quinta-feira, 16 de junho de 2016

NASCIDO EM GLORIA DO GOITÁ, PILOMBETA FOI APADRINHADO POR GONZAGÃO

Músico de 82 anos, radicado no Rio, tem sua história narrada em livro escrito por seu filho

Por Lucas Vaz


Pilombeta visita o Cais do Sertão: ele compôs para Luiz Gonzaga a canção “Vitória de Santo Antão”, em 1968


Em 21 de maio de 1934, nascia em um vilarejo de Glória do Goitá, um dos grandes compositores da música brasileira: Sebastião Ladislau da Silva, mais conhecido como Pilombeta. Filho de Ciço e Maria Pequena, o apelido veio da mãe por ele, quando criança, ser magrinho e lembrar o peixe palombeta. De riso fácil e voz um tanto embolada, na música o compositor mostrou que de peixe pequeno não tinha nada.

A vocação para a carreira artística veio ainda na juventude, quando saía pelas ruas com o tabuleiro vendendo coco, pitu e farinha para ajudar na renda da casa. Em 1952, ja morando no Recife, entra para a Marinha, de onde mais tarde, em 1954, é transferido para o Rio de Janeiro. Morava na Favela do Esqueleto, onde hoje é a atual Universidade Estadual do Rio de Janeiro, e foi na Cidade Maravilhosa que começou a compor e a definir seu caminho na música.

A primeira apresentação do compositor, ainda sob o apelido de Dé, foi no Recife, no programa de Fernando Castelão, que lançava calouros na rádio. Cantando um coco, não ganhou o primeiro lugar, mas foi apresentado à musica de Jorge Veiga, que gravaria mais tarde a canção “Adeus rapaziada”. Anos mais tarde, sob os olhos de Dalva de Oliveira, foi se apresentar na Rádio Metropolitana da Alemanha. “Vou botar você na fogueira”, lembra Pilombeta sobre a cantora.

Considerado a primeira pessoa a chamar Roberto Carlos de Rei, Pilombeta assinou canções que ficaram famosas na voz do cantor. Em 1965, o Rei gravou “Uma cara a meu amor” e em 1967, “Tudo que sonhei”, que marca o momento em que Roberto passou a enveredar pelo estilo romântico em suas músicas. As parcerias garantiram a amizade entre os dois, e o reconhecimento da importância do compositor na vida de um dos maiores expoentes da música nacional.

Apadrinhado no Rio de Janeiro pelo Rei do Baião, Luiz Gonzaga, a amizade dos dois foi o que garantiu o sucesso de Pilombeta. “Você vai morar comigo até ‘tomar asa’. Você só sai daqui quando ficar famoso”, lembra o compositor sobre as palavras do amigo. Para Gonzaga, compôs junto com Elias Soares, a canção “Vitória de Santo Antão”, em 1968, que fala sobre a terra natal de Pilombeta e a festa de Santo Antão, que atrai anualmente turistas para o município. Em 1965, a parceria com Elias Soares já havia rendido a composição da música “Bruxaria”, gravada por Wilson Simonal.

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