terça-feira, 8 de novembro de 2016

RODRIGO NASSIF - ENTREVISTA EXCLUSIVA

Voltando a ilustrar o nosso espaço, o exímio instrumentista Rodrigo Nassif fala-nos, dentre outras informações, sobre o seu mais recente projeto fonográfico que será lançado em breve

Por Bruno Negromonte


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Após alguns discos lançados de modo individual de modo exitoso, o notório instrumentista passo-fundense Rodrigo Nassif chegou a conclusão que era hora de potencializar a sua música. Para isso juntou-se a nomes como Carlos Ezael (violão), Leandro Schimmer (bateria e piano), Samuel Cibilis (baixo acústico e elétrico) e batizou esse encontro como Rodrigo Nassif Quarteto como foi possível tomar conhecimento a partir da pauta recentemente publicada sob o título de "RODRIGO NASSIF E SEUS TRÊS MOSQUETEIROS". Nesta mesma matéria também foi abordado o lançamento do projeto "Todos os dias serão outono", um disco que foi gravado em um só dia e traz nove faixas compostas por RodrigoAssim como os projetos fonográficos lançados anteriormente, este primeiro disco do quarteto (lançado apenas no formato digital) alcançou o merecido sucesso e reconhecimento, tendo como constatação absoluta o primeiro lugar na Apple Store nacional em downloads e em streaming logo após o seu lançamento. Hoje o instrumentista volta ao Musicaria Brasil para uma conversa exclusiva onde aborda, dentre vários temas, a sua lembrança mais remota do seu envolvimento com a música, suas influências dentro da música instrumental brasileira, entre outras novidades como, por exemplo, o novo projeto fonográfico intitulado "Mar de dentro", a ser lançado ainda este ano.  Uma conversa que vale a pena conferir! 



Você vem de uma família extremamente musical. Acredito que a presença da música em sua casa seja algo constante e que pelo que parece vem passando de geração em geração. Quanto a você, como se deu o seu envolvimento com a música? Qual a sua lembrança mais remota acerca dela?



Rodrigo Nassif - A lembrança mais remota que está diretamente relacionada a um evento musical foi quando meu irmão, Joubert me explicou que iríamos ficar acordados a noite para ver um filme com uma banda que se chamava The Who, eu devia ter seis ou sete anos, e o filme Tommy (com The Who e convidados).


Dentre os membros de sua família seu avô e seu pai eram instrumentista não é isso? Já o seu envolvimento com o instrumento se deu a partir de qual circunstância?

RN - Não, na verdade comecei a me interessar na adolescência. Apesar de ser completamente fascinado por música desde a mais tenra infância não me passava pela cabeça aprender.


Como você julga esse paradoxo tão evidente dentro da música popular brasileira: a existência de instrumentistas de qualidade inquestionáveis e um espaço tão reduzido nos grandes meios para a divulgação desse gênero?

RN - Creio que o cenário é o mesmo em todo mundo , dado que nos lugares onde há mais investimento em educação musical há uma melhor distribuição dos nichos de mercado x gênero musical. E mesmo no Brasil, hoje em dia há um mercado infinitamente melhor do que já foi em um passado recente, embora obviamente temos muito que amadurecer em todos os sentidos.


Quando você foi aprimorar seus conhecimentos musicais na Argentina já tinha como certa a sua volta ao Brasil ou em algum momento você cogitou a possibilidade de permanecer por lá e arriscar-se na carreira musical a partir do país vizinho?

RN - Por assim dizer , quando fui estudar lá já me via fazendo um pedaço da carreira por lá, mas o que me motivou a voltar mais que tudo foi sentir uma fadiga em relação ao estilo de vida da megalópole, pois Buenos Aires é um cidade que ao meu ver tem uma vibração semelhante a SP: frenético! E isso me motivou a voltar ao RS, estava sentindo falta de baixar o ritmo.


Todos os dias serão outono” teve sua gravação em apenas um dia. Essa foi a intenção desde o início ou tudo aconteceu no afã em buscar um registro mais, digamos, visceral?

RN - Sem dúvida, e principalmente de capturar o calor do momento nas performances do quarteto. Tem esse lance muito divertido que é fazer sempre uma versão diferente sem ter tudo mega combinado.


O violão brasileiro sempre teve representativos nomes desde os primórdios da industria fonográfica no Brasil. Nomes como João Pernambuco, Dilermano Reis, Baden Powell, Raphael Rabello e tantos outros são provas incontestáveis dessa afirmação. Quais foram (ou são) aqueles que mais influenciam o seu trabalho?

RN - Diria que diretamente me vi mais impactado pelos músicos que convivi na minha adolescência (que reproduziam esses violonistas) do que pelos grandes mestres em si. Gostaria de citar dois músicos da minha cidade natal que tiveram um peso na minha formação: Evandro Lazzarotto e Rafael Campanile . Ver estes dois tocando peças dos mestres que citaste causou me impressão indelével. Quanto ao meu estilo, vejo mais influência de gaiteiros como Gilberto Monteiro e do bandoneon de Astor Piazzolla, porque se parares para prestar atenção eu acentuo as frases nas últimas notas do mesmo modo que um bandoneonista.


O início do seu processo de composição se deu de modo bastante despretensioso não foi? É verdade a inusitada história da proposta que você recebeu de um pequeno selo (de que poderia gravar no estúdio por quantas horas quisesse desde que o material fosse inédito)?

RN - Sim, sim totalmente, mais uma vez parceria do Evandro Lazzarotto com seu Estúdio, fizemos este disco de maneira muito espontânea.


E como se deu a confluência da música e a literatura em sua obra?

RN - O hábito da leitura sempre foi uma constante , então a inspiração via literatura se apresenta como consequência natural desse comportamento.


Atualmente você vem apresentando o álbum digital “Todos os dias serão outono”, projeto que permaneceu por um mês como o álbum mais vendido do gênero na Apple Store. Devido a este sucesso há pretensões de lançar este álbum de modo físico também?

RN - Sem duvida! Planejamos fazer vinis futuramente.


Sua música vem, aos poucos, ganhando espaço em outras regiões do país, como no Sudeste por exemplo. Como tem sido a receptividade do público fora de sua região?

RN - Com certeza nosso maior público é no sudeste! A gente acha isso maravilhoso!


O que podemos esperar do Quarteto Rodrigo Nassif para o ano de 2017?

RN - Muita produção com certeza absoluta. E ainda este ano estamos lançando mais material inédito: um EP com quatro canções inéditas que muito em breve estará disponível intitulado "Mar de dentro".


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