Carioca de corpo, alma e canção Erich Cardia volta ao nosso espaço nesta conversa exclusiva
Por Bruno Negromonte
O pai, Wallace Cardia, é músico e produtor audiovisual; a mãe, Chrystiane Corrêa, é artista visual e pintora e foi inserido neste contexto ricamente artístico que Erich Cardia cresceu. Influenciado por ambos teve predileção em seguir os caminhos do pai ainda na adolescência e hoje vem divulgando o seu primeiro projeto fonográfico intitulado "Pelo Litoral", um disco autoral e contemporâneo, que apresenta-se arraigado de sal, mar e espontaneidade como foi possível ver ao longo do último mês aqui mesmo no Musicaria Brasil. Hoje Erich volta ao nosso espaço para uma entrevista exclusiva onde aborta, entre outros temas, sobre o seu envolvimento com a música desde a infância, as suas grandes influências, sobre a participação do conceituado Gringo Cardia no projeto gráfico do seu disco entre outros assuntos. Vale a pena conferir essa conversa com este promissor talento de nossa música. Boa leitura!
Você tem uma família que traz como característica a arte intrinsecamente associada ao cotidiano. De um lado a sua mãe com artes plásticas e do outro seu pai envolvido com música. Seu envolvimento com esse contexto deu-se logo na infância? Quais as mais remotas lembranças dessa época?
Erich Cardia - Sim. Meu pai é baterista, já tocou com Claudinho e Bochecha, Zélia Duncan e outras Gigs. Desde pequeno vou aos ensaios com ele, participo desse meio. Num desses ensaios eu tive uma paz no coração, uma visão de que era realmente isso tudo que eu queria. Cada vez mais fui me familiarizando e me identificando com o mundo musical, além de escutar bastante música desde criança.
Qual foi o fator que o fez enveredar pela música (ofício do seu pai) e não pelas artes plásticas (ofício de sua mãe)?
EC - Os fatores foram o envolvimento e a participação do mundo musical desde criança; indo a ensaios, shows, gravações e viagens com meu pai. Minha mãe tem uma grande influência na minha formação também.
Segundo a sua biografia você compõe desde os 15 anos não é isso? Neste seu projeto fonográfico há algum registro dessa época ou você apresenta as suas produções mais recentes?
EC - Sim. A música "Legalize a esperança", foi a primeira canção que escrevi, a primeira letra com um intuito de começo, meio e fim. "Sinto a paz Chegar" também foi uma das primeiras. Essas canções fazem parte do meu primeiro álbum "Pelo Litoral".
Quais as maiores influências que permeiam suas letras e melodias?
EC - Nacional: Djavan, Nando reis, O Rappa, João Bosco, Lenine e Natiruts. Internacional: John Butler e Trio , Citizen Cope, Donavan Frankreinter, Steel Pulse, Dave Matthews band, Pink floyd, Oasis e Jamiroquai.
"Pelo Litoral" é o resultado de sua maturação enquanto cantor e compositor? Qual foi a hora que você percebeu que já estava no momento do registro?
EC - Sim. O momento em que eu já tinha algumas canções (acho que 16), fui para um estúdio de ensaio com meu pai e começamos a tocar e a escolher as melhores canções para aquele novo projeto, o primeiro registro . As outras que não escolhemos são canções bem legais também, que serão usadas em futuros projetos.
O disco traz como uma de suas características a sua assinatura em todas as composições presentes no álbum. Você poderia como se dá o processo de composição?
EC - Meu processo de composição é incerto, sem uma definição certa para explicar. Crio primeiro a harmonia no violão, então começo a tocá-la sem parar, entro no som. De repente começa a vir uma inspiração natural e abençoada, começo a escrever o que vem de dentro de mim, momentos que vivi, que estou vivendo, lugares por onde passei... escrevo para a vida, para uma pessoa amada que nunca existiu e/ou que já existiu , sempre mantendo a positividade e a verdade daquilo que acredito nas canções.
Outra característica deste projeto é o leque de ritmos e gêneros presentes no disco. Isso acaba por tornar o projeto algo longe do conceitual. Você não ficou receoso em ousar desse modo e acabar perdendo-se ou esse abrangência já era algo pre-definida?
EC - Nada foi pré-definido, foi naturalmente acontecendo. O fato de ter um "leque de ritmos" é que cada canção vem de uma forma indefinida, quanto ao ritmo, quanto à letra, e isso fez com que esse meu primeiro trabalho ficasse variado assim, em termos de ritmo. Desde a criação desse álbum, minha evolução e descobrimento como artista são constantes. Já tenho uma maior definição e caminho a seguir, mas sem me limitar e sem perder minha identidade musical.
O projeto gráfico é outro fator de destaque no álbum. Como se deu a concepção da arte apresentada? Você participou e sugeriu alguma coisa ou deixou a equipe decidir?
EC - A proposta da arte foi apresentada com uma união do trabalho da minha mãe e do design gráfico do meu tio, Gringo Cardia. Participei na ideia de botar a arte da minha mãe no encarte do disco, junto com a direção do meu tio.
Como tem sido a receptividade do público por onde você tem passado apresentando o repertório do disco?
EC - A receptividade tem sido muito positiva. O público curte e leva fé na minha música, mostrando uma aceitação bem natural e positiva. Enquanto as pessoas vêm descobrindo e conhecendo meu trabalho , eu mesclo, pondo no meu repertório alguns ‘covers’ juntos com as músicas autorias, mas sem perder minha identidade. Crio meus próprios arranjos para as músicas ‘covers’.
Você já encontra-se na produção do sucessor do "Pelo Litoral" não é isso? Você poderia nos adiantar alguma notícia acerca desse novo projeto?
EC - Sim. Esse novo projeto é um EP. Estou produzindo-o totalmente no meu homestudio, que encontra-se na minha residência. Serão quatro músicas, onde duas delas terão participações especiais. Já está em fase de finalização dos instrumentais e logo partirei para a gravação das vozes. Sem data para lançamento, mas em um futuro próximo.
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