórias, várias noites animadas por batuques e tardes embaladas pelo pandeiro. No entanto, mesmo sendo uma das principais referências no samba de raiz da capital mineira, o Grupo Tradição nunca havia registrado sua música em CD. Agora, a banda finalmente poderá celebrar essa etapa tão importante na carreira de qualquer artista, lançando o primeiro álbum.

“Esse CD representa a realização de um objetivo, de um sonho mesmo. Sempre desejamos concretizar o nosso trabalho em um disco, mas por falta de recursos não tinha sido possível. Agora tivemos a oportunidade graças à Lei Municipal de Incentivo à Cultura”, diz Waltinho Tradição, responsável pelo reco-reco e vocais.

O álbum Tradicionalmente tem 12 faixas, todas assinadas por integrantes do grupo e compositores mineiros – Pirulito da Vila, Cabral e Fabinho do Terreiro, entre outros. O repertório inclui Meu samba, de autoria do próprio Waltinho, e Firma pra não cair, de Dé Lucas, sambista conhecido de BH. A produção é assinada pelo violonista Thiago Delegado.


NOROESTE

Em 1993, o Grupo Tradição se formou como uma reunião de amigos do Bairro Jardim Montanhês, na Região Noroeste da capital. A roda de samba descontraída deu origem a um trabalho mais sério e logo os rapazes despontaram no circuito cultural de BH.

Como o nome sugere, a influência vem de ícones do gênero como Beth Carvalho, Martinho da Vila, Dona Ivone Lara, Clara Nunes e João Nogueira, entre outros.

Apesar de mais de duas décadas dedicadas à carreira, o grupo enfrentou dificuldades para desenvolvê-la na capital. “Em BH, o samba sempre foi forte, mas com a crise econômica que atingiu o mundo inteiro, houve uma caída forte dos shows. Nossa contribuição sempre foi cultural: a essência do samba de raiz e privilegiando os artistas mineiros. A luta por reconhecimento é grande, nem sempre temos espaço para tocar. Porém, não vamos deixar essa peteca cair”, garante Waltinho.

Além dele, o Tradição conta atualmente com Walmir (vocal e balde, único remanescente da formação original), Alex (surdo), Bruno (vocal e tantã), Cristiano (violão), Gerson Luiz (pandeiro), Júlio César (percussão) e Rodrigo (cavaco).

“Já tivemos várias formações. Esse processo é natural, alguns saindo e outros entrando, mas sempre entre amigos”, conclui Waltinho Tradição.

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