SAGRADA E BENDITA ÁGUA
A água é sagrada. Quem é do sertão sabe a razão. E exatamente por isso ela deve singrar areias e leitos secos, molhando-os da leveza úmida de seu correr. Em alguns dos Sertões que há, restam ainda cacimbas vazias e galões que precisam andar léguas para dar uma gota d’água para o sertanejo beber. Noutros Sertões, um quase rio virou um quase mar, um oceano de alegria e esperança. Benditos canais que levam um verde de confiança aos homens, um resto de crença em Deus, um rastro de fé. Um copo de água benta, o quase suficiente para afogar as mágoas do homem simples do mato que por ela esperou tanto, tanto … Que sejam secadas todas as lágrimas matutas derramadas com a seca e que as sedes sejam saciadas. Todas. As de justiça, inclusive.
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