domingo, 12 de junho de 2016

NEWTON TEIXEIRA, 100 ANOS

Filho de Edgar Carlos Teixeira e Nisa Chaves Teixeira, nasceu no bairro do Irajá. Fez o curso primário no Colégio Barão de Macaúbas, seguido pelo curso secundário, que abandonou no 4º ano. Aos 10 anos de idade começou a estudar bandolim com Chico Neto e a aprender violão. Irmão do violonista e compositor Valzinho, antes de iniciar a carreira profissional acompanhou cantores de prestígio, como Francisco Alves, Sílvio Caldas, João Petra de Barros e o então iniciante Orlando Silva, de quem se tornou grande amigo. Foi sócio fundador da SBACEM, tendo trabalhado como secretário da entidade.

Compôs sua primeira música aos 20 anos de idade, "Tudo me fala do teu olhar", em parceria com Cristóvão de Alencar, gravada por Sílvio Caldas. A segunda, "Ela disse adeus", também com Cristóvão de Alencar, foi gravada por Francisco Alves em 1936. Em 1937, estreou na Rádio Guanabara, atuando também no regional da emissora, onde permaneceu por dois anos. Em 1938, teve duas composições gravadas por Orlando Silva na Victor, o samba-canção "Adeus", com Cristóvão de Alencar e a valsa "Deusa do cassino", com Torres Homem, que obteve muito sucesso. Em 1939, lançou pela Odeon seu primeiro disco, com acompanhamento do grupo Boêmios da Cidade, interpretando as marchas "Quando eu for bem velhinho", de Lupicínio Rodrigues e Felisberto Martins e "Eu quero ver o teu fim", de Osvaldo Santiago e Amaro Silva. Nesse ano, fez com Alvarenga e Ranchinho a valsa "Seresta" gravada pela dupla Alvarenga e Ranchinho na Odeon. Também nesse ano, conheceu talvez o seu maior sucesso, a valsa "Deusa da minha rua", com letra de Jorge Faraj e lançada por Sílvio Caldas na Victor. Nessa época, transferiu-se para a Tupi, onde cantou até 1943.

Para o canaval de 1940, compôs a marcha-rancho "Malmequer", que concorreu ao prêmio de melhor marcha do ano. A composição encontrou como forte adversária a "Dama das camélias", também marcha-rancho, de João de Barro e Alcir Pires Vermelho. O concurso, realizado no estádio do América, contou na comissão julgadora com os jornalistas Eduardo Brown e Caribé, além de figuras ilustres como Pixinguinha, Luís Peixoto e Villa-Lobos. Apesar de receber o voto de Pixinguinha, a marcha ficou em terceiro lugar. Também nesse ano, compôs com Cristovão de Alencar o "Samba serenata" gravado por Gilberto Alves e a marcha "Vamos cantar", gravado por Orlando Silva. Com Torres Homem fez a valsa "Arco-íris" lançado na Victor por Carlos Galhardo e a canção "Passou-se o tempo" gravada por Vicente Celestino. Gravou seu segundo disco e o primeiro com composições de sua autoria, os sambas "Vinte e cinco anos", com Cristóvão de Alencar e "Você não tem palavra", com Ataulfo Alves. No ano seguinte, teve os sambas "Nosso juramento" e "Meu samba pra você", parcerias com Cristóvão de Alencar gravados por Dircinha Batista e a valsa "Bonequinha de veludo", com Aquiles Alves lançada na Victor por João Petra de Barros. Nesse ano, lançou seu terceiro disco, gravado no ao anterior com as valsas "Onde está a primavera?", parceria com Jorge Faraj e "A lenda do pastor", de Nássara e David Nasser. Em 1942, fez com Mário Lago o fox "Mais um minuto apenas" e com Ari Monteiro a valsa "Saudade do teu beijo" gravadas na Victor por João Petra de Barros. Para o carnaval desse ano, lançou a marcha "Tempo de criança", de sua autoria e o samba "Não quero opinião de mulher", parceria com Ataulfo Alves.



