Por Andrea Jubé e Bruno Peres
BRASÍLIA - O novo ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, empossado no último mês de julho afirmou, em entrevista coletiva no Palácio do Planalto, que tentará buscar um consenso em meio à radicalização da classe artística contra o governo do presidente Michel Temer.
Ele disse que se considera um “ecumênico”, observou que agora está na posição de comando da pasta e, nessa condição, fez um apelo para que a classe artística tenha bom senso, que é momento de “baixar a bola e tentar buscar objetivos comuns”.
No momento em que o novo ministro assume, um segmento da classe artística comanda uma campanha nacional para que a Câmara dos Deputados autorize a abertura da investigação contra Temer. “As diferenças nos fragilizam a todos. É fundamental nos unir no que for possível para que a cultura brasileira retome seu papel na agenda da sociedade”, disse.
Em seu discurso de posse, Leitão admitiu assumir o cargo em uma “hora tão difícil para o país” e apontou a atividade cultural como uma das contribuições que podem ser dadas para o enfrentamento da crise, destacando a chamada economia criativa e o potencial de diálogo entre o poder público e o setor cultural.
Leitão afirmou que tentará canalizar recursos para a realização do Carnaval do Rio de Janeiro. A liga das escolas de samba pleiteia R$ 13 milhões do governo federal para a realização do evento. “O Carnaval do Rio é um emblema da imagem brasileira dentro e fora do país, uma das festas populares mais expressivas. O Ministério da Cultura não pode ficar de fora desse evento.” Ele disse que tomará pé da situação para ver de que forma será preciso contribuir para a festa, por meio de patrocínios ou da Lei de Incentivo da Cultura.
Para assumir o cargo, Leitão pediu a Temer a “recomposição orçamentária” da pasta. Ele disse que essa medida é fundamental para que as instituições ligadas à cultura possam funcionar com padrão mínimo de qualidade. Admitiu que assume em condições adversas, com limitação fiscal e relatou que há 20 mil prestações de contas não analisadas no ministério no âmbito da Lei de Incentivo à Cultura.
O novo ministro afirmou também que pretende deixar a pasta mais transparente e mais eficaz. Uma de suas propostas é viabilizar um abatimento no imposto de renda para a pessoa física que contribuir para "crowdfundings" de projetos culturais.
Egresso do audiovisual, o novo ministro afirmou que atuará por todos as manifestações artísticas e culturais em toda a diversidade pelo país. “Quero ser o ministro de toda a cultura brasileira, não apenas de um segmento.”
Leitão acenou ainda para os servidores da pasta, prometendo valorizá-los sobretudo em função da “memória” da instituição. “As condições do país são adversas, estamos começando a sair da maior recessão da nossa história”, disse. “As reformas apontam para um novo Brasil com que sonhamos”, disse.
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