Sebastião Alves, o Tioãozinho, conta que considerava ele ‘como um pai’: 'Era uma pessoa muito carinhosa, falava do Vasco'. Criador da bossa nova morreu neste sábado, aos 88 anos.
Por Henrique Coelho, G1 Rio
A notícia da morte de João Gilberto, neste sábado (6), aos 88 anos, abalou um amigo de mais de 40 anos: Sebastião Alves, conhecido como Tiãozinho. À frente do caixa do restaurante Degrau, no Leblon, Tiãozinho fazia questão de deixar o serviço para entregar a refeição no apartamento do músico.
Depois de quatro décadas nesta rotina, entre uma entrega e outra, eles conta que se tornaram amigos – tendo o Vasco da Gama como um assunto recorrente.
“Sempre pedia em casa e sempre pedia a mim. Ele era uma pessoa muito carinhosa, falava do Vasco, a gente é vascaíno", relembra.
“Vou sentir muita falta dele, porque pra mim eu considerava como se fosse meu pai”, disse ao G1, emocionado.
Sebastião lembra que chegou a dizer isso ao músico, logo depois da morte do pai, em janeiro deste ano.
“Eu perdi meu pai no início do ano. E ele, como era muito carinhoso, eu falei: ‘Doutor João, a partir de hoje eu considero o senhor como meu pai, porque o senhor sempre foi uma pessoa carinhosa comigo’. E ele disse: ‘Fico feliz em ouvir isso, de você falar isso para mim’. Porque eu gostava muito dele”, conta.
Aos 67 anos, Tiãozinho lembra que o conheceu "pai da bossa nova" em 1976, quando começou a trabalhar no local.
“Sempre servia ele lá, me atendia muito bem. Eu liguei para lá hoje, e falei com Maria do Céu [portuguesa que vivia na casa com João Gilberto]. Disse que ele estava bem”, contou.
“Ele comia muita carne. O último prato que levei para ele foi filé com arroz e feijão, mas ele adorava um cordeirozinho, com molho e arroz de brócolis”
Ao saber da morte, Tiãozinho foi até o prédio confirmar a notícia. “Queria saber. Perguntei pro porteiro, que confirmou”, lamentou Sebastião.
Restaurante onde João Gilberto costumava pedir comida, a 200 metros de sua casa no Leblon — Foto: Henrique Coelho/G1 Restaurante onde João Gilberto costumava pedir comida, a 200 metros de sua casa no Leblon — Foto: Henrique Coelho/G1
0 comentários:
Postar um comentário