quarta-feira, 20 de março de 2019

BILIU DE CAMPINA, 70 ANOS

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Naturalidade: Campina Grande – PB

Nascimento: 1 de março de 1949.
Formação profissional: Formado em direito, pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB).
Atividades artístico-culturais: Compositor e cantor.
Estilo Musical: Forró.
Participações: Foi puxador de samba e participou dos carnavais de Campina Grande; programas de TVs que valorizam a cultura nordestina, como o Programa Cantos e Contos; e o Maior São João do Mundo realizado no Parque do Povo, em Campina Grande.
Álbuns: Tributo a Jackson e Rosil; Forró O Ano Inteiro; Matéria Paga; Do Jeito Que O Diabo Gosta; Forrobodologia; Diga Sim A Biliu de Campina, entre outros.
Severino Xavier de Souza é o seu nome de batismo, mas, ficou conhecido no meio musical como “Biliu de Campina”. Ele trocou a advocacia pela música em 1978, quando iniciou a carreira artística resgatando o Forró Pé Serra. Traz consigo toda a essência dos forrós tradicionais, com um suingue característico dos discípulos de Jackson do Pandeiro, e uma irreverência no duplo sentido das letras que mostra bem toda a malícia, e o bom humor nordestino.
O cantor que é de família de músicos, se auto-intitula como o maior carrego de Campina Grande. Desde sua infância sempre curtiu as difusoras (rádios) dos bairros, pastoris, coco de meio de Feira, e aboios de vaqueiros nas vaquejadas urbanas, e pegas de boi rural e sem esquecer os duelos de violas.
Biliu critica as bandas de forró eletrônico e forró universitário, classificando-os como sendo travestis de forrozeiros, que aparecem como Balão junino; fazendo forró à força, e dizendo que estão dando força para o Forró. Ele entende que esse processo de criação de ritmos é efêmero e só visa o lado econômico da questão, sem se preocupar com a valorização da música.

Autor de canções descontraídas, Biliu se confessa um admirador do trabalho deixado por Jackson do Pandeiro e Rosil Cavalcante, artistas que o influenciaram desde criança. Sendo um referencial e um patrimônio cultural da cidade de Campina Grande, o mesmo mantém um trabalho local procurando utilizar os ritmos característicos de sua região, o coco, o xaxado, o baião e o xote, entre outros. Para o cantor, o coco é o pai de todos os ritmos”.
Teve sua primeira composição gravada em 1984, “A grande herança”, por Messias Holanda. Criou a banda “Os ETs do Forró”. Em seus três primeiros discos incluiu além de suas composições, outras já consagradas, como “O canto da ema”, de João do Vale, Aires Viana e Alventino Cavalcanti, e “Sebastiana”, de Rosil Cavalcanti. Gravou também “Galo I (Trupizupe)” e Galo II (Embalo geral) músicas do Bloco Galo de Campina, com arranjos do maestro Gabymar Cavalcanti.
Em 1989, participou com Gilberto Gil de show realizado no Parque do Povo, em Campina Grande, no lançamento do movimento político-ecológico “Onda Azul” e que também serviu como homenagem aos 70 anos de Jackson do Pandeiro. Em 1999, foi homenageado durante o Forro Fest.
Biliu desabafa que a demora em aparecer para o grande público é atribuída às gravadoras e produtores, que à primeira vista não dão valor ao trabalho dos artistas nordestinos, que são tratados de “artistas da terra”, em sua opinião, uma forma pejorativa de tratamento.
O artista enfatiza “quem tem uma identidade musical, quem pesquisa na fonte, quem vem da pré-história do forró está preparado para tudo, tudo que der e vier”. E acrescenta “O bom forrozeiro, tem que ter ritmo, definição, tendência, vocação, e acima de tudo identidade”. Biliu diz ser um poeta agnóstico e compositor bissexto.

Décima de Biliu
Versajar é minha sina
No mundo transcendental
Passo do ponto final
Fazendo o que me fascina
Vou pelo mapa da mina
Navegando em barco a vela
Sem ter medo da procela
Numa letal disparada
A morte está enganada
Eu vou viver depois dela.

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