Coletânea resgata obras dos anos 1970 e 1980 do Rei do Baião
Por Alef Pontes
Agora em streaming, discos mostram lados pouco conhecidos do músico. Foto: RCA/Reprodução
Confira a lista dos discos relançados:
Sertão 70 (1970)
O canto jovem de Luiz Gonzaga (1971)
São João quente (1971)
Aquilo bom (1972)
Chá cutuba (1977)
Dengo maior (1978)
Quadrilhas e marchinhas juninas Vol. 2 - Vire que tem forró (1979)
O homem da terra (1980)
A festa (1981)
70 anos de sanfona e simpatia (1983)
Luiz Gonzaga & Fagner (1984)
Forró de cabo a rabo (1986)
De fiá pavi (1987)
Gonzagão & Fagner 2 - ABC do sertão (1988)
Aí tem Gonzagão (1988)
Por Alef Pontes
Agora em streaming, discos mostram lados pouco conhecidos do músico. Foto: RCA/Reprodução
Se, por um lado, a memorabilia de Seu Lua carece de atenção na terra natal, Exu, com o Parque Aza Branca correndo o risco de fechar as portas, por outro, parte da vasta discografia começa a ser retirada das estantes para ganhar luz novamente sob os aparelhos de som, através da plataforma digital. Em uma ação que segue o passo do resgate de um outro percursor nordestino da música popular brasileira, Jackson do Pandeiro, a Sony Music relançou 15 álbuns de Luiz Gonzaga nos serviços de streaming.
Os discos, lançados entre 1970 e 1988 em vinil, assumem facetas pouco conhecidas do sanfoneiro em duetos: Fagner, Alceu, Geraldo, Gonzaguinha, além de participações de músicos como Sivuca, Altamiro Carrilho e o afilhado musical Dominguinhos. São obras pouco conhecidas porque a discografia que ainda ouvimos nas rádios se restringe basicamente aos anos 1950 e 1960. O legado das décadas seguintes do Rei do Baião permanecia obscuro para as novas gerações, nos acervos dos selos RCA Victor e Camden.
O catálogo se inicia com o pouco conhecido Sertão 70, gravado dois anos após Gonzaga anunciar a aposentadoria, em 1968. Em O canto jovem de Luiz Gonzaga, de 1971, ele faz uma homenagem aos grandes nomes da cena musical brasileira comemorando, com nova sonoridade, e atesta o retorno na parceria com Humberto Teixeira: Bicho, eu vou voltar. "Bicho, com todo respeito/ Dá licença, eu vou voltar/Ô desafio pai d%u2019égua/Pra cabra macho enfrentar", canta, antes de reverenciar Caetano, Gil, Capinam, Chico (Buarque) e Tom (Jobim). Também apresenta um emocionante dueto com o filho Gonzaguinha, na música Asa branca.
São João quente, do mesmo ano, tem no "lado A" uma única faixa instrumental e inclui o clássico Xote das meninas, seguida pela composição da lenda do choro Altamiro Carrilho O coreto da pracinha. Em Aquilo bom, no ano seguinte, Lua grava o canto crítico e nacionalista da música do filho, Gonzaguinha, From United States of Piauí, em um disco que o faz se aproximar da juventude universitária, com novos arranjos. Dengo maior(1972) tem como destaque as participações de Sivuca e Glorinha Gadelha, em Serena do mar e Nunca mais eu vi esperança.
A participação de artistas renomados em trabalhos do sanfoneiro Luiz Gonzaga também é recuperada em A festa, de 1981. É uma celebração recheada de artistas tarimbados como Dominguinhos, Emilinha Borba, Gonzaguinha, Nelson Valença, José Marcolino e Milton Nascimento. Esse último divide os vocais com Gonzagão em Luar do Sertão. Dois anos depois, o pernambucano Alceu Valença se encontra com Luiz na faixa Plano piloto, do álbum 70 anos de sanfona e simpatia. Outro nome consagrado da música nordestina reviu canções emblemáticas do repertório de Gonzaga ao lado do Rei em dois álbuns: Luiz Gonzaga & Fagner, de 1984, quando o cearense tinha 35 anos, e Gonzagão & Fagner 2 - ABC do Sertão, que ganhou o mundo um ano antes da morte do sanfoneiro.
Do baú de Lua
Iniciado pela bem-humorada pergunta "Sandoval, que chá é esse que tu bebe?", Chá Cutuba (1977) apresenta o belo arrasta-pé Onde tu tá neném, sucesso na voz de Elba Ramalho ao ser regravada em Leão do norte(1996). O disco também traz a faixa Chapéu de couro e gratidão, na qual Luiz Gonzaga agradece a Benito Di Paula, que o homenageou em 1975 com a música Sanfona branca.
Na época do lançamento de O canto jovem de Luiz Gonzaga (1971), Asa branca havia se tornado hino para exilados pelo regime militar. Uma aproximação com a nova geração, que brilhava nos festivais, o LP tinha arranjos leves e interpretações de canções como Procissão, de Gilberto Gil, Cirandeiro, de Capinam e Edu Lobo, Fica mal com Deus, de Geraldo Vandré, e No dia em que eu vim me embora, de Caetano Veloso e Gilberto Gil.
Em De fiá pavi (1987), Gonzaga homenageou o parceiro de uma vida de composições, Humberto Teixeira, coautor em Asa branca e Assum preto. As saudades do velho amigo foram cantadas em Doutor do baião: "Onde tá meu grande irmão/ Onde é que tá/ Quanto tempo, que saudade/ Que você me dá/ Quanta falta está fazendo, irmão/ Ao nosso baião".
Último disco do artista pela RCA, Aí tem Gonzagão (1988) comemorava os 75 anos de vida e 50 de carreira de Lua. Lançado um ano antes da morte, o disco carrega em duetos com Camélia Alves, em Vamos ajuntar os troços, Geraldo Azevedo, em Táqui pa tú, e com o sobrinho Joquinha Gonzaga, na faixa Dá licença prá mais um. Além das sanfonas de Chiquinho do Acordeon, Dominguinhos e Waldonis.
Confira a lista dos discos relançados:
Sertão 70 (1970)
O canto jovem de Luiz Gonzaga (1971)
São João quente (1971)
Aquilo bom (1972)
Chá cutuba (1977)
Dengo maior (1978)
Quadrilhas e marchinhas juninas Vol. 2 - Vire que tem forró (1979)
O homem da terra (1980)
A festa (1981)
70 anos de sanfona e simpatia (1983)
Luiz Gonzaga & Fagner (1984)
Forró de cabo a rabo (1986)
De fiá pavi (1987)
Gonzagão & Fagner 2 - ABC do sertão (1988)
Aí tem Gonzagão (1988)
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