Confira nosso mapa e faça seu passeio pelo Centro da Capital
Por Alexandre Lucchese
No Centro da Capital, uma rota do disco de vinil atrai colecionadores e aficionados _ um público que tem se renovado com o interesse das novas gerações. ZH visitou lojas e briques da região, em uma incursão por acervos, novidades e raridades: confira as atrações, trace seu caminho e bom garimpo
Mercado Público
A Feira do Vinil do Mercado Público serve como uma amostra do que se pode encontrar nas lojas especializadas em Porto Alegre: o rock tem grande destaque, seguido por gêneros musicais como MPB, jazz e blues. O clima é mesmo de feira – vale a pena pechinchar e até levar seus próprios vinis para fazer um bom negócio.
– Tenho discos com preços a partir de R$ 5 até raridades, como um LP da Copa do México, que estava oferecendo a R$ 300 – anuncia o vendedor Tiago Ramalho.
Iniciada em 2004, a feira conta com sete expositores, que se reúnem no local na segunda semana de cada mês, de segunda a sábado. Desde o incêndio que atingiu o Mercado no ano passado, as bancas ocupam o térreo, ao lado da escada rolante.
Para quem gosta das feiras, o Brique da Redenção também oferece bolachões aos domingos, e o Centro Cultural da Zona Sul (Landel de Moura, 430, no bairro Tristeza) passou a promover mensalmente o Projeto Vinil (acompanhe datas previstas na página facebook.com/casadeculturazonasul).
Confira abaixo o mapa com as principais lojas para fazer sua rota:
Galeria Chaves
A menos de 500 metros do Mercado Público, a Galeria Chaves (Andradas, 1.444) reúne duas boas opções para os amantes do rock. Com 20 anos de tradição, aClassic & Rock (loja 31) oferece, além de vinis, CDs e mochilas, canecas e camisetas relacionadas a bandas e artistas consagrados. Seus LPs passam pelas várias fases do rock: desde grupos da jovem guarda até bandas de heavy metal.
– Tenho alguns discos novos, mas os clientes são atraídos mesmo por usados e raridades como os álbuns das brasileiras Esquadrilha da Fumaça, Casa das Máquinas, Garotos Podres e Olho Seco – afirma Luís Carlos Fonseca, dono da casa.
No mesmo andar, a Tamba Discos (loja 36) vende LPs de diversos gêneros musicais, mas costuma atrair jovens fãs de bandas clássicas como Beatles e Rolling Stones. Para quem não está interessado só nos bolachões, a galeria ainda conta com duas lojas de CDs: a Sala dos Clássicos Eruditos (loja 26), especializada em música clássica, e a Via Imports (loja 1), com nacionais e importados.
Viaduto Otávio Rocha
Interior da loja Qorpo Santo
Tradicional ponto de venda de discos, o Viaduto Otávio Rocha chegou a ter cinco lojas de vinil em atividade. O endereço não conta com o mesmo glamour dos anos 1970 e início dos 1980, quando ali chegavam lançamentos e disputadas edições piratas de vinis nacionais e importados, mas três estabelecimentos mantêm a tradição do local: Qorpo Santo (loja 1), Época Som (loja 10) eMega-Som (loja 25). As três casas oferecem discos usados de música pop nacional e internacional com preços acessíveis. O destaque é a coleção de MPB da Qorpo Santo, com raridades de Lupicínio Rodrigues.
– Nos últimos anos, temos visto uma circulação maior de interessados em vinil. E não são apenas os jovens que passaram a valorizar o produto. O público mais velho, às vezes, entra na loja só por curiosidade e acaba se encantando novamente ao encontrar um disco que fez parte da sua vida – conta Adacir Flores, da Qorpo Santo.
Rua Marechal Floriano
Fachada da loja Boca do Disco
Duas conceituadas lojas de vinil estão na Rua Marechal Floriano Peixoto, a cerca de cinco minutos de caminhada do Viaduto Otávio Rocha. Logo na entrada da tradicional Boca do Disco (nº 474), que atende colecionadores há quase 30 anos, chamam atenção discos de rock nacional e importados ainda lacrados, além do vasto acervo de usados e raridades. O olhar atento de Getúlio Costa, dono da casa, mantém a loja sempre atualizada com reedições internacionais de LPs clássicos vindos de países como Itália, Holanda e Japão.
A uma quadra dali, a Stoned Discos (nº 371) tenta captar a atenção dos aficionados por música oferecendo, além de vinis, quadros, livros e miniaturas de ídolos do rock. É uma boa loja para encontrar discos de vários gêneros musicais ou mimos para presentear amigos.
Da Rua André da Rocha à Garibaldi
Vale a pena conhecer a Power Discos (André da Rocha esquina com Lima e Silva). Aberta há cinco meses, a loja reúne o acervo de Natanael Peres, comerciante que costumava expor sua coleção de LPs de Jovem Guarda, bossa nova e rock em feiras. Os preços variam entre R$ 15 e R$ 80, mas Peres topa negociar valores na compra de mais de um item.
Dali, uma boa opção é seguir para as lojas do Viaduto da Conceição ou rumar direto para a Rua Garibaldi, nº 1.043, em busca da Toca do Disco, uma das lojas mais respeitadas entre colecionadores.
– Tenho muitas reedições e raridades de bandas de rock dos anos 1960 e 1970, como Led Zeppelin e King Crimson, mas mantenho seções de jazz, blues, reggae e bandas locais – conta o proprietário Rogério Cazzetta.
Viaduto da Conceição
Loja Bric Conceição
Sob o movimentado Viaduto da Conceição, duas lojas disputam a atenção dos colecionadores. Reserve um bom tempo para manusear as estantes do Bric Conceição, conhecido por ter um dos maiores acervos de vinis de Porto Alegre.
– Temos em torno de 80 mil discos, atraindo principalmente fãs de MPB, música gaúcha e sertaneja – conta Marcus Bottega, dono do espaço.
Já a Museu do Som conta com uma coleção de raridades e um acervo selecionado por um dos mais experientes lojistas do ramo, Antonio Clecio Xavier, que começou a trabalhar com discos ainda nos anos 1970. Fãs de rock nacional e internacional vão se impressionar com os LPs bem conservados e sua coleção de exemplares novos, como The Next Day, o mais recente álbum de David Bowie, e a reedição de Unknown Pleasures, clássico da banda Joy Division.
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