terça-feira, 10 de outubro de 2017

O SAMBALANÇO DE ORLANDIVO EM CAIXA

Por Tárik de Souza




Um dos compositores e interpretes mais originais do estilo sambalanço, o catarinense Orlandivo Honório de Souza(1937-2017) falecido em fevereiro passado, ganha uma caixa fundamental de retrospectiva de sua obra. “Orlandivo – Bossa, samba e balanço”, do selo Discobertas, do produtor Marcelo Froes, reedita os primeiros três discos do cantor lançados pela gravadora carioca Musidisc, no começo dos anos 60.

“A chave do sucesso” (1962) apresenta o inédito batuqueiro do molhe de chaves (“Chavinha”) com seus primeiros hits, em parcerias com Roberto Jorge, como “Samba toff” (repleto das onomatopéias que caracterizariam suas letras), “Sambadinho”, “Vem pro samba” e “Onde anda o meu amor”, que, fato raro, seria regravada pelo admirador Jorge Ben.

No segundo, intitulado apenas “Orlann Divo” (como ele grafava o nome na época), de 1963, desvela mais parcerias com Roberto Jorge, “Vai devagarinho”, “Samba no Japão”, “Amor quadradinho”, “Faz de conta” e principalmente o manifesto artístico do solista em parceria com organista Celso Murilo: “se alguém me perguntar/ só pra me provocar/ eu faço samba pra brincar”.

O terceiro é “Samba em paralelo” (1964), crivado de experiências e grooves, a partir da faixa título e de “Escute, menina”, mais duas parcerias com Roberto Jorge, e de ritmos quebrados como os de “Deixa o vento levar”, “Saudade da Maria”, “É samba”, “Entrou no samba”, todas só de Divo. E além de dois clássicos alheios do sambalanço, “Deixa a nega gingar” (Luiz Claudio Castro) e “Desfolhando a margarida” (Haroldo Barbosa/ Luis Reis), ainda há petardos de alta octanagem como “Beleza não vai embora” (parceria com Durval Ferreira) e “Pr’além do mar” (Durval Ferreira/ Regina Werneck).

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