sábado, 14 de dezembro de 2013

DE GNATTALI A NAZARETH, O PIANISTA HERCULES GOMES ATESTA UM TALENTO CONGÊNITO

Incursionando pelo repertório de alguns dos maiores nomes da música popular, o artista capixaba vem apresentando o álbum 'Pianismo', seu primeiro registro fonográfico

Por Bruno Negromonte



Os diversos festivais existentes nos quatro cantos do país atestam de modo bastante efusivo que a música instrumental merece lugar de destaque dentro do cenário cultural brasileiro.  O público habitualmente toma conta desses eventos atestando de modo irrefutável que a sensibilidade e virtuosismo (que não chega a encontrar espaço nos grandes meios de comunicação de massa) tem um público cativo que ignoram tais adversidades não deixando esse riquíssimo gênero esmorecer. Um dos exemplos mais bem sucedidos de tais acontecimentos é o MIMO (Movimento Internacional de Música de Olinda) que ano após ano vem ganhando cada vez mais adeptos ao ponto de expandir seus concertos, atividades e oficinas para muito além das circunscrições de sua cidade de origem. De tanto expandir-se o festival hoje atinge o sudeste do país abrangendo cidades como Paraty (no Rio de Janeiro) e Ouro Preto (em Minas Gerais). O sucesso crescente do festival deve muito a uma das ferramentas implementadas pelos organizadores: a etapa para iniciantes, que proporciona o primeiro contato das crianças da rede pública de ensino com a música clássica em um exímio trabalho de formação de público. Possibilitar essa aproximação de uma sonoridade abundantemente rica e pouco divulgada acaba fazendo desse tipo de proposta algo imprescindível e de suma importância pois desse modo acaba gerando novos adeptos o que consequentemente contribui ativamente para o crescente aumento não apenas das plateias presente no festival, mas também de um novo cenário musical brasileiro, onde trabalhos como o de Hercules Gomes ganhe, de modo expressivo, o devido reconhecimento não apenas por suas habilidades técnicas assim como pela escolha do seu expressivo repertório.



Natural da cidade de Vitória, capital do Espírito Santo, o musicista Hercules Gomes deu início aos seus estudos musicais de modo autodidata por volta dos treze anos de idade. Em pouco tempo já era possível perceber o talento que aquele adolescente possuía a partir de suas apresentações em bandas do cenário musical capixaba. À época a beleza de suas execuções era capaz de mensurar o que ele ainda podia crescer havendo a possibilidade da assimilação do conhecimento teórico. Seu talento nato atestava-o como uma espécie de diamante bruto, onde lapidá-lo seria um processo apenas da assimilação da teoria. Para isso estudou na Escola de Música do Espírito Santo (a então EMES, hoje FAMES) e posteriormente ingressou no curso de Música Popular na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), de onde saiu bacharel.

Nesta trajetória que o artista vem coerentemente galgando já participou de trabalhos ao lado de conceituados músicos tais quais Arismar do Espírito SantoWilson das NevesMichel LemeSizão Machado, o sueco Peter Friedsted, o brasiliense Amoy Ribas entre outros. Além disso, já apresentou-se em importantes festivais de música tanto no Brasil quanto no exterior,  como o  25º Festival Internacional Jazz Plaza em Havana (Cuba), o Sixitème Festival International de Musique Universitaire de Marrakech (Marrakech, Marrocos), o Festival Brasil Instrumental em Tatuí (São Paulo), o XV CCPA Jazz Festival em Assunção (Paraguai) e o Cascavel Jazz Festival em Cascavel (Paraná). Sem contar a conquista de diversos prêmios dentre eles o Festival Fampop (Avaré), o Festival Americanta (Americana), o concurso de piano Guiomar Novaes e o 11º Prêmio Nabor Pires de Camargo, promovido pela Fundação Pró-Memória de Indaiatuba em homenagem ao importante compositor natural da cidade e que ajudou, de certo modo, a propagar o nome de Hercules junto ao público assim como também junto a crítica especializada.

Isso favoreceu de modo substancial para o registro do projeto 'Pianismo', seu primeiro trabalho solo e que traz consigo algumas características que atestam o nome do artista como um dos mais promissores talentos da nova geração. 'Pianismo' abarca em sua sonoridade as fortes influências sofridas por Gomes sem demarcações. Os genuínos ritmos brasileiros intercalam-se com o jazz e a música erudita, mostrando a técnica e a versatilidade do artista tanto em composições da própria lavra como 'Allegro em 3', 'Helena', 'Opucarana', 'Toada', 'Nação primeira' e 'Platônica' como em belíssimos arranjos para canções de autores que vão desde Ernesto Nazareth Hubaldo ('Odeon'), perpassando por Hermeto pascoal ('Viva o Rio de Janeiro'), Edu Lobo e Paulo César Pinheiro ('Dança do corrupião'), Radamés Gnattali ('Zanzando em Copacabana'), Nabor Pires de Camargo ('Vá carregar piano') até desaguar em águas pernambucanas com a execução da canção 'Duda no frevo', uma homenagem a José Ursicino da Silva, o Maestro Duda, um dos maiores regentes, compositores, arranjadores e instrumentista de todos os tempos e do frevo em especial. 'Duda no frevoé de autoria de outro pernambucano, o compositor Senival Bezerra do Nascimento, o Senô.


Paulo Braga (um dos professores do capixaba quando o mesmo esteve de passagem pelo curso de Música Popular na UNICAMP) é quem assina a apresentação do artista neste debute fonográfico. Sob o aval do conceituado instrumentista 'Pianismo' chega com a leve impressão de ser um trabalho de um veterano artista em uma espécie de Déjà vu de extrema qualidade, no entanto o álbum carrega consigo a despretensiosa leveza do novo ao apresentar um repertório regido por algumas das principais vertentes sonoras que constituem o artista. A segurança transmitida por Hercules ao executar peças não apenas de autoria sua mas também da lavra de alguns dos maiores nomes do cenário instrumental musical brasileiro é mais um fator que atesta de modo irrefutável que por mais que insistam para que o gênero instrumental esmoreça, ainda há aqueles que insistem em modificar esse contexto, indo de encontro aos ditames impostos pelos grandes meios de comunicação procurando abarcar em seu trabalho uma sonoridade rica e única. O preço que se paga por seguir o viés menos convencional na maioria das vezes é alto porque o artista acaba sendo relegado a uma espécie de segundo plano. No entanto aquele que acredita em sua arte e persiste neste contexto, tal qual o artista capixaba, sabe das agruras e dos percalços a serem enfrentados porém fazem deles o combustível ideal para seguir em frente, levando consigo a imaculada bandeira de uma arte, cujo a coerência é um dos alicerces que a sustenta. Que a soma da sensibilidade, da técnica e do talento de Hercules Gomes continue a preencher as devidas lacunas plausíveis dentro do segmento que o artista decidiu seguir, garantindo ainda por muito tempo a qualidade da música instrumental brasileira. Evoé, jovens à vista!


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