Multifacetado, o músico registra em cores e tons precisos um universo sonoro todo particular.
Por Bruno Negromonte
Com mais de três décadas de estrada, o músico e instrumentista carioca Toni Costa é dono de um currículo invejável. Nessas décadas de carreira já acompanhou relevantes nomes do cenário musical brasileiro tais quais nomes como Nelson Gonçalves, Jussara Silveira, Moraes Moreira, Luis Melodia, Caetano Veloso, Carlinhos Brown, Elba Ramalho, Sergio Sampaio, Gal Costa, Maria Bethânia, Adriana Calcanhoto, Leo Gandelman entre outros. Arranjador, compositor, instrumentista e intérprete, hoje, paralelo a carreira solo, forma um dos trios mais bem conceituados da música popular brasileira contemporânea, o grupo Moinho. Ao seu lado nessa perfeita trinca estão a percussionista Lanlan e a cantora e atriz Emanuelle Araújo, onde desde 2006 vem conquistando um público cativo a partir das irreverentes e dançantes canções. O grupo, que ao longo desses anos, vem apresentando-se tanto no Brasil quanto no exterior, já gravou dois cd's e um dvd.
Toni Costa teve os seus primeiros contatos musicais nos idos anos 70 quando deu início aos estudos de música com Léo Soares, na Escola de Música da Pró-Arte, no Rio de Janeiro. Pouco tempo depois, morando em Salvador passou a frequentar aulas de música nos "Seminários de Música da UFBA" (Universidade Federal da Bahia) chegando a trabalhar com o músico Walter Smetak no chamado projeto de violões afinados em microtons. Ainda na década de 70 resolveu voar mais alto e aventurou-se como estudante na Berklee College of Music (Boston/E.U.A), onde fez curso de "Arranjo", "Harmonia" e "Improvisação". Nesse período integrou diversas bandas de ritmos latinos, apresentando-se na periferia da capital de Massachusetts.
Volta ao Brasil por volta de 1980 e passa a trabalhar além de instrumentista como compositor e arranjador para inúmeros artistas e bandas brasileiras dentre os quais os nomes que foram citados anteriormente. Como compositor constam parcerias com nomes como Orlando Morais, Luis Ariston e os poetas Carlos Rennó, Antonio Risério, Chacal e Fred Góes nesses mais de 30 anos de carreira profissional dedicados a música brasileira.
Em sua biografia ainda constam arranjos para várias composições apresentadas no programa "Chico e Caetano", apresentado na década de 80 na rede Globo; trilhas sonoras para programas de Tv e cinema como por exemplo a série "Confissões de Adolescente",apresentada na Tv Cultura e dirigida por Daniel Filho; a trilha sonora para o filme "Veja Essa Canção", de Cacá Diegues, para programas do Canal Futura e para o longa-metragem "Procuradas", dirigido por José Frazão e Zeca Pires dentre outras.
Sua carreira solo teve início ainda na década de 80, quando por volta de 1989 lançou, pelo selo Retoque, o álbum "Gente da rua", O disco contou com a participação de diversos artistas, dentre os quais Léo Jaime em "Vem me dançar" (com Roberto Rodrigues); Raul Mascarenhas em "Cristais emoções" (com Cristiaan Oyens); Léo Gandelman em "Chimpanzé" (com Guilherme Maia e Zeca Barreto); Caetano Veloso e Carlinhos Brown na composição "Xangô é de Baê", de João Donato e de Gal Costa na faixa-título "Gente da rua". Nas faixas presentes no disco ainda constam as canções "O meu boi morreu" (Domínio Público), "Flecha" (com Tavinho Fialho e Carlos Rennó), "Rio Bahia" e "Radio shit", também de sua autoria.
Quase dez anos depois Toni aos estúdios para a gravação de um álbum assinado por ele. Em 1998, grava o álbum "A sorte muda", disco que conta com diversas participações especiais, dentre as quais a da cantora Cássia Eller (interpretando a faixa que dá título ao disco), Luiz Melodia em "Saudade do Rio", Toni Garrido em "Grito de guerra"; Orlando Morais em "Grunhir", parceria de ambos; Armandinho na faixa "Manaus" e a cantora mineira Jussara Silveira na composição "Lagoa", também em parceria com Orlando. a faixa "A sorte muda" (composição em parceria com Chacal), foi incluída na trilha sonora da novela "Era Uma Vez", da Rede Globo.
No ano posterior lançou o terceiro álbum intitulado "Músicas para o violão brasileiro", disco cujo a ficha técnica é constituída por diversas participações, dentre as quais, Toninho Horta (violão), Claudia Coutinho (voz) e Marcos Suzano (pandeiro). O repertório deste disco é bem abrangente, indo desde Garoto (Voltarei), perpassando por composições próprias, indo até "Allemande suíte 996 em mi menor", de J.S.Bach.
Agora depois de mais de uma década dedicando-se a outros projetos, Toni Costa resolve voltar a fazer um registro mais intimista, expondo em cores e formas a sonoridade a qual busca ao longo de todos esses anos de carreira. Parece que a fórmula utilizada é de grande valia, pois as texturas sonoras (se assim podem ser denominadas) condizem fidedignamente com aquilo que o disco se propõe: fazer música de qualidade inquestionável sem muita preocupação.
O álbum foi batizado a partir de um quadro do artista plástico João José da Costa. o quadro "Textura Colorida" além de batizar o disco também o ilustra, a colorida capa ao fundo trata-se do próprio quadro. O disco em si é composto por dez faixas que traz em sua audição um clima de total descontração e, mesmo não preocupando-se com minúcias inerentes a produção e recursos tecnológicos para "embelezar" o disco, o que resulta do produto final é de uma qualidade inquestionável.
Todas as faixas são composições do próprio Toni Costa, com exceção de "Linha Vermelha", que vem em parceria com Miguel Gandelman. Entre as faixas presentes nesse trabalho essencialmente autoral, o artista foi capaz de sintetizar de modo bastante competente a diversidade rítmica que caracteriza a música brasileira transitando por samba, pop, baião, balada, choro, jazz, fusion e bossa. Na execução dessa gama de ritmos, Toni (no comando das guitarras) escalou um time de primeira: Pedro Mazzillo (baixo e violão), Fabrício Belo (teclados), Alexandre Caldi (sax tenor) e Maurício Braga (bateria).
Todas as faixas são composições do próprio Toni Costa, com exceção de "Linha Vermelha", que vem em parceria com Miguel Gandelman. Entre as faixas presentes nesse trabalho essencialmente autoral, o artista foi capaz de sintetizar de modo bastante competente a diversidade rítmica que caracteriza a música brasileira transitando por samba, pop, baião, balada, choro, jazz, fusion e bossa. Na execução dessa gama de ritmos, Toni (no comando das guitarras) escalou um time de primeira: Pedro Mazzillo (baixo e violão), Fabrício Belo (teclados), Alexandre Caldi (sax tenor) e Maurício Braga (bateria).
Desse modo, nessa aquarela rítmica genuinamente brasileira, Toni pincela a sua parcela de contribuição na perpetuação da música instrumental brasileira de qualidade, mostrando a partir de sua sonoridade contemporânea que os laços com as matrizes rítmicas de nossa música ainda é possível sem se deixar perder na linha do tempo elementos fundamentais que as caracterizam.
Maiores Informações:
Myspace - http://www.myspace.com/tonicosta
1 comentários:
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