sexta-feira, 20 de setembro de 2013

ZUZA HOMEM DE MELLO, 80 ANOS

Apesar de atuar como músico nos anos de 1950 foi como Musicólogo e jornalista que Zuza Homem de Mello tornou-se conhecido no meio musical nos últimos 60 anos


Aos 80 anos, sendo quase 50 deles dedicados ao garimpo e estímulo do que há de melhor na produção nacional, esse senhor de cabelos e barbas brancas – chamado José Eduardo Homem de Mello, visto em tudo que é projeto e festival de música, não se cansa de ouvir e de procurar talentos semi-escondidos ou esquecidos. 


Em 1954, ingressou na Faculdade de Engenharia da PUC-SP, não chegando a completar o curso. Estudou na Juilliard School of Music de Nova York (musicologia), na School of Jazz de Tanglewood, Massachussets e na New York University (literatura inglesa), nos Estados Unidos, em 1957 e 1958.

Nos anos 1950 atuou profissionalmente como contrabaixista.

Em 1956, como a trabalhar como jornalista, assinando uma coluna de jazz para a publicação "Folhas". Colaborou para o "Jornal do Brasil" e a revista "Down Beat".

Em 1959, foi contratado pela TV Record, onde atuou durante 10 anos, tendo sido responsável pelas contratações de dezenas de artistas internacionais como Sammy Davis Jr. e Sarah Vaughn. Atuou, também em produção e como engenheiro de som dos programas musicais de MPB e dos festivais de música dos anos 1960 realizados pela emissora.



É autor do livro "Música Popular Brasileira - período da Bossa Nova aos Festivais", lançado em 1976 e foi coordenador da "Enciclopédia da Música Brasileira".

Entre 1977 e 1988, concentrou suas atividades no radio e imprensa. Produziu e apresentou o "Programa do Zuza", transmitido diariamente pela Rádio Jovem Pan. O programa, lider de audiencia às 5 da tarde, recebeu diversos prêmios. Criou e produziu as inovadoras vinhetas de moldura da programação da emissora. Trabalhou durante 10 anos como crítico de música popular no jornal "O Estado de São Paulo".

Colaborou para as revistas "Som 3" e "Nova" e para outros jornais e publicações no Brasil e no exterior. Planejou e coordenou a 3ª edição dos fascículos "Historia da Música Popular Brasileira", da Editora Abril. Dirigiu, nos anos 1970, a série de shows "O Fino da Música", no Anhembí, que apresentou Elis Regina, Elizeth Cardoso, Orquestra Tabajara, além de artistas então em começo de carreira como João Bosco, Ivan Lins, Emilio Santiago e Alcione, entre outros.

Nos anos 1980, dirigiu as três edições dos Festival de Verão do Guarujá, trazendo artistas veteranos, como Jackson do Pandeiro e Luiz Gonzaga, e outros em início de carreira, na época, como Djavan, Beto Guedes e Alceu Valença, além de artistas já consagrados, como Jorge Ben e Raul Seixas. Dirigiu Milton Nascimento e Gilberto Gil na série "Basf Chrome Music". Produziu a tournê de Milton ao Japão, em 1988.

Foi jornalista convidado nos Festivais de Montreux (1978 e 1981), de Edinburgo (1985), JVC de Nova York (1987), de Jazz em New Orleans (1993, 1994, 1996, 1997, 1999 e 2000), em Barbados (1995) e em Paris (1987), no Midem (1979 e 1995) e Audio Fair de Tokio (1982). Foi programador na equipe das duas edições do Festival de Jazz de São Paulo (1978 e 1980). É curador do elenco do Free Jazz Festival (Rio e São Paulo), nas 15 edições, desde 1985.

Dirigiu as três edições do Festival Carrefour, nos anos 1990, revelando nomes como Chico César entre milhares de inscritos. Escreveu nos últimos 25 anos textos para contra-capas ou releases dos mais importantes artistas da música popular brasileira. Produziu discos com artistas novos e consagrados, como Orlando Silva, Jacob do Bandolim, Severino Araujo, Carolina Cardoso de Menezes, e, em 1994, Elis Regina, na caixa de três CDs "O fino da bossa", com fitas de seu arquivo.



Há mais de 35 anos realiza cursos, palestras ou seminários e participa de debates sobre MPB e Jazz. Foi jurado ou presidente de júri dos principais festivais nacionais ou regionais no Brasil e do Premio Sharp, do qual foi membro do conselho. Exerceu o cargo de presidente da Associação dos Pesquisadores de MPB e foi assessor da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo em 1990.

Apresentou, em 1990 e 1991, o programa "Jazz Brasil" (TV Cultura) e, de 1994 a 1997, a série "Ouvindo estrelas", no Sesc Pompéia, com depoimentos ao vivo e shows de vários artistas. Em 1995, atuou como A & R da gravadora Concord Jazz no Brasil. Nesse mesmo ano, dirigiu o show "Raros e inéditos", com músicas dos anos 1920 e 1930 nas vozes de Ney Matogrosso, Zizi Possi, Paulo Moura, Wagner Tiso e outros, que recebeu o prêmio APCA. Produziu o CD "Elis ao vivo", disco de ouro pela gravadora Velas.

Em 1996, dirigiu o show "Lupicinio às Pampas", sobre a obra de Lupicinio Rodrigues. Montou o repertório do CD "Leão do Norte" de Elba Ramalho. Dirigiu o show "Ramalhete de melodias", com Cauby, Agnaldo Rayol e Inezita Barroso. No ano seguinte, dirigiu no SESC o evento "Aberto para Balanço - 50 anos de MPB", série de 10 shows com 33 artistas como Zé Ramalho, Os Cariocas, João Donato, Beth Carvalho e Silvio Caldas em sua última apresentação.

Ainda em 1997 lançou, com Jairo Severiano, o 1º volume do livro "A Canção no Tempo - 85 anos de músicas brasileiras", com destacada repercussão e já na 4a edição. O volume 2 foi lançado um ano depois e já se encontra em sua 3a edição.

Em 1998, produziu o concerto "100 Anos de Gershwin: Rhapsody in Blue", com o duo de pianistas argentinos de Jazz Jorge Navarro e Baby Lopez Furst e Orquestra Sinfônica.

Em 1999, apresentou programas comemorativos dos 30 anos da TV Cultura, criou o repertório do CD "Canções Paulistas com os Trovadores Urbanos". Em 2000, dirigiu o projeto "Negro Som", trazendo artistas africanos, o Zydeco da Louisiana e os Afro Cuban All Stars, que trouxe pela segunda vez para o Via Funchal. Colabora para o jornal "Valor Econômico".

Em 2001, publicou o livro "João Gilberto" (Publifolha). Nesse mesmo ano, começou a escrever um livro sobre os festivais de música dos anos 1960, trabalho a que se dedicou, ainda em 2002, quando atuou como consultor do projeto "A era dos festivais", com debates e shows semanais, realizado no Centro Cultural Banco do Brasil (RJ).

Fonte:
http://www.homemdemello.com.br
Instituto Cravo Albun

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