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sexta-feira, 11 de julho de 2014

JUAREZ FONSECA: TRAJETÓRIA DE ZUZA HOMEM DE MELLO NA IMPRENSA ESTÁ CONCENTRADA EM SEU NOVO LIVRO

O colunista escreve semanalmente no Segundo Caderno

Por Juarez Fonseca


Entre cerca de mil textos publicados de 1957 a 2014, Zuza selecionou 140

Zuza Homem de Mello é uma das maiores vocações do jornalismo musical brasileiro, se não a maior. Dono de um sobrenome heráldico, poderia ter escolhido ser fazendeiro, como seu pai. Poderia ser engenheiro, curso que chegou a iniciar. Poderia trabalhar como músico, tinha 20 anos quando começou a tocar contrabaixo profissionalmente em São Paulo. Quatro anos depois, iria para os EUA, onde, entre 1957 e 1959, cursou a School of Jazz (tendo como orientador o célebre baixista Ray Brown), estudou musicologia na Juilliard School of Music e literatura inglesa na New York University. Mas não, encontrou sua razão de viver escrevendo sobre música para jornais e revistas, apresentando programas de rádio, promovendo a música fora dos palcos. Seu currículo é vasto, bastando lembrar três atividades além do jornalismo para ressaltar isso: foi engenheiro de som da TV Record na época dos grandes festivais e programas como O Fino da Bossa; foi coordenador da Enciclopédia da Música Brasileira; foi/é curador dos principais festivais de jazz realizados no Brasil.

A trajetória de Zuza na imprensa está concentrada nas 544 páginas de seu novo (e sétimo) livro, Música com Z. Entre cerca de mil textos publicados de 1957 a 2014, ele selecionou 140. Não há ordem cronológica, os textos estão agrupados em capítulos, ou seções. Em “Canções e Momentos”, ele conta saborosas histórias de canções como As Time Goes By e Fascinação, faz crônicas como E se Elis Fosse Viva? e O Disco de Jazz que Mudou minha Vida. Em “Reportagens”, está desde uma matéria sobre o início da construção do Lincoln Center, em 1958, até uma sobre o projeto Emoções, a maior turnê já realizada por Roberto Carlos, em 1983. No capítulo “Entrevistas”, brilham conversas com Charles Mingus (que não costumava falar com a imprensa, principalmente com jornalistas brancos), Chico Buarque, Chet Baker, Itamar Assumpção, Dizzy Gillespie, Moacir Santos, entre tantos. Outro bloco, “A nobreza da música brasileira”, reúne comentários de discos e shows de Paulinho da Viola, Cartola, João Gilberto, Kleiton & Kledir, Bezerra da Silva, Elizete Cardoso, Elis, Caetano, Tom, Tim etc.

Um capítulo particularmente interessante é “De dar água na boca”, no qual Zuza relembra shows inesquecíveis a que assistiu nestes 57 anos. A propósito, no prefácio, o jornalista Humberto Werneck anota que Zuza “esteve sempre no lugar certo, e na hora certa”. Nos anos em que viveu em Nova York, ele ia a shows de jazz diariamente. Num dos textos, de 1957, dá suas impressões sobre duas “jovens promessas do jazz”, Cecil Taylor e John Coltrane. Noutro, escreve sobre o show de Sinatra em São Paulo. 

Noutro ainda, sobre uma apresentação-surpresa de João Gilberto em uma festa particular. Ao longo do livro, inúmeros textos são finalizados com uma “Nota em 2014”, isto é: Zuza hoje, atualizando e enriquecendo as informações. Na última seção do livro, estão reunidas as “Figuraças” do crítico, entre elas Miles Davis, Carmen Miranda, Duke Ellington, João do Vale, Hermínio Bello de Carvalho, Noel Rosa e, juntos, num texto de 2014, os centenários Caymmi e Lupicínio. Só não procure rock em Música com Z. A elegante, minuciosa e precisa escrita de Zuza passa ao largo disso.


Música com Z
> De Zuza Homem de Mello
> Artigos, reportagens e entrevistas, Editora 34, 544 páginas, R$ 69 (em média)
> Cotação: 5 (de 5)

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

ZUZA HOMEM DE MELLO, 80 ANOS

Apesar de atuar como músico nos anos de 1950 foi como Musicólogo e jornalista que Zuza Homem de Mello tornou-se conhecido no meio musical nos últimos 60 anos

Aos 80 anos, sendo quase 50 deles dedicados ao garimpo e estímulo do que há de melhor na produção nacional, esse senhor de cabelos e barbas brancas – chamado José Eduardo Homem de Mello, visto em tudo que é projeto e festival de música, não se cansa de ouvir e de procurar talentos semi-escondidos ou esquecidos. 


Em 1954, ingressou na Faculdade de Engenharia da PUC-SP, não chegando a completar o curso. Estudou na Juilliard School of Music de Nova York (musicologia), na School of Jazz de Tanglewood, Massachussets e na New York University (literatura inglesa), nos Estados Unidos, em 1957 e 1958.

Nos anos 1950 atuou profissionalmente como contrabaixista.

Em 1956, como a trabalhar como jornalista, assinando uma coluna de jazz para a publicação "Folhas". Colaborou para o "Jornal do Brasil" e a revista "Down Beat".

Em 1959, foi contratado pela TV Record, onde atuou durante 10 anos, tendo sido responsável pelas contratações de dezenas de artistas internacionais como Sammy Davis Jr. e Sarah Vaughn. Atuou, também em produção e como engenheiro de som dos programas musicais de MPB e dos festivais de música dos anos 1960 realizados pela emissora.