Em 1943, foi para a Columbia e gravou o samba "Onde está meu pensamento", de Jorge Faraj e Antônio Almeida e o fox-trot "Não troquemos de mal", de R. Brito e Jorge Faraj. Devido a uma operação de garganta, ficou por seis anos sem cantar. Duas de suas parcerias com Cristóvão de Alencar foram gravadas na Odeon em 1945, a marcha "Três dias é pouco", por Orlando Silva e o samba "Quando o rei Momo me chamar", por Aracy de Almeida.

No ano seguinte, fez a primeira composição em parceria com Wilson Batista, a marcha "Argentina" gravada por Orlando Silva. Seu samba "Ela deve saber", parceria com Mário Rossi foi gravado em 1947 pelos Anjos do Inferno na RCA Victor.

Em 1949, fez as primeiras composições em parceria com David Nasser, os sambas-canção "Até o amargo fim" e "Estranho" lançados por Aracy de Almeida. Teve o samba "Quando te encontrei" gravado por Francisco Alves e foi para a Rádio Jornal do Brasil, onde permaneceu por três anos. Voltou a cantar em 1950 quando gravou na Continental os sambas "Quinhentos e seis", com Fonseca Filho e "Micróbio do samba", de sua autoria. No ano seguinte gravou os sambas 'Inveja", com David Nasser e "Naquela tarde", composição sua.


Foi gravado duas vezes por Isaura Garcia em 1952, com os sambas "O morro silenciou", com Blecaute e "Se você voltar", com José Roy. Nesse ano, gravou com o Trio Madrigal o baião "Caso de amor", de sua autoria e, Lúcio Alves gravou na Continental o samba "Até o amargo fim", com David Nasser. Gravou no ano seguinte o baião "Corpo de mulher", com Mário Rossi e o samba "Marília", de Milson Rodrigues, José Lopes e Valdir Gonçalves. Transferiu-se para a Rádio Nacional, na qual esteve até 1955, quando abandonou o rádio, participando apenas de apresentações especiais. Em 1954, Isaura Garcia gravou dele e Blecaute a toada "Que bom seria". Nesse ano, gravou o samba-canção "Reflexo", de Geneci Azevedo, Guio Medina e Alfredo ribeiro e o beguine "Cocktail para dois", de Jonhston e Coslow, em versão de Haroldo Barbosa.Gravou em 1955, sua obra principal, a valsa "A deusa da minha", com Jorge Faraj.

Teve duas de suas parcerias com Blecaute gravadas pelo mesmo em 1960, o samba "Balançou, balançou" e a marcha "A colombina e o tamborim". Nesse ano, prestou com David Nasser uma homenagem à cidade do Rio de Janeiro com o samba "Eterna capital" gravado na Copacabana por João Dias. Após cinco anos sem gravar, lançou pelo selo Califórnia as marchas-rancho "Amor ilusão", parceria com Henrique de Almeida e Max Bulhões e "Carnaval de antigamente", de Henrique de Almeida, Nilo Silva e Rômulo Paes. Logo em seguida, gravou pelo selo Cisne Real os sambas "Parada do amor", com Carvalhinho e "Chorei demais", com Jorge Gonçalves.

Voltou a cantar em 1964, em um compacto duplo intitulado "A volta do seresteiro", lançado pela Chantecler. Em 1969, alcançou um novo sucesso com a marcha-rancho "Avenida iluminada", parceria com Brasinha que, defendida por Zé Kéti, tirou o segundo lugar em concurso promovido pela Secretaria de Turismo, MIS e TV Tupi, realizado no Rio de Janeiro, por ocasião do carnaval, quando foi julgado por um júri de notáveis do Conselho Superior de MPB do MIS.


Fonte: Dicionário da MPB

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