sexta-feira, 24 de novembro de 2017

"VAMOS COMER" CELEBRA COM TECNOLOGIA 50 ANOS DE TROPICÁLIA

Por Tárik de Souza




Movimento de vanguarda que já falava em computadores antes do final da década de 60, a Tropicália – em seus 50 anos – ganha exposição tecnológica com “livre reinterpretação conceitual”, na Galeria BNDES, no centro do Rio.

Inspirada nas teses antropofágicas do poeta, teatrólogo e ensaísta Oswald de Andrade (1890-1954), que balizaram o tropicalismo, “Vamos comer”, curadoria e idealização dos artistas Barbara Castro e Luiz Ludwig, do estúdio Ambos&&, estimulam o público a “devorar” experiências sensórias e orgânicas, incluindo quatro instalações de arte computacional. Ela está aberta a visitações entre os dias 18 de outubro e 1 de dezembro.

“Vamos comer” começa numa linha do tempo, em longa mesa sinuosa que contextualiza o movimento. Entre as instalações de arte e tecnologia há possibilidades do público compor um software. Os visitantes usam objetos vestíveis (na origem do nome, “Tropicália” era um praticável do artista plástico Helio Oiticica) com sensores de movimento que interferem na iluminação dinâmica de uma escultura. Também é possível criar colagens e cartazes virtuais utilizando a linguagem da tropicália (de criadores como Rogério Duarte), além de registrar as experiências em seus celulares e compartilhar nas redes, redimensionando a máxima do cinema novo de “Uma câmera na mão e uma ideia na cabeça”.


Na instalação “A boca” três túneis interativos convidam o visitante a uma deglutição corporal, com passagens através de cordas e tiras de tecidos. Os artistas se inspiraram nas canções “Tropicália” (CaetanoVeloso), “Panis et circenses” (Caetano e Gilberto Gil), “Domingo no Parque” (Gil) e “Meu refrigerador não funciona” (Mutantes) para criar a sonoridade ambiente. Além do Ambos&&, sediado na incubadora PUC-Rio, também participou o estúdio M’Baraká responsável pela concepção integrada do projeto expográfico com o conteúdo informativo e a instalação “A boca”. Também contribuíram Ézio Evey e Beatrice Catarine, na criação dos vestíveis, Luiz Paulo Nenen, iluminação interativa e Vicente Alexim, direção musical e programação sonora.

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