José Teles relembra uma das passagens do cantor e compositor baiano João Gilberto pelo Recife
Por José Teles
João Gilberto, o baiano bossa nova, epíteto que ganhou quando estourou em 1958, com Chega de Saudade, nos primeiros anos de sucesso não se diferenciava de outros cantores da época. Cantava em programas de TV, e fazia apresentações pelo País. Foi em sua primeira vinda ao Recife que ele conheceu os dois cantores de frevo mais populares da capital pernambucana, Claudionor Germano e Expedito Baracho.
Um João Gilberto ainda sem as excentricidades que se tornaram folclóricas. Ele veio ao Recife como vinham todos os cantores de rádios com sucesso nacional, o dele era então Chega de Saudade, de Tom e Vinicius. O baiano se apresentou na TV Jornal, em seguida, acompanhado num programa em que estavam também escalados Claudionor Germano, Expedito Baracho e Osvaldo, que cantava com Os Cancioneiros. João fez mais duas apresentações uma no clube Sargento Wolff, e outra no América, na Estrada do Arraial, para onde foi em companhia dos novos amigos da TV Jornal do Commercio: “No América cantou com a maior barulheira, o pessoal querendo dançar e ele lá com aquela voz bem baixinha. Teve uma hora que eu quase brigo com o publico, pedindo para eles ficarem em silêncio”, contou Expedito Baracho, que acompanhou João Gilberto pela noite, de olho no violão: “Eu pensava, este cabra é meio doido, vai que ele esquece e leva meu violão, e era o único que eu tinha”, continua Baracho, naquele tempo muito bom de copo, tanto que não lembra bem para onde foram depois do Sargento Wolff.
E Claudionor completa a história da noite com o papa da Bossa Nova:
“A gente foi até o Cabanga, já tarde. Pedimos pra um rapaz abrir o portão, e ficamos lá o resto da noite cantando com João, e bebendo. Sei que a farra acabou a gente em Boa Viagem, o dia claro, eu e João chupando laranja sentados num meio-fio”. O episódio marca o envolvimento maior que Claudionor Germano teve com a bossa nova, além da gravação de A Mesma Rosa Amarela, no disco Sambas de Capiba, como será visto, na segunda parte da biografia, dedicada à sua carreira fonográfica.
Por José Teles
Foi em sua primeira vinda ao Recife que ele conheceu os dois cantores de frevo mais populares da capital pernambucana, Claudionor Germano e Expedito Baracho.
João Gilberto, o baiano bossa nova, epíteto que ganhou quando estourou em 1958, com Chega de Saudade, nos primeiros anos de sucesso não se diferenciava de outros cantores da época. Cantava em programas de TV, e fazia apresentações pelo País. Foi em sua primeira vinda ao Recife que ele conheceu os dois cantores de frevo mais populares da capital pernambucana, Claudionor Germano e Expedito Baracho.
Um João Gilberto ainda sem as excentricidades que se tornaram folclóricas. Ele veio ao Recife como vinham todos os cantores de rádios com sucesso nacional, o dele era então Chega de Saudade, de Tom e Vinicius. O baiano se apresentou na TV Jornal, em seguida, acompanhado num programa em que estavam também escalados Claudionor Germano, Expedito Baracho e Osvaldo, que cantava com Os Cancioneiros. João fez mais duas apresentações uma no clube Sargento Wolff, e outra no América, na Estrada do Arraial, para onde foi em companhia dos novos amigos da TV Jornal do Commercio: “No América cantou com a maior barulheira, o pessoal querendo dançar e ele lá com aquela voz bem baixinha. Teve uma hora que eu quase brigo com o publico, pedindo para eles ficarem em silêncio”, contou Expedito Baracho, que acompanhou João Gilberto pela noite, de olho no violão: “Eu pensava, este cabra é meio doido, vai que ele esquece e leva meu violão, e era o único que eu tinha”, continua Baracho, naquele tempo muito bom de copo, tanto que não lembra bem para onde foram depois do Sargento Wolff.
E Claudionor completa a história da noite com o papa da Bossa Nova:
“A gente foi até o Cabanga, já tarde. Pedimos pra um rapaz abrir o portão, e ficamos lá o resto da noite cantando com João, e bebendo. Sei que a farra acabou a gente em Boa Viagem, o dia claro, eu e João chupando laranja sentados num meio-fio”. O episódio marca o envolvimento maior que Claudionor Germano teve com a bossa nova, além da gravação de A Mesma Rosa Amarela, no disco Sambas de Capiba, como será visto, na segunda parte da biografia, dedicada à sua carreira fonográfica.
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