terça-feira, 17 de dezembro de 2013

DILU MELO, 100 ANOS



Maria de Lourdes Argollo Oliver, nasceu no Maranhão e aos 10 anos, compôs sua primeira obra, uma valsinha. Com 13 anos tirou diploma no Conservatório de Música de Porto Alegre, recebendo medalha de ouro pela impressionante técnica demonstrada em tão pouca idade. Na mesma época, realizou concerto no Teatro Colon, na Argentina, juntamente com o também precoce pianista Angelito Martinez. Recebeu um prêmio do governo argentino para viajar por toda a Argentina, divulgando seu talento e o de Angelito Martinez. Tocou também no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, árias das óperas "Bohéme" e "Vida de Jesus".

Em 1930, aos 17 anos terminou os estudos de canto lírico. Apaixonada pela música dos tropeiros do sul, abandonou à música clássica e passou a dedicar-se a música regional gaúcha e de países vizinhos. Naquele período, a família mudou-se para o Rio de Janeiro, onde foi ouvida cantando e tocando violão numa festa pelo maestro Martinez, que impressionado com seu talento, a levou para tocar na Rádio Cruzeiro do Sul. Ouvida em São Paulo, foi convidada para apresentar-se na Rádio Kosmos, recebendo em seguida, convite para gravar um disco. Seu primeiro disco foi gravado em 1938, e continha "Engenho d'água" ("Cena brasileira"), de sua autoria e Santos Meira e "Coco babaçu", de sua autoria. O Departamento de Imprensa e Progaganda (DIP), do Estado Novo contratou-a para percorrer o Brasil divulgando a música brasileira. Viajou também pela Argentina divulgando a música do Brasil. Morou dois anos no país vizinho. 


Começou a estudar música e violino aos cinco anos de idade. Aos nove anos, iniciou seu aprendizado de violão com sua mãe D. Nenê e de piano com Elizéne D'Ambrósio. Lecionou dicção, empostação, danças folclóricas e história da música. Escreveu peças infantis.

Em 1944, gravou seu segundo disco, acompanhada de Antenógenes Silva ao acordeom, com o calango "Cesário" e o xote "Planta milho". Ainda naquele ano, gravou novo disco onde apareceram o coco "Sapo cururu", de sua autoria e o xote "Fiz a cama na varanda", em parceria com Ovídeo Chaves. "Fiz a cama na varanda" acabaria se tornando um clássico da Música Popular Brasileira, tendo sido regravada diversas vezes, entre outros, por Inezita Barroso, Dóris Monteiro, Nara Leão, Cantores de Ébano e a orquestra de Radamés Gnattali, além de ter recebido uma versão na França. 

Foi contratada pela Rádio Nacional e atuou no Cassino Atlântico. Ao longo dos anos 1940, realizou outras gravações tais como "Menino dos olhos tristes", xote, em parceria com Ovídeo Chaves, a valsa "Lá na serra", de Capiba e a valsa "Tempinho bom", de sua autoria. Em 1947, os Trigêmeos Vocalistas gravaram "Meu cavalo trotador", de sua autoria. Em 1949, a cantora Marlene gravou o jongo "Conceição da praia".

Em 1958, gravou de Altamiro Carrilho e Armando Nunes, o xote "Nos velhos tempos". Por influência de Antenógenes Silva, começou a tocar acordeom recebendo da imprensa a denominação de "Rainha do Acordeom". Autora de 104 músicas, entre as quais o "Hino do Maranhão". Entre seus intérpretes estão Ademilde Fonseca, Amália Rodrigues, Carmen Costa, Nara Leão, Fagner, Clara Nunes e Dóris Monteiro. Desde 1966 era filiada à SBAT, Sociedade Brasileira de Autores Teatrais. Dentre os LPs que lançou destacam-se "Quadros brasileiros", lançado pela Odeon e "Diluindo-se em melodias", pela gravadora SOM.

Discografia
([S/D]) Festa de luz/Fiz a cama na varanda • Discobrás • 78
([S/D]) Um amor em cada porto/Adeus à sanfona • SOM • 78
([S/D]) Diluindo-se em melodias • SOM • LP
(S/D) Quadros brasileiros • Odeon • 33/10 pol.
(1996) Marlene, meu bem • Revivendo • CD
(1994) Músicas brasileiras vol 3 • Revivendo • CD
(1962) Harpa guarani/Canção de ninar meu bem • Continental • 78
(1958) Nos velhos tempos/Sou eu • Copacabana • 78
(1956) Changa, changô/Navio gaiola (cena do Amazonas) • Odeon • 78
(1955) Quadros brasileiros • Odeon • LP
(1955) Sereno/Fiz a cama na varanda • Continental • 78
(1954) Sans souci/Os 10 mandamentos do sanfoneiro • Continental • 78
(1952) Maravia/Tudo é verdade • Continental • 78
(1952) Rendinha de algodão/Meia canha • Continental • 78
(1952) Carta a Papai Noel/Tempinho bom • Star • 78
(1950) Recordando os pagos/As coisas erradas do mundo • Continental • 78
(1949) Lá na serra/Qual o valor da sanfona • Continental • 78
(1945) Cesário/Planta milho • Odeon • 78
(1945) Menino dos olhos tristes/Coisas do Rio Grande • Continental • 78
(1944) Fiz a cama na varanda/Sapo cururu • Continental • 78
(1938) Engenho d'água/Coco babaçu • Columbia • 78



Fonte: Dicionário Cravo Albin da Musica Popular Brasileira

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