sábado, 21 de dezembro de 2013

REI DO BREGA: O DIA EM QUE REGINALDO ROSSI ME CONQUISTOU

Paula Losada, editora-executiva do Diario de Pernambuco, escreveu sobre o Rei.

Por Paula Losada




"Detestava Reginaldo Rossi. Suas músicas, sua voz, seu estilo. Até o dia em que o conheci, no verão de 1987, em Itamaracá. Estava grávida do meu primeiro filho e passava um fim de semana na casa de praia de uma grande amiga, Silvinha Costa, acompanhada de um grupo de queridos amigos. Entre eles, Raul Henry, fã incondicional do Rei do Brega.

Para minha incredulidade, depois de um show em Itapissuma, Raul levou Rossi para cantar na varanda da casa de Silvinha. Acordei mal-humorada (algo raro em minha vida), em plena madrugada, ao som de "três quatro cubas", borogodá"... Ninguém merece", praguejei.

Sem conseguir dormir novamente, me levantei. Aos poucos, fui sendo seduzida por aquele clima de animação e acabei me rendendo ao Rei. Difícil não se render a ele. Reginaldo Rossi era extremamente carismático. Cativava pela sua prosa gostosa, recheada de histórias hilárias e quase inverossímeis. Cativava pela sua generosidade e elegância. Sim, Rossi era um homem de gestos elegantes. Aquele showman irreverente e, muitas vezes até vulgar, era um personagem, um tipo que ele gostava de cultivar. Reginaldo Rossi era um homem inteligente, que sabia rir de si mesmo.



Na manhã seguinte ao show "privê", no qual ele nos apresentou em primeira mão a música Garçom, que cantamos repetidas vezes madrugada a dentro, ele mandou um assessor nos buscar para tomar café na sua casa. Fomos recebidos de braços abertos por Dona Celeide, sua esposa. Mais uma manhã de boas conversas e de descobertas. Rossi fez engenharia e foi professor de matemática. O papo entrou pela tarde numa mesa de um bar perto do Forte Orange. Lá pelas tantas, Raul sugeriu que a mais nova fã do Rei do Brega prestasse uma homenagem a ele, dando ao meu filho que nasceria em breve o nome de Régis. Para sorte de Danilo, fiquei devendo essa a Rossi. 

Vinte e seis anos depois, rendo aqui minhas homenagens ao Rei. Continuo sem gostar da música brega, mas aprendi a respeitar o trabalho de Reginaldo Rossi. Mais do que o cantor, aprendi a admirar o ser humano incrível que ele era. Valeu, Rossi".

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