sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

FLÁVIO RENEGADO - ENTREVISTA EXCLUSIVA

O artista oriundo de uma comunidade carente de Belo Horizonte, aos poucos Renegado vem apresentando sua arte em algumas das principais cidades ao redor do mundo conquistando cada vez mais adeptos à sua proposta em todo o planeta

Por Bruno Negromonte



A periferia das grandes cidades sempre nos revela gratas surpresas que manifestam-se através dos mais distintas expressões artísticas. O caso deste artista, surgido no Alto Vera Cruz (comunidade carente situada em Belo Horizonte) não é diferente de muitos que surgem do mesmo contexto, no entanto Flávio Renegado destaca-se não apenas por trazer a sua origem em letras e melodias, mas por levar em seu canto toa a sua origem, sem medo de rótulos e esteriótipos que pode vir a surgir. Usando todas as adversidades em sua biografia como força-motriz para sua ascensão artística, o artista vem ganhando destaque ao redor do planeta em eventos diversos como aconteceu recentemente quando apresentou-se no palco Sunset do Rock in Rio. Recentemente o nome de Renegado ilustrou uma das pautas em nosso espaço sob o título "CIDADÃO DO MUNDO, FLÁVIO RENEGADO MOSTRA, EM FORMA DE DISCO, QUE A SUA SONORIDADE NÃO TEM FRONTEIRA". Entre projetos e apresentações o artista gentilmente concedeu um pouco do seu tempo para nos agraciar com esta entrevista exclusiva onde aborda diversos temas como a sua infância, a receptividade do seu trabalho nos diversos países pelo mundo onde vem se apresentando e os projetos que virão ao longo do próximo ano como o lançamento do seu primeiro DVD. É uma conversa que vale a pena ser conferida!


Como foi a infância de Flávio Renegado? Como se deu as primeiras incursões pelo universo musical?


Flávio Renegado - Infância feliz, mas sempre cheia de muitas responsabilidades. Desde muito novo ajudei minha mãe como eu podia, arrumando a casa, cuidando da minha irmã e batalhando um dinheiro de alguma forma. Isso me ajudou a ter responsabilidade mais cedo. A música sempre esteve muito presente na minha vida, me lembro quando minha mãe trabalhava de diarista e me levava. Eu e minha irmã estávamos sempre ouvindo muita música, como Tim Maia, Djavan e Roberto Carlos. Depois, na adolescência, veio a paixão pelo rap. 


Da periferia de Belo Horizonte para algumas das principais cidades do mundo. Você acreditava chegar tão longe?

FR - Eu sempre sonhei alto, mas não sabia muito bem aonde este sonho me levaria. Quando saí do Brasil pela primeira vez e conheci Cuba realmente vi que poderia ir aonde eu sempre sonhei estar e isso sim é magico.


Como você encara todo este prestígio e admiração não só dos fãs e da crítica especializada, mas também do meio artístico?

FR - Não vejo isso como glamour de forma alguma, vejo isso como trabalho sério e quero continuar melhorando e evoluindo para chegar ainda mais longe. As oportunidade são poucas e quero estar sempre atento para quando as oportunidades baterem à porta. Sei que ainda tenho muito a caminhar e não tenho medo de caminhar, pois sei que os meu pés sempre irão me levar para um bom lugar. Só tenho a agradecer o carinho que os amigos do meio, a crítica e o publico tem pelo meu trabalho. Axé…


Como tem sido a receptividade de sua música no exterior?

FR - A cada turnê a receptividade é melhor, apesar da diferença da língua, a música cumpre bem o papel de quebrar fronteiras. Estou me preparando ainda mais para o mercado internacional, pois este público também me interessa e tenho realizado ótimas parcerias principalmente na Europa.


Neste seu mais recente álbum você assina, do modo individual, quase todas as faixas presentes abordando as mais variadas temáticas Qual é a principal mensagem que você procura passar em suas composições?

FR - “O Minha Tribo é o Mundo” é um disco em que relato o meu olhar sobre o velho mundo que era totalmente desconhecido para mim, mas o que eu realmente quis relatar é que as fronteiras são obstáculos a se superar e o que realmente importa é viver sempre buscando a evolução, sem a preocupação com os rótulos ou nomenclaturas, apenas viver.


