sábado, 21 de setembro de 2019

EM "SEI QUE EU NÃO SOU O CAETANO", MORAEZ REITERA A NECESSIDADE DE MAIORES HOLOFOTES À SUA ARTE

Antes Renatto Moraes, o cantor e compositor fluminense emerge agora como Moraez em single que traz um som que o artista o define  chama de RAEP - Ritmo, amor e poesia.

Por Bruno Negromonte




Filho da Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro, Moraez insiste em remar contra a maré de um mercado musical pra lá de previsível. Indo de encontro as depreciativas características que regem o atual universo da indústria fonográfica (produtos de fácil consumo, de qualidade duvidosa e de durabilidade pífia). À margem desse contexto, o cantor e compositor faz-se capaz de mostrar que ainda é possível dar vez e voz a projetos coerentes àquilo que acredita enquanto arte. Ainda na infância começou a acompanhar os ensaios musicais dos vizinhos (dentre eles o da banda de Lula Ventura, famoso por realizar bailes de gala no Rio de Janeiro). Por volta dos seis anos, ao piano, se apresentou no Ballroom, no Humaitá. Aluno da Escola Antônio Adolfo de Música, estudou bateria com Jorge Casagrande – criador da orquestra de baterias do Rio – e percussão com Guto Goffi – fundador e letrista do Barão Vermelho. Ao longo da adolescência participou de programas de TV, estrelou musical , ganhou o samba-enredo da Escola Mirim da Mocidade Independente de Padre Miguel, sendo intérprete da agremiação até 2005 e, aos 15 anos, assina a direção musical e compõe a trilha sonora da peça “Flicts”, de Ziraldo. Antes da maior idade somou feitos diversos em sua carreira musical a exemplo da gravação do seu primeiro EP Mais Perto” que traz como destaque a faixa “O Mundo”, cuja a letra recebeu homenagem do curso de filosofia da UFRJ e foi abordada em palestras e conferências no país. A seus projetos fonográficos somam-se os EPs "Bambas de Berço" (junto com Arlindo Neto e Henrique Arcanjo sob produção  do sambista Arlindo Cruz) e "Foco"; além do álbum virtual “Amor em Aquarela”, sedimentando uma carreira tanto no Brasil quanto no Exterior em países europeus a exemplo da França e de Portugal (prova inconteste dessa afirmação são os cerca de 280 shows realizados em território internacional).

Agora Moraezapresenta o cerne de um projeto que busca ser marcado pelo recomeço, pela redução e simplicidade onde sua carreira começa ter outro viés a começar pelo próprio nome artístico: "Eu iniciei uma pesquisa de nomes, há dois anos e busquei alguma simbologia coerente com a minha história. Senti que precisava quebrar alguns “muros” e acrescentar a letra Zcomo o próprio artista resume essa nova fase. Essa incursão chega como uma proposta também audiovisual como registra uma de suas falas ao nos falar sobre as expectativas de sua carreira: "Eu vou continuar alimentando os ouvidos e os olhos também. Estou escrevendo webclipe para o “Rotina 01” e gosto da ideia de ter artes agregadas. Eu sou apaixonado por fotografia, cinema, artes visuais por geral. E pretendo sempre agregá-las e unir pessoas e artes vindas do coração", ressalta. Gravado por nomes como Arlindo CruzMariene de CastroArlindo NetoSérgio Ricardo, entre outros; Moraez ressurge neste mercado musical cada vez homogêneo e de qualidades questionáveis enfatizando que não é Caetano, mas esquece de lembrar que sua sonoridade mostra-se capaz de abrir portas para novas perspectivas sonoras advindas das distintas influências que constituem a sua arte e que, ao renascer artisticamente a partir dessa sincera entrega e reforça as esperanças de dias melhores nesse combalido cenário de acordo com o que se propõe: "Eu danço conforme a dança pra que a vida fique um pouquinho mais “Odara”, menos “Podres Poderes”, mas o objetivo final será sempre esse: compor, cantar, gravar e fazer shows.

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