De voz média, Jackson do Pandeiro se destacava por originalidade nas apresentações.
Por Hildebrando Neto, TV Cabo Branco
Jackson do Pandeiro fazia condução rítmica diferenciada, segundo professores — Foto: TV Cabo Branco/Reprodução
Mesmo franzino, de baixa estatura e voz média, Jackson do Pandeiro ficou conhecido como “rei do ritmo”. As razões pelas quais o paraibano de Alagoa Grande ganhou esse título são tema de estudos na Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e servem como guia para acadêmicos da área.
O professor de música Gledson Meira afirmou que a principal característica musical de Jackson era o domínio da “síncope”, algo inovador para a época. “Ele traz isso de uma forma muito marcante na música dele, a música sincopada. [...] É uma forma de suspender sempre a intenção rítmica e não ficar aquela coisa muito quadrada, que é muito natural na música ocidental, por exemplo”, disse.
Na análise do professor Helinho Medeiros, o rei do ritmo não tinha uma voz excepcional, inclusive chegava a ser levemente nasal. No entanto, se destacava pela originalidade de suas interpretações.
Embora seja professor de guitarra, violão popular e harmonia, o também acadêmico da UFPB, Leo Meira, ressaltou que utiliza o pandeiro nas aulas que ministra. “É a maneira de você explorar a rítmica fora do seu instrumento para que ela possa ser explorada de uma maneira mais ampla”, afirmou.
A ideia para complementar as aulas, porém, não foi dele, mas de Manoel Serafim, que por muitos anos atuou como pandeirista de Jackson. O músico chegou a ganhar um pandeiro do rei do ritmo, que posteriormente foi repassado para Leo Meira.
“Ele foi um dos grandes professores que eu tive nessa questão da ideia da rítmica, da valorização da condução rítmica. [...] Ele tinha uma coisa que eu creio que ele herdou de Jackson também, que era a questão de dizer o que queria com o pandeiro na mão, então várias vezes Manoel Serafim falava isso. Ele queria explicar como é que ele queria a condução e aí ele ensinava”, lembrou.
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