“A boca está comendo vida.
A boca está entupida de vida.
A vida escorre da boca,
lambuza as mãos, a calçada.
A vida é gorda, oleosa, mortal, sub-reptícia.”
Carlos Drummond de Andrade
“parti-me para o vosso amor/que tem tantas direções/e em nenhuma se define/mas em todas se resume”. Para interpretar ao poeta – o dono dos versos – ninguém melhor do que ele próprio. No entanto, Carlos Drummond de Andrade teve sua escrita transformada não apenas na cabeça e coração dos leitores, como também através da música e do cinema. Sete faces que se transmudam em outras na obra daquele que tinha uma palavra de sua predileção: “taciturno”.
“O Mundo É Grande” (2002)
Para celebrar o centenário de nascimento do poeta itabirano, o ator, cantor e apresentador mineiro Thelmo Lins produziu, em 2002, um álbum em homenagem à obra de Drummond, sob a alcunha “Thelmo Lins Canta Drummond”. Com várias participações especiais, o trabalho apresentou poemas musicados por José Miguel Wisnik (“Anoitecer”), Joyce (“Cadeira de Balanço”), Belchior (“Volta”), Milton Nascimento (“O Deus de Cada Homem”), Francis Hime (“Inaugura-se o Retrato”) e Sueli Costa, na faixa que foi o grande destaque do disco pela presença de Maria Bethânia em “O Mundo É Grande”, dos versos: “O amor é grande e cabe/no breve espaço de beijar”.
Fonte: Esquinas Musicais
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