sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

CAIA NO PASSO, MAS DE OLHO NAS FINANÇAS

Reutilizar e customizar fantasias antigas, fazer uma refeição antes de sair de casa e comprar a bebida fora da festa são algumas das atitudes que podem ajudar o folião a economizar.

Por Gabriela Araújo


Para gastar pouco durante a folia, Gabriel Coimbra leva bebida de casa, vai de ônibus e reutiliza acessórios de anos anteriores. Crédito: Shilton Araujo/Esp.DP


“Ei, você aí! Me dá um dinheiro aí, me dá um dinheiro aí.” Em ano de crise econômica, é provável que essa seja uma das marchinhas de Carnaval que mais representem o sentimento dos brasileiros. Com o bolso apertado por causa das despesas de fim (Natal e Ano Novo) e início de ano (IPVA, IPTU e material escolar), a folia que dura cinco dias pode acabar comprometendo as finanças. Mas não pense que é preciso sacrificar os dias de diversão. Dá para cair no passo economizando.

O estudante de engenharia de controle e automação Gabriel Coimbra, 20, por exemplo, tenta economizar no que é possível. Ele vai para Olinda em todos os dias. Chega por volta das 10h e volta às 17h. Gabriel mora em Casa Forte. Para chegar na folia de Momo, normalmente vai de carona até o Shopping Tacaruna e de lá pega um Expresso Folia (custa R$ 7, incluindo ida e volta). Para voltar, pega um ônibus do shopping até a sua casa, que é anel A (R$ 3,20).

Com alimentação, o estudante gasta cerca de R$ 10 por dia, o que inclui em média dois lanches. Já a bebida, Gabriel leva de casa. Todos os dias, compra uma garrafa de dois litros de cachaça por cerca de R$ 7, e o seu amigo leva o refrigerante. Gabriel também gosta de se fantasiar. Mas não gasta muito com isso. “Pego coisas que já tem aqui em casa, como chapéus e acessórios, e sempre compro acessórios que são baratinhos”, comenta Coimbra. Ele costuma ir nas lojas do Centro da cidade do Recife e em uma loja no bairro de Casa Amarela, onde encontra preços mais atrativos.

Quem também tem o hábito de ir no Recife comprar acessórios e fantasias é a estudante de jornalismo Juliana Aguiar, 20. “Todo ano compro pelo menos uma besteirinha e monto uma fantasia”, comenta. Ela também vai para Olinda durante o período carnavalesco inteiro. Mas tem a vantagem de morar em Bairro Novo, que fica bem perto do Sítio Histórico, onde ocorre a festa. Como tem muito trânsito, normalmente ela vai e volta do carnaval andando. Às vezes pega um taxi ou um Uber, que não deve passar de R$ 10.

Durante a folia de Momo inteira, Juliana gasta cerca de R$ 120. “Levo uns R$ 30 por dia, mas acaba sobrando”, explica. Como toma um café da manhã reforçado em casa antes de ir, não gasta muito com alimentação. No meio do dia, faz uma parada e normalmente divide um prato de macaxeira com charque com os amigos, ou come um espetinho. Além disso, compra cerveja e água.

De acordo com Aluísio Gondim, economista e professor do Centro Universitário FG, as atitudes de Gabriel e Juliana são as recomendadas. Uma das coisas que ajudam muito no bolso é se alimentar antes de sair de casa. “Se você já sai abastecido, com certeza o consumo será bem menor”, diz. Além disso, é legal levar sempre uma garrafa de água e algum lanche pequeno. “Para os que vão beber, é tentar fazer uma compra de supermercado e levar em uma bolsa térmica ou cooler”.

Em relação às fantasias, a ideia é reutilizar para economizar. Vale a pena pegar roupas antigas e inserir uma maior quantidade de brilhos ou acessórios, por exemplo. Já para chegar e sair da folia, Gondim acredita que o mais ideal seja o transporte público. Mas, por não ser muito seguro, uma alternativa pode ser ir para a folia de ônibus e arrumar outro meio de volta para casa, como dividir um táxi ou Uber com os amigos. O mais importante é que os foliões se planejem. É ideal determinar quanto você pode gastar. Além disso, deve ser feita uma reserva de 30% da quantia total para possíveis imprevistos que ocorram. Tudo isso para não sair do carnaval endividado.

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