HISTÓRIA DE MINHAS MÚSICAS
Já em estúdio, gravando o primeiro CD, senti falta de uma música para completar a ‘tradicional’ quantidade de 12. Ouvindo um disco de Heleno dos 8 Baixos, tocador de Caruaru que mora na França, veio a idéia de homenageá-lo fazendo um xote falando das coisas de Paris. Daí saiu o Último Xote em Paris, gravado por Nico di Pádua e Serginho Luz. Ainda hoje rio com o trabalho que tivemos pra que Nico pronunciasse corretamente o ‘le derniére em Paris’. Vejam como ficou.
ÚLTIMO XOTE EM PARIS
Xico Bizerra
valei-me, notre-dâme, onde foi que eu vim parar
do sertão de pouca sombra, incandiou-me tanta luz
sem ter capibaribe no sena vim navegar
rapadura com manteiga, brioche com cuscus
lá do triunfo dá prá torre espiar
é tanto boulevard e só de veredas eu sei
eu tô vexado é prá hora do au revoir
les enfants de la patrie, qualquer dia eu voltarei
meus oito aqui por quinze é multiplicado
e o povo agalegado se renda ao pié-de-bodé
eu meto o dedo nos oito e em quantos venha
até parece to nas brenhas, ô xente, vou me benzer
vixe, que saudade, do cheiro da açucena
do abraço da morena, é só lá que eu sou feliz
eu sinto falta do fungar no teu cangote
mas só vou depois dum xote, o derradeiro em paris
le dernière em paris
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