É autor do livro "Música Popular Brasileira - período da Bossa Nova aos Festivais", lançado em 1976 e foi coordenador da "Enciclopédia da Música Brasileira".

Entre 1977 e 1988, concentrou suas atividades no radio e imprensa. Produziu e apresentou o "Programa do Zuza", transmitido diariamente pela Rádio Jovem Pan. O programa, lider de audiencia às 5 da tarde, recebeu diversos prêmios. Criou e produziu as inovadoras vinhetas de moldura da programação da emissora. Trabalhou durante 10 anos como crítico de música popular no jornal "O Estado de São Paulo".

Colaborou para as revistas "Som 3" e "Nova" e para outros jornais e publicações no Brasil e no exterior. Planejou e coordenou a 3ª edição dos fascículos "Historia da Música Popular Brasileira", da Editora Abril. Dirigiu, nos anos 1970, a série de shows "O Fino da Música", no Anhembí, que apresentou Elis Regina, Elizeth Cardoso, Orquestra Tabajara, além de artistas então em começo de carreira como João Bosco, Ivan Lins, Emilio Santiago e Alcione, entre outros.

Nos anos 1980, dirigiu as três edições dos Festival de Verão do Guarujá, trazendo artistas veteranos, como Jackson do Pandeiro e Luiz Gonzaga, e outros em início de carreira, na época, como Djavan, Beto Guedes e Alceu Valença, além de artistas já consagrados, como Jorge Ben e Raul Seixas. Dirigiu Milton Nascimento e Gilberto Gil na série "Basf Chrome Music". Produziu a tournê de Milton ao Japão, em 1988.

Foi jornalista convidado nos Festivais de Montreux (1978 e 1981), de Edinburgo (1985), JVC de Nova York (1987), de Jazz em New Orleans (1993, 1994, 1996, 1997, 1999 e 2000), em Barbados (1995) e em Paris (1987), no Midem (1979 e 1995) e Audio Fair de Tokio (1982). Foi programador na equipe das duas edições do Festival de Jazz de São Paulo (1978 e 1980). É curador do elenco do Free Jazz Festival (Rio e São Paulo), nas 15 edições, desde 1985.

Dirigiu as três edições do Festival Carrefour, nos anos 1990, revelando nomes como Chico César entre milhares de inscritos. Escreveu nos últimos 25 anos textos para contra-capas ou releases dos mais importantes artistas da música popular brasileira. Produziu discos com artistas novos e consagrados, como Orlando Silva, Jacob do Bandolim, Severino Araujo, Carolina Cardoso de Menezes, e, em 1994, Elis Regina, na caixa de três CDs "O fino da bossa", com fitas de seu arquivo.



Há mais de 35 anos realiza cursos, palestras ou seminários e participa de debates sobre MPB e Jazz. Foi jurado ou presidente de júri dos principais festivais nacionais ou regionais no Brasil e do Premio Sharp, do qual foi membro do conselho. Exerceu o cargo de presidente da Associação dos Pesquisadores de MPB e foi assessor da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo em 1990.

Apresentou, em 1990 e 1991, o programa "Jazz Brasil" (TV Cultura) e, de 1994 a 1997, a série "Ouvindo estrelas", no Sesc Pompéia, com depoimentos ao vivo e shows de vários artistas. Em 1995, atuou como A & R da gravadora Concord Jazz no Brasil. Nesse mesmo ano, dirigiu o show "Raros e inéditos", com músicas dos anos 1920 e 1930 nas vozes de Ney Matogrosso, Zizi Possi, Paulo Moura, Wagner Tiso e outros, que recebeu o prêmio APCA. Produziu o CD "Elis ao vivo", disco de ouro pela gravadora Velas.

Em 1996, dirigiu o show "Lupicinio às Pampas", sobre a obra de Lupicinio Rodrigues. Montou o repertório do CD "Leão do Norte" de Elba Ramalho. Dirigiu o show "Ramalhete de melodias", com Cauby, Agnaldo Rayol e Inezita Barroso. No ano seguinte, dirigiu no SESC o evento "Aberto para Balanço - 50 anos de MPB", série de 10 shows com 33 artistas como Zé Ramalho, Os Cariocas, João Donato, Beth Carvalho e Silvio Caldas em sua última apresentação.

Ainda em 1997 lançou, com Jairo Severiano, o 1º volume do livro "A Canção no Tempo - 85 anos de músicas brasileiras", com destacada repercussão e já na 4a edição. O volume 2 foi lançado um ano depois e já se encontra em sua 3a edição.

Em 1998, produziu o concerto "100 Anos de Gershwin: Rhapsody in Blue", com o duo de pianistas argentinos de Jazz Jorge Navarro e Baby Lopez Furst e Orquestra Sinfônica.

Em 1999, apresentou programas comemorativos dos 30 anos da TV Cultura, criou o repertório do CD "Canções Paulistas com os Trovadores Urbanos". Em 2000, dirigiu o projeto "Negro Som", trazendo artistas africanos, o Zydeco da Louisiana e os Afro Cuban All Stars, que trouxe pela segunda vez para o Via Funchal. Colabora para o jornal "Valor Econômico".

Em 2001, publicou o livro "João Gilberto" (Publifolha). Nesse mesmo ano, começou a escrever um livro sobre os festivais de música dos anos 1960, trabalho a que se dedicou, ainda em 2002, quando atuou como consultor do projeto "A era dos festivais", com debates e shows semanais, realizado no Centro Cultural Banco do Brasil (RJ).

Fonte:
http://www.homemdemello.com.br
Instituto Cravo Albun

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