domingo, 12 de novembro de 2017

HISTÓRIAS E ESTÓRIAS DA MPB

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Ao longo da semana passada quando Marcelo D2 completou meio século de existência eu o trouxe como tema desta coluna abordando um pouco de sua biografia assim como também do início de sua carreira. Hoje retomo o nome de Marcelo para falar para além de sua carreira a frente da banda Planet Hemp. Como dito, a banda nasceu a partir do encontro entre Marcelo e Skunk, artesão do bairro em que D2 morava. Antes de fundar a banda, Skunk já sabia que era soro positivo e veio a falecer em junho de 1994. Esta perda foi algo extremamente marcante para todos os integrantes do grupo, mas em especial para o amigo Marcelo, , que criou o Selo Positivo para ajudar no tratamento de crianças portadoras do vírus HIV. Uma das coisas que o artista mais carioca mais sente é o saudoso amigo não ter alcançado a projeção nacional da banda em 1995, que com o o primeiro álbum, dedicado a Skunk, vendendo 380 mil cópias. O segundo, "Os Cães Ladram mas a Caravana Não Pára", de 1997 ultrapassou o anterior em 400 mil cópias. A partir daí vieram mais álbuns e algumas confusões devido ao conteúdo das letras como foi o caso da decretação da prisão da banda após um show em Brasília no ano de 1997. O Planet chegou a ficar encarcerado por uma semana em Brasília (tal ocorrência acabou propagando ainda mais o nome da banda no quatro cantos do país). No  final, anos depois, o mesmo Juiz que havia mandado prender o Planet Hemp foi afastado por suspeita de receber propina de traficante. Antes de desligar-se em da banda para seguir carreira solo em 2003, Marcelo D2 ainda lançou mais alguns projetos fonográficos como é o caso do disco "A Invasão do Sagaz Homem Fumaça", lançado no ano de 2000 e o exitoso projeto "MTV ao Vivo: Planet Hemp", em 2001. 

Seu primeiro disco solo saiu em paralelo a sua permanência no Planet Hemp. Lançado em 1998, "Eu Tiro é Onda" foi muito bem aceito pelo público e pelo movimento rap, mas foi pouco trabalhado devido a agenda da banda. A projeção maior em sua carreira solo só viria de fato a partir do segundo projeto fonográfico, o álbum "A Procura da Batida Perfeita", que trouxe consigo sucessos como “A Procura da Batida Perfeita”, “A Maldição do Samba”, “Qual É” e “Loadeando”. Este disco também chegou ao mercado Europeu, Norte-americano e asiático (por conta disso D2 fez cinco turnês na Europa se apresentando nos maiores festivais do continente, como Wonex, Montreux, Roskilde e Reading, e em casas de show tradicionais como o Cite de La Musique em Paris). Sua discografia ainda conta com discos como "Acústico MTV " (2004), "Meu Samba é Assim" (2006), "A Arte do Barulho" (2008) e "Marcelo D2 Canta Bezerra da Silva", projeto lançado em 2010 que traz versões do sambista pernambucano. Seu disco mais recente é "Nada Pode Me Parar", de 2013. Para o álbum, que inclui samples de artistas variados como Milton Nascimento, Ivan Lins e Raul Seixas. É por essas e outras que reafirmo aquilo que foi dito na primeira abordagem acerca de nomes que trazem consigo uma forte carga de preconceito devido a escolhas pessoais, a defesa em canções de alguns pontos de vista divergentes da maioria, entre outras características. Omitir a importância de nomes que ganharam o gosto popular, mas são "transgressores" sociais acaba por nos fazer negar capítulos importantes da música popular brasileira em sua sociedade que por muitas vezes mostra-se hipócrita no sentido mais abrangente da palavra. É por isso que peço desculpas a alguns leitores, mas artistas como estes terão sempre vez e voz nesta coluna que busca atender as mais distintas sonoridades existente no Brasil.






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