quarta-feira, 25 de novembro de 2020

PIANO E GUITARRA SE UNEM EM DISCO DE 'CANÇÕES SEM PALAVRAS'

Instrumentistas Benjamim Taubkin e Rodrigo Bragança lançam 'Sobrevoo', com oito composições inéditas

Por Augusto Pio


O disco conjunto de Benjamim Taubkin e Rodrigo Bragança traz quatro músicas de cada um (foto: Davi Pereira/Divulgação )


Com composições inéditas, o pianista Benjamim Taubkin e o guitarrista Rodrigo Bragança lançou nas plataformas digitais, o disco Sobrevoo. Para o lançamento, o duo fará uma live às 21h, com transmissão pelo canal de Taubkin no YouTube. Sobrevoo traz oito canções, sendo quatro compostas pelo pianista e quatro pelo guitarrista.

“São dois universos particulares, com música brasileira, influências do jazz, do oriente e da canção popular”, diz Taubkin. Paulistano, ele acha que o mineiro Bragança é um músico original. “A sua forma de tocar e pensar a guitarra é distinta da tradicional. Suas várias camadas de timbres, presentes em algumas das músicas, ampliam as possibilidades do instrumento. Creio que este é um disco para escutar com calma, da mesma forma como foi gestado. E que pode abrir pequenas portas para a contemplação de lugares que nos parecem desejáveis. Frestas para a construção deste mundo que queremos mais contemplativo e pacífico”, diz.

Para Bragança, nascido em BH, muito da beleza que busca ele encontra na música de Taubkin. “Daí a semente deste projeto: o encanto, o desejo de fazer música juntos e uma curiosidade imensa de ouvir como dialogariam as paisagens sonoras dos nossos universos particulares.” 

A admiração mútua entre os dois instrumentistas se transformou em parceria quando convidou Bragança para participar do projeto Landscapes, em São Paulo. “Eram improvisos sobre poemas, com três músicos e três poetas. Em seguida, o convite foi para que ele entrasse para o coletivo de improvisação livre Andar, Nadar, Voar, junto com outros músicos”, conta.

Taubkin lembra que, naquele momento, nasceu a vontade de registrar essas sonoridades e a ideia de ir para o estúdio gravar composições de ambos, vestidas pelo som da guitarra de Bragança, com os pedais e efeitos, aliado ao som do seu piano. “Piano e guitarra são instrumentos que têm as mesmas funções harmônicas e melódicas”, observa.

No fim do ano passado, Bragança convidou o pianista para gravarem juntos um disco em duo. “Gostei da ideia e combinamos que cada um comporia quatro músicas. Eu já vinha compondo e gravando algumas músicas ao longo desses anos. Então, olhei para essas canções já compostas e escolhi três. Já Canção antiga é uma música que me veio à mente uns dois ou três dias antes de começarmos os ensaios, quando estava deitado, me preparando para dormir.”

Ele se lembra de que levantou e foi para o piano. “Essa música é uma espécie de seresta, realmente uma canção antiga, especialmente a primeira parte. E o Rodrigo apareceu com composições bacanas e inspiradoras. Então, acho que este disco tem um pouco desse universo folk, de canção. É um álbum de canções sem palavras, com improvisos, variações, mas é basicamente um disco de canções.”

Tendo estreado em disco com Lágrimas de chorar estrelas (2008), Rodrigo Bragança é também poeta (Solo para um homem só, editora Patuá, 2016). Ele conta que há muito tempo admira o trabalho de Taubkin. “Sempre curti muito a estética, a sensibilidade, o jeito de ele tocar e suas escolhas harmônicas.” 




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