“A boca está comendo vida.
A boca está entupida de vida.
A vida escorre da boca,
lambuza as mãos, a calçada.
A vida é gorda, oleosa, mortal, sub-reptícia.”
Carlos Drummond de Andrade
“parti-me para o vosso amor/que tem tantas direções/e em nenhuma se define/mas em todas se resume”. Para interpretar ao poeta – o dono dos versos – ninguém melhor do que ele próprio. No entanto, Carlos Drummond de Andrade teve sua escrita transformada não apenas na cabeça e coração dos leitores, como também através da música e do cinema. Sete faces que se transmudam em outras na obra daquele que tinha uma palavra de sua predileção: “taciturno”.
“E Agora, José?” (1974)
Lançado em 1942, no livro que dá nome à obra, o poema “José” tomou a força de uma canção popular cujo refrão impõe-se sobre a vontade titular do autor. A longa narrativa de Drummond sobre as desventuras existenciais de seu protagonista passou a ser conhecida, principalmente, pelo questionamento: “E agora, José?”. Ao ponto dele dar o nome à canção que Paulo Diniz criou, em 1974, para os versos de Drummond, registrada como parte de um projeto em que o músico compôs melodias para poemas de vários autores, como Jorge de Lima e Manuel Bandeira.
Fonte: Esquinas Musicais
0 comentários:
Postar um comentário