Patrimônio Imaterial da Humanidade, o Frevo pede passagem para celebrar o título concedido merecidamente pela UNESCO.
Por Bruno NegromonteO mais genuíno dos ritmos pernambucanos recebeu no último mês de novembro, em Paris, mais um reconhecimento nessa exitosa trajetória que vem trilhando em mais de um século de existência. Foi a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) quem concedeu ao principal ritmo que anima o carnaval pernambucano tal honraria e hoje, o ritmo que tem como sua data o dia de amanhã (09 de fevereiro), é Patrimônio Imaterial da Humanidade.
A proposta de inscrição do frevo foi realizada pelo Ministério da Cultura (MinC) e Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e para receber tal título, o ritmo pernambucano concorreu com outras 35 propostas, entre elas o trançado de chapéus de palha (Equador), o canto budista de Ladakh (Índia) e a luteria tradicional de violinos em Cremona (Itália). Vale ressaltar que o frevo já possui o título de Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro desde 2007, mesmo ano em que completou um século de existência.
Segundo a UNESCO, tal honraria abrange expressões e práticas vivas passadas ao longo de gerações, e isso inclui tradições orais, eventos celebratórios, práticas sociais, artes performáticas, habilidades de trabalhos artesanais tradicionais entre outras manifestações.
História do Frevo
O termo Frevo segundo alguns historiadores origina-se do verbo ferver. Segundo o Vocabulário Pernambucano, do jornalista Pereira da Costa, surgiu a partir da corruptela frever, que passou a designar: efervescência, agitação, confusão, rebuliço; apertão nas reuniões de grande massa popular no seu vai-e-vem em direções opostas, como o Carnaval.
O ritmo começou a ganhar notoriedade na cidade do Recife no fim do século XIX e sua dança advém da junção entre a capoeira e outros passos. Vale lembrar que eram comuns conflitos entre blocos de frevo, em que saíam à frente dos seus blocos para intimidar blocos rivais e proteger seu estandarte, dentre essas célebres disputas havia uma muito conhecida até os dias atuais na cidade de Olinda, era o embate existente entre a Pitombeira dos quatro cantos e o Elefante de Olinda.
A partir da década de 30 o frevo ganhou as sub-divisões hoje notoriamente conhecidas: Frevo-de-rua, Frevo-canção e Frevo-de-bloco. Hoje o ritmo tem duas datas comemorativas: 09 de fevereiro, dia do frevo e dia 14 de setembro, dia nacional do frevo; além é claro de ser o Patrimônio Imaterial da Humanidade. E para celebrar tal título, a nova gestão da Prefeitura do Recife resolveu também homenagear o músico Naná Vasconcelos e o fotógrafo Alcir Lacerda nessa festa, que é sem dúvida, a mais democrática existente no Brasil! Evoé!
Confira as atrações para hoje, 08 de fevereiro, do carnaval organizado pela prefeitura da cidade do Recife clicando AQUI.
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