As comunidades carentes existentes em todo o país geralmente são estigmatizadas pela violência e pelas adversidades sociais. Você que vem de uma delas provou a todos que há outro viés quando se busca uma mudança (que nos eu caso foi através da música). Quais são as maiores dificuldades que você acredita que há para o desenvolvimento de ideias e projetos que possibilitam melhoras a essas comunidades?

FR - A maior dificuldade no meu ponto de vista é a vontade de toda a sociedade realmente querer formar cidadãos. Posso enumerar vários problemas e dificuldades sociais, mas enquanto não nos olharmos e nos tratarmos como iguais nenhum esforço vai valer a pena. Parece que não, mas até hoje preferimos dar peixes do que ensinar a pescar, pois assim deixamos o próximo na posição de servo, o nosso modelo de organização social ainda é muito defasado.


Muitas das reivindicações que vieram à tona com as manifestações que eclodiram ao longo deste ano são anseios de grande valia para todos os brasileiros, principalmente àqueles que dependem substancialmente dos serviços públicos. Você como membro-fundador de ONG e oriundo de uma comunidade carente deve conhecer de perto a razão que gerou esses protestos. Você acredita que com a desintensificação dos manifestos as coisas irão avançar?

FR - Sinceramente, eu não acredito que uma massa desorganizada muda alguma coisa. Achei o máximo o povo na rua mas faltou foco, esse papo de que não temos que ter liderança nos causa este sentimento de vazio. Fomos para as ruas, batemos, apanhamos e o que de fato mudou? O caos pelo caos não constrói, a rebeldia extrema sempre favorece ao inimigo. Não tenho medo de mostrar a minha cara pois eu já nasci com ela pintada, isso não é um problema meu como indivíduo e sim um problema nosso como sociedade. Só iremos atingir a mudança quando nos organizarmos para isso. Do contrário continuaremos sendo massa de manobra. 


Na concepção do álbum "Minha tribo é o mundo" há a participação de nomes como Arthur Maia, Donatinho, Marcos Suzano, Plínio Profeta entre outros. Como se deu a concepção do álbum e participação de artistas desse quilate?

FR - Os meus discos sempre nascem no meu barraco no Alto Vera Cruz, é lá que faço a pré-produção deles. O "Minha Tribo..." é um disco mais pop, onde busquei maior participação de músicos e instrumentistas para sair do pensamento óbvio de sempre convidar cantores. Sabemos o valor de cada um destes artistas e todos contribuíram de forma sensacional, cada um à sua maneira. É ai que mora a magia.


Você poderia nos adiantar algo a respeito do DVD gravado recentemente? Há previsão para o lançamento?

FR - O DVD já esta pronto, mas eu e minha equipe optamos por trabalhar e lançar no início do próximo ano. Posso dizer que é um DVD cheio de surpresas, o público pode ficar ligado em minhas redes sociais para ficar por dentro dos detalhes.


Quais os projetos e planos para 2014?

FR - Lançamento do DVD. Nova turnê nacional e internacional 2014. Novas músicas e campanhas que já estão em desenvolvimento.


Maiores Informações:
Site oficial - http://flaviorenegado.com.br/site/
Facebook - https://www.facebook.com/flaviorenegado
Twitter - https://twitter.com/flaviorenegado
Soundcloud - https://soundcloud.com/flaviorenegado

Youtube - http://www.youtube.com/flaviorenegado
Produção Casulo Cultura - 55.31.3222.3242
Contratação de shows - contato@casulocultura.com.br
Informações para imprensa -  comunicacao@casulocultura.com.br

Rádio UOL - http://www.radio.uol.com.br/#/artista/flavio-renegado/414126
Palco MP3 - http://palcomp3.com/renegado/

Letras - http://letras.mus.br/renegado/
 

 O álbum pode ser adquirido nos seguintes endereços:
Livraria Cultura:
http://www.livrariacultura.com.br/scripts/resenha/resenha.asp?nitem=29928108&estat_id=0&sid=6249731391593564151980881 
Itunes - https://itunes.apple.com/us/artist/flavio-renegado/id474030243
Vinyl Land Records - http://www.vinyllandrecords.com/pt/releases/minha-tribo-e-o-mundo/

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