Vila Sésamo: um marco da programação infantojuvenil da TV Cultura (e brasileira)

Em 1972, num regime de coprodução com a Rede Globo, a TV Cultura estreou Vila Sésamo. Adaptada do formato norte-americano Sesame Street, a atração era gravada em São Paulo nos estúdios da Cultura, com elenco global. Armando Bogus, Aracy Balabanian, Sônia Braga, Flávio Galvão, Paulo José, Flávio Migliaccio e Manoel Inocêncio faziam parte do elenco. Além de Laerte Morrone dando vida ao Garibaldo, ave desengonçada e divertida.

Higiene, alfabetização, numerais, cores e comportamento no trânsito estavam entre os temas apresentados às crianças. Sempre em quadros curtos de no máximo três minutos. A curta duração dos esquetes foi definida em virtude de uma constatação. Crianças pequenas, com idade entre 3 e 5 anos, não costumam manter a atenção quando os conteúdos são muito longos. Isso explica o porquê de filmes comerciais de 30 segundos, por exemplo, atraírem mais os pequenos do que programas completos.

A partir de 1974, apenas a Globo produziu e exibiu Vila Sésamo, que ficou no ar até 1977, a saber. Em 2007, a TV Cultura voltou a produzir o programa, agora sozinha e com modificações em relação ao original.
Bambalalão: um marco da TV Cultura para a geração que hoje gira pelos 40 anos

Embora tenha estreado em 1977, o Bambalalão marcou a década de 1980. “Olha o trenzinho que carrega a alegria, e que me leva todo dia pro mundo da fantasia… Bambalalão é um lugar de encantamento, com arte a todo momento; aprender é divertimento!” Esses eram os primeiros versos do tema do programa, apresentado por Gigi Anhelli, que ao longo dos 13 anos de exibição teve ao seu lado também Silvana Teixeira, Chiquinho Brandão (o cientista Professor Parapopó), Marilam Sales (o palhaço Tic-Tac), João Acaiabe e Ed Lito, entre outros. Além disso, não podemos esquecer os fantoches criados por Memélia de Carvalho e Fernando Gomes: Maria Balinha, João Balão, os macacos Chiquinho, Chiquinha e Agapito, o Bambaleão e Boninho.



Até 1982, o Bambalalão era gravado. Daí até 1990, quando saiu do ar, as edições passaram a ser apresentadas ao vivo, diretamente do Auditório Cultura, no bairro do Bom Retiro, em São Paulo. Gincanas entre crianças da plateia, histórias interpretadas pelo elenco da atração e as que eram contadas no quadro “Quem Quiser, Que Conte Outra” fizeram a glória da garotada na época. Posteriormente, em ocasiões especiais como aniversários da emissora, algumas edições do Bambalalão foram reapresentadas. 
Anos 1980: mais infantis históricos e êxitos juvenis com o conhecimento como atração 

Além do Bambalalão, ao longo da década de 1980 surgiram outros êxitos na programação infantojuvenil da TV Cultura. A partir de 1981, foi ao ar o Curumim, dedicado essencialmente às crianças em idade pré-escolar. Sérgio Mamberti, Nilda Maria e Ney Sant’Anna estiveram entre os apresentadores do programa. Exibido até 1985, Curumim foi substituído pelo Catavento, que através de situações do cotidiano introduzia a audiência em conteúdos do ensino pré-escolar. Só para ilustrar, Luís Melo (como Gororoba), Verônica Julian e Roberto Domingues compunham o elenco. 

“A nossa escola é boa, é boa, é boa… E nós viemos pra ganhar!” 
Em 1981, foram lançados dois programas lembrados até hoje pelas crianças e jovens que puderam acompanhá-los. Falamos de É Proibido Colar e Qual É o Grilo?. O primeiro era uma gincana de estudantes exibida nas tardes de sábado, apresentada por Antonio Fagundes e Clarisse Abujamra. A saber, eles eram casados à época. Os participantes eram alunos de escolas públicas. Ao passo que o segundo era efetivamente uma aula na TV, embora conduzida de forma divertida. Carlos Arena e Neide Alexandre comandavam o programa, que tinha a participação de alunos da 5ª à 8ª séries.