sábado, 28 de janeiro de 2017

DAVID NASSER, 100 ANOS


“Adeus, ano velho!
Feliz ano novo!
Que tudo se realize
No ano que vai nascer
Muito dinheiro no bolso,
Saúde pra dar e vender…”

Cantados há 65 anos pelos brasileiros em toda virada de ano, os versos da valsa Fim de ano, lançada em outubro de 1951 em gravação do cantor paulista João Dias (1927 – 1996), lembram o compositor e jornalista paulista David Nasser (1º de janeiro de 1917 – 10 de dezembro de 1980), nascido há exatos 100 anos. Fim de ano é composição creditada a Nasser e a Francisco Alves (1898 – 1952), Jornalista polêmico, do tipo que adicionava doses de ficção aos fatos que contava em controvertidas reportagens, Nasser nasceu na cidade paulista de Jaú (SP), foi criado na mineira Caxambu (MG) e acabou fazendo nome na cidade do Rio de Janeiro (RJ), onde saiu de cena aos 63 anos, vítima de diabetes e câncer no pâncreas, deixando extensa obra musical que fez o Brasil cantar na era pré-Bossa Nova.

Com o compositor mineiro Alcyr Pires Vermelho (1906 – 1994), Nasser fez um dos mais belos títulos do gênero samba-exaltação, Canta Brasil, lançado em 1941 na voz do parceiro, amigo e padrinho artístico Francisco Alves. Com o compositor fluminense Herivelto Martins (1912 – 1992), o mais bem-sucedido parceiro musical de Nasser, o jornalista criou folhetinescos clássicos da canção popular brasileira como A camisola do dia (1953), Atiraste uma pedra (1958), Carlos Gardel (1954), Hoje quem paga sou eu (1955), Mamãe (1957), Pensando em ti (1957) e Vermelho 27 (1956), todos – com exceção de Mamãe – lançados na voz de barítono do cantor gaúcho Nelson Gonçalves (1919 – 1998), também intérprete original de Normalista (1949), parceria de Nasser com o compositor fluminense Benedito Lacerda (1903 – 1958).

Versátil, David Nasser também fez sambas e marchas para a folia de Momo. Nessa seara carnavalesca, o maior sucesso do compositor foi Nega do cabelo duro (1942), hit nas vozes do grupo vocal Anjos do inferno. Com cerca de 300 músicas gravadas, entre elas Mãe Maria (Custódio Mesquita e David Nasser, 1943), Nasser tem obra musical que, diferentemente da produção jornalística do repórter, jamais teve a veracidade questionada. É como compositor que o Brasil deve celebrar em 2017 o centenário de nascimento de David Nasser.


Fonte: http://www.sobrenoticias.com.br/

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