sexta-feira, 19 de julho de 2013

MAURÍCIO RIBEIRO EXPLORA NUANCES DA GUITARRA EM DIFERENTES GÊNEROS NO DISCO 'TRIO'

Segundo álbum solo do músico flerta com inspirações que vão de Toninho Horta a Pat Metheny


Por Eduardo Tristão Girão



Inicialmente, a guitarra de Maurício Ribeiro remete à do norte-americano Pat Metheny em Trio, seu recém-lançado segundo disco solo. Em alguns momentos, lembra a de Toninho Horta, que não por acaso participa do álbum. É tudo proposital, esclarece o artista belo-horizontino, que assina as oito faixas do novo trabalho, pensado como uma espécie de tributo a referências do jazz oitentista. Outro guitarrista dos Estados Unidos, Kevin Eubanks, fecha o tripé de influências. O show de lançamento será hoje à noite, no Café com Letras, na capital mineira.

“Pat é um dos meus grandes mestres, mas, em termos de composição, o disco tende mais para o lado do Eubanks. Os dois e Toninho são três caras que faziam coisas bem diferentes nos anos 1980. O Toninho com improvisos mais melódicos e menos virtuosísticos, o Pat com mais notas e, mesmo assim, muito claro. Já o Kevin preza muito a melodia, às vezes até atravessando a pulsação da música”, analisa Maurício.

Dirigido por ele e Enéias Xavier, Trio foi gravado entre janeiro e maio em Belo Horizonte. O guitarrista (que também tocou violão) chamou para o estúdio Pedro Trigo Santana (baixos acústico e elétrico) e Edson Fernando (bateria). Quase todas as composições foram escritas de dois anos para cá. Balacobaco e Biribiri, 10 anos atrás.

Participações especiais marcam Da espera, o giro (Rafael Martini, piano), Biribiri (Vinicius Augustos, saxofone tenor) e Antes da tempestade, que tem Toninho Horta (violão e voz) e o indiano Mendi Singh (tabla). “Conheci o Mendi quando ele veio tocar aqui, ano passado. Propus a participação e a música ficou com outra cara. Além de rítmica, a tabla é melódica e deu outra cor à música. Por isso, resolvi regravar meu violão”, conta.

O trio atual, diz Maurício, foi formado numa espécie de acidente: durante o período de shows de divulgação de seu disco anterior, Ventania no cerrado (2011), precisou substituir integrantes do grupo e acabou retomando o papel de guitarrista, deixado de lado em função do piano. “Fui resgatando a relação com a guitarra e isso culminou com esse último disco”, afirma.

Transcrição Atualmente, Maurício trabalha com Cristiano Viana e Rafael Martinez na transcrição de 120 músicas de Toninho Horta para um songbook, incluindo fotos e textos além das partituras. A previsão é de que eles concluam a missão no mês que vem. O lançamento será este ano. No segundo semestre, ele planeja entrar em estúdio para gravar um de canções escritas com parceiros como Brisa Marques, Leonora Weissmann, Makely Ka e Zéfere.